Dois grandes incêndios consumiram cerca de 150 hectares da fazenda Corrente, em Palmeiras, distrito de Aquidauana, que fica a quase 100 km de Campo Grande.
O fogo consumiu boa parte do eucalipto plantado na área e causou um prejuízo de R$ 100 mil ao responsável pela comercialização da madeira.
Segundo Nilson Silva, 61, que arrenda a área para comercializar a madeira, o fogo começou na terça-feira (10), foi controlado pelo Corpo de Bombeiros, mas voltou a consumir a vegetação no dia seguinte.
“Nós que controlamos na quarta-feira (11). Tinha boa parte do eucalipto já cortado e pronto para ser carregado no caminhão. Foi um desespero e um desperdício muito grande. Ficamos com medo de pegar nas máquinas e caminhões também”, lembra.
Cerca de 500 famílias de sem-terra estão acampadas no entorno da fazenda e alguns barracos também foram afetados pelo fogo.
As lonas não supotaram o calor e derreteram. “Estava com tempo de chuva e ventando muito. O fogo se espalhou rápido”, conta um dos sem-terra, que não quis se identificar.
Ainda conforme Nilson, as chamas se iniciaram em um dos barracos. “Eles usam fogão de lenha, que pode ter voado alguma brasa. Não sabemos se foi de propósito, mas exploro a madeira aqui há três anos e nunca tinha tido incêndio na região. Eles chegaram há quatro meses e desde então sempre tem no pasto. Essa foi a primeira vez que chegou nos eucaliptos”, explica.
O tempo seco e forte calor dos últimos dias também colabora para incêndios em vegetação na beira das rodovias do Estado. Hoje ainda é possível visualizar uma névoa causada pela cinza do incêndio dos últimos dias.
De acordo com o arrendatário, as terras eram da Eldorado Brasil, empresa de papel e celulose e que pertencia ao grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista. O atual proprietário já comprou a fazenda com os eucaliptos e arrendou a área para que ele explorasse a madeira, pois o objetivo é usar as terras para outras finalidades. Ao todo, a fazenda possui aproximadamente 6 mil hectares, conforme Nilson.
“Agora a gente vai ver ainda o que fazer. Nosso mercado não é carvão, então não sei se consigo aproveitar essa madeira. E o prejuízo complica ainda mais pelos funcionários que precisamos arcar”, concluiu o arrendatário.
OUTRA QUEIMADA
Em setembro, outra plantação de eucalipto em área que pertencia à Eldorado Brasil foi atingida por fogo. O incêndio destruiu 4,5 mil hectares e causou perdas de R$ 2,2 milhões.
O fogo foi na fazenda Boi Preto, que atualmente tem o nome de Eucalipto Brasil. Além de eucalipto, também foram destruídas pastagens e área de preservação permanente (APP). A propriedade rural fica no município de Ribas do Rio Pardo.