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MEIO AMBIENTE

Incêndios no Pantanal podem ultrapassar recorde de 2020

Projeção feita pelo Lasa/UFRJ mostra que há chance de área devastada neste ano se igualar ou ser superior a 3,6 milhões de hectares, valor recorde do bioma

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Modelo apresentado pelo Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em reunião com membros do governo do Estado e governo federal, mostra que vários fatores podem colaborar para que o Pantanal tenha neste ano uma área afetada pelos incêndios igual ou superior a que foi devastada em 2020, de 3,6 milhões de hectares.

Os incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso este ano já ultrapassaram o dobro de área afetada em comparação com os seis primeiros meses de 2020. Até a última segunda-feira (17) haviam  sido consumidos pelo fogo 502.650 hectares, valor 101,7% superior a do mesmo período do ano recorde, quando foram 249.125 hectares.

O alerta foi apresentado na terça-feira ao Secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), André Lima, ao titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck, ao secretário-executivo da Pasta de MS, Artur Falcette, e aos outros membros da Centro Integrado de Prevenção e Combate do Estado.

De acordo com Falcette, os modelos foram construídos através de dados meteorológicos e acúmulo de matéria seca no bioma e também leva em conta uma possível inércia do poder público, o que não deve acontecer.

“Esses modelos apresentam alguns cenários de possibilidades, e o pior deles, levando como referência o ano de 2020, que é o pior de todos, e contando que este ano a gente tem condiçoes de seca piores que naquele ano, mostra que a gente pode ter uma iguldade ou superioridade de área queimada em relação a 2020”, explica o secretário-executivo.

“Mas esses modelos eles não olham para as a estrutura atual e para o avanço do uso da tecnologia, nem  para o número de homens empregados, nisso todo houve grandes avanços, então, se a gente não fizer nada,  pode ser pior. Então nós discutimos nessa reunião o tamanho do desafio que temos, pensando em um plano de controle, mas não só para este ano, mas para os próximos também”, completou Falcette.

Entre as condições que fazem de 2024 um ano mais suscetível aos incêndios está a seca prolongada e a escassez hídrica na bacia do Rio Paraguai, decretada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

“Apesar de termos evoluído bastante em investimentos, temos alguns pontos de dificuldade diferentes de 2020. Estamos vindo de uma seca prolongada, são mais de 30 dias sem chuvas na região, o nível dos recursos hídricos estão muito baixos, o Rio Paraguai tem o nível mais baixo da última década e isso dificulta até chegar de barco em alguns pontos onde há queimadas”, contou o secretário-executivo. 

Até a captaçaõ de água com o avião Air Tractor do governo do Estado, em alguns pontos do rio, está impossibilitado pelo baixo nível de navegabilidade do Paraguai.

PONTOS POSITIVOS

Após os incêndios de 2020, que consumiram 3.632.675 hectares no Pantanal, valor recorde até hoje no bioma, o governo do Estado tomou diversas medidas para tentar evitar que novas situações como essa fossem registradas.

Além do aumento no valor do repasse para essa finalidade, a criação de 13 bases do Corpo de Bombeiros no inteiror do Pantanal tem surtido efeito, conforme o secretário-executivo da Semadesc.

“O plano do Corpo de Bombeiros está em prática e as 13 bases avançadas estão em operação e identificamos que em nenhuma das localidades onde estão essas bases houve foco de incêndio”, relatou Falcette.
Com o avanço das queimadas no bioma, que segundo o Secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, são em sua maioria causadas por ação humana, o governo do Estado pediu colaboração tanto do governo federal, como de outros atores que possam colaborar com as forças empregadas no momento.

“Já fizemos o pedido de ajuda ao governo federal e aguardamos a resposta, mas também ainda não chegou a ajuda do Exército e da Marinha, que foi solicitado ao Ministério da Defesa. Também estamos levantando quais são as necessidades para entrar em contato com outros estados”, disse Falcette, lembrando que em 2020 vários estados brasileiros ajudaram no controle das chamas.

MULTAS

Segundo o governo do Estado, desde 2020 até agora foram aplicadas 94 autos de infração feitos pelos órgãos de fiscalização ambiental do Estado por incêndios florestais considerados criminosos no Pantanal, que resultaram em R$ 53,8 milhões de multa. Cada auto representa uma área queimada, que pode compreender milhares de hectares.

O valor da multa depende da área queimada. Em 2020, quando cerca de 45 mil km² foram atingidos, 11 infrações que somaram R$ 24,2 milhões foram aplicadas. Já em 2024, até este mês de junho, são 21 autos de infração, somando R$ 10 milhões em multas, conforme a Polícia Militar Ambiental (PMA).

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Haja Saúde

Alerta de baixa umidade é renovado pelo Inmet para 60 cidades em MS

Segundo dados meteorológicos, o calor deve retornar com mais força na região centro-norte do estado e região pantaneira, mas a chuva deve acontecer nas fronteiras de Paraguai e Bolívia neste final de semana.

19/09/2024 14h33

As temperaturas em Campo Grande deve aumentar neste final de semana.

As temperaturas em Campo Grande deve aumentar neste final de semana. Foto: Paulo Ribas/ Correio do Estado

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Após dias de temperaturas mais agradáveis, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) renovou o alerta de baixa umidade relativa do ar em quase 60 cidades de Mato Grosso do Sul. 

Segundo dados meteorológicos, o calor deve retornar em grande parte do estado a partir hoje (19). A condição favorece riscos de incêndios florestais e a saúde para a população das cidades de Água Clara, Alcinópolis, Anastácio, Anaurilândia, Angélica, Antônio João, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Bandeirantes, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Brasilândia, Camapuã, Campo Grande, Caracol, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corguinho, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Deodápolis. 

Os municípos de Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Dourados, Figueirão, Guia Lopes da Laguna, Inocência, Itaporã, Ivinhema, Jaraguari, Jardim, Ladário, Maracaju, Miranda, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paraiso das Águas, Paranaíba, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso, Rochedo, Santa Rita do Pardo, São Gabriel do Oeste, Selvíria, Sidrolândia, Sonora, Terenos e Três Lagoas.

No último final de semana ao Correio do Estado, o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Olívio Bahia, antecipou os dados meteorológicos, relatando que as temperaturas ficaram acima dos 37ºC, principalmente no Pantanal sul-mato-grossense. Esse calor deve contribuir para a continuidade dos incêndios florestais.

“Segundo dados norte-americanos, essa chuva que cai na Amazônia, no Peru, Bolívia, Paraguai, e nas regiões sul e Pantanal de Mato Grosso do Sul não deve umedecer o solo como seria necessário. Espera-se que a chuva seja mais torrencial, mas, até o momento, ela apenas aliviou o clima e não deve amenizar os incêndios florestais”, relatou.

Ainda segundo dados meteorológicos, nos próximos finais de semana, as chuvas em Mato Grosso do Sul devem ser mais isoladas. Isso pode ajudar na dissipação da fumaça, mas também pode causar problemas em algumas cidades.

“As chuvas em Ponta Porã, Corumbá, e nas regiões da Bolívia, Paraguai e norte da Amazônia devem retornar neste próximo final de semana em pouca quantidade e de forma isolada, o que deve ajudar na umidade do ar”, afirmou


Recomendações

 

  • Beba bastante líquido.
  • Evite desgaste físico nas horas mais secas.
  • Evite exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
  • Em casos de emergência, a Defesa Civil está disponível no telefone 199 e ao Corpo de Bombeiros no 193.
     

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Operação Olho de Vidro

Polícia Federal desarticula rede de tráfico de drogas em MS e cinco estados

Onze pessoas foram presas em seis estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, na Operação Olho de Vidro, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico transnacional de drogas."

19/09/2024 14h02

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal

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Uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai foi alvo da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19) em seis estados brasileiros. Os policiais cumpriram 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em nove cidades de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Goiás.. 

A operação também interditou duas empresas e apreendeu veículos, imóveis e valores em contas bancárias dos 17 investigados.

As investigações começaram em maio de 2022, em apuração dos responsáveis por enviar 400 quilos de cocaína por meio de uma transportadora de Ponta Porã. A partir dessa ocorrência, foi identificada a atuação de uma organização criminosa.

Durante as diligências, além das prisões e buscas realizadas, duas pessoas jurídicas foram interditadas, inúmeros veículos foram apreendidos e grande numerário de valores foi bloqueado nas contas dos investigados.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, foram efetuadas sete prisões em flagrante pelos delitos de posse irregular de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas, com a consequente apreensão de quatro pistolas, uma escopeta, além de cocaína e maconha.

O nome dos envolvidos presos pela Operação Olho de Vidro não foram divulgados pela Polícia Federal. O caso segue em investigação. 
 

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal 

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