Cidades

CAMPO GRANDE

Igreja da "cura gay" quer sigilo sobre terreno devolvido por inadimplência

Comunidade aliançados, que devolveu terreno milionário por não levantar dinheiro suficiente para comprá-lo, reagiu a reportagem do Correio do Estado, não quer mais notícias sobre o caso e solicitou segredo de Justiça

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A Comunidade Cristã Aliançados pediu ao juiz da 1ª Vara Cível de Campo Grande, Thiago Nagasawa Tanaka, que o processo referente à compra do terreno ao lado da mega-arena que aluga na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande, tramite em segredo de Justiça.

O motivo da congregação evangélica pedir para tudo corra no sigilo é uma reportagem publicada no Correio do Estado neste domingo (19), que revela que a igreja - conhecida na década passada por oferecer um curso de “cura gay” a seus fiéis - chegou a um acordo com a Tim S.A. para devolver a área de 7,5 mil m², onde tinha planos de construir seu próprio templo.

A igreja devolveu a área porque não conseguiu levantar R$ 13,5 milhões para comprar o terreno da Tim.

Além disso, foi à Justiça por não ter adimplido com o contrato e pediu o desfazimento do negócio para evitar que uma das cláusulas, que poderia resultar na não devolução dos R$ 4 milhões já pagos, fosse acionada pela empresa telefônica que vendeu a área.

Embora a reportagem do Correio do Estado tenha se baseado em informações obtidas com fiéis da congregação, que pediram para não ter seus nomes revelados para evitar represálias, nos próprios autos, a Aliançados acusa a reportagem de “expor uma comoção social negativa, sensacionalista e mentirosa sobre a igreja”. No entanto, na mesma peça em que solicita que o processo tramite em segredo de Justiça, a igreja não especifica qual seria a mentira apontada na reportagem. 

O advogado da igreja, William Ramos Pereira, também argumenta ao magistrado que a ampla publicidade do caso representa “maior gravidade aos envolvidos”. A reportagem do Correio do Estado foi anexada aos autos, e ainda não há decisão.

Apesar do pedido de sigilo, o caso trata de uma transação imobiliária envolvendo documentos públicos.

O processo ainda não contém informações obtidas por meio de quebra de sigilo bancário ou telefônico, nem qualquer violação da intimidade das partes, que são pessoas jurídicas. As transações são igualmente públicas. 

Recentemente, depois que os planos da congregação foram expostos em um grupo de Whats App da comunidade, um pastor chegou a ser expulso da igreja, acusado de divulgar "fake news". Curiosamente, a devolução do terreno à Tim, informação que constava na mensagem, acabou ocorrendo. 

Entenda o Caso

A compra de uma área de 7,5 mil m² na Avenida Mato Grosso, ao lado da Aliançados Arena e próxima à seccional Mato Grosso do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), está no centro de um imbróglio judicial. 

A Comunidade Cristã Aliançados moveu uma “ação de rescisão de contrato cumulada com devolução do valor pago” contra a Tim, e obteve uma decisão favorável do juiz Thiago Nagasawa Tanaka. A liminar impede a Tim de continuar cobrando a igreja pelo terreno, que já estava em posse da comunidade cristã.

A igreja busca a devolução dos R$ 4 milhões pagos pelo imóvel e a rescisão do contrato sem ônus. No momento da ação, a igreja ainda devia duas parcelas de R$ 1 milhão e um pagamento de R$ 6,5 milhões à Tim.

Segundo o pastor Denilson Cordeiro da Fonseca, líder da comunidade, a igreja não conseguiu financiamento bancário porque o imóvel não estava livre de embaraços, situação que não foi informada pela vendedora. Havia edificações no local, dificultando a liberação do crédito.

O terreno, uma grande área aberta com uma pequena construção e um galpão inacabado, é adjacente à Aliançados Arena. Este espaço é atualmente utilizado para cultos high-tech ministrados pelo pastor Denilson.

A cláusula 5.1.2. do contrato preocupa a igreja, pois estipula uma multa de 30% do preço do imóvel em caso de rescisão por culpa da compradora. Sem saldo para pagar o terreno, a igreja teme não receber nem mesmo o reembolso dos valores pagos.

No dia 13, a Comunidade Cristã Aliançados devolveu a posse do imóvel à Tim. O fato já foi comunicado ao juiz, que agendou uma audiência de conciliação para o próximo mês.

Histórico da Arena

O Diamond Hall foi inaugurado na década passada como a maior casa de shows de Campo Grande. Até 2017, o espaço recebeu artistas renomados.

Porém, após a pandemia de Covid-19, o local transformou-se na Aliançados Arena, uma igreja evangélica equipada com modernos sistemas de som e vídeo, incluindo telões 4K.

Polêmica da Cura Gay

Em 2019, a Aliançados Arena ganhou notoriedade por um episódio envolvendo a “cura gay”. Um denunciante informou ao Ministério Público que o pastor promovia a “cura gay” mediante pagamento, contrariando a OMS e o Código de Ética da Psicologia.

O curso, chamado “Escola de Cura”, oferecia internação de três dias e custava R$ 970 por participante. A investigação foi arquivada pelo Ministério Público de MS.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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