Celebrado ano passado por R$ 3,5 milhões, acordo que prevê manutenção de pontes de madeira na capital recebeu primeiro termo aditivo de R$ 884 mil e chega a um total de R$ 4,4 milhões
Mesmo sob período de corte de gastos determinado pela prefeita Adriane Lopes (PP) no início de março, mais um contrato milionário recebeu aumento significativo no seu valor total.
Segundo publicação no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) desta terça-feira (1º), o contrato que visa a manutenção de pontes de madeira no município aumento em 24,94% seu valor total, partindo de R$ 3.547.489,82 para R$ 4.432.215,92, ou seja, acréscimo de R$ 884.726,10.
Este contrato foi celebrado no final de maio do ano passado, com duração de 12 meses. No seu edital, a Prefeitura planejava um gasto de até R$ 4.796.313,67, porém, a Empresa Andrade Construções Ltda foi aquela que venceu a concorrência ao oferecer um valor com deságio de R$ 1.248.823,85, quase um quarto do total previsto pelo executivo.
Agora, com o primeiro aditivo, o valor total se aproxima do previsto pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP).
Em junho do ano passado, a ponte sobre o córrego Ceroula, localizado na estrada municipal CG-222, foi interditada por 30 dias para melhoria na estrutura. Ela tem cerca de 40 metros e estava danificada devido ao movimento de veículos pesados. Antes disso, tiveram reformas das pontes sobre o córrego Guariroba, na CG-180, e na CG-488, sobre o córrego Ribeirão Cachoeira.
A reportagem do Correio do Estado procurou a Prefeitura para saber o motivo para o acréscimo no valor do contrato e o que foi mais foi feito nesses 10 meses desde o acordo firmado, mas ainda não obteve um retorno.
Outros contratos reajustados
Recentemente, mesmo a crise financeira, a Prefeitura anunciou reajuste de seis contratos que beiram os 25%.
Estes reajustes, publicados em edição extra do Diogrande do dia 12 de março, está sendo concedido menos de um ano depois da assinatura dos contratos. Quatro deles valem desde 26 de junho do ano passado e os outros dois, desde 2 de maio.
Os aumentos variam entre 24,92% e 24,98%, próximo do limite máximo de 25% permitido pela legislação. A inflação oficial dos últimos 12 meses é de 5%, conforme dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE.
Dos seis contratos, quatro são referentes à manutenção, implantação e ampliação do Sistema de Iluminação Pública nas regiões do Anhanduizinho, Lagoa, Bandeira e na região central, que já eram contempladas com luminárias de led.
Os outros dois são para a implantação de luminária pública, Led Solar com fornecimento de materiais nas avenida José Barbosa Rodrigues e Amaro Castro Lima. Além disso, para instalação do mesmo tipo de luminárias nos parques Soter, Ayrton Sena, Jacques da Luz e no poliesportivo da Vila Nasser.
Corte de Gastos
Como citado nesta matéria, a Prefeitura de Campo Grande passa por uma crise financeira, o que fez a prefeita determinar, até o fim de junho, corte de pelo menos 25% nos gastos com água, luz, combustíveis, impressões e demais serviços de terceiros prestados por pessoa física e/ou jurídica. A determinação foi publicada no Diogrande do último dia 7.
Secretários ou diretores-presidentes que não conseguirem atingir as metas de corte de gastos ou que fizerem nomeações indevidas serão punidos, promete o decreto, “sob pena de responsabilização administrativa”.
A declaração veio acompanhada da informação de que cerca de R$ 50 milhões em precatórios que deveriam ter sido pagos no ano passado haviam sido quitados no começo de fevereiro, deixando claro que a crise financeira na administração municipal não é de agora.
Em meio a esta onda de corte de gastos, uma delas deve atingir dezenas de Unidades Básicas de Saude (UBS). Desde 2019 boa parte delas funciona com o chamado horário estendido, das 7 até 19 horas. O custo era bancado pelo Governo Federal. Agora, porém, elas devem voltar a fechar às 17 horas, uma vez que a demanda por atendimento nas duas “extras” é baixo.
*Colaborou Neri Kaspary
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