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CAMPO GRANDE

Incorporadora de shoppings no centro da Capital deu calote até no contador

Contador da família Saad, contratado pelo extinto Shopping 26 de Agosto, quer bloqueio do aluguel pago pelas Lojas Americanas

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A família Saad, do patriarca Rubens Salim Saad e dos filhos Fernando Saad e Gioconda Saad Khoury, por meio de seus empreendimentos Shopping Center Cidade Morena S.A. e SVV Participações e Empreendimentos Imobiliários Ltda., tornou-se alvo de mais uma demanda na Justiça.

Desta vez é o escritório Dáblio Serviços Contábeis Ltda – ME que acusa o grupo econômico familiar de aplicar um calote que, corrigido, chega ao valor de R$ 365.509,32. 

Por causa da complexidade do negócio da família e de uma grande quantidade de empresas abertas pelos Saad para escapar dos credores, o escritório Dáblio ajuizou um processo em que pede a desconsideração de personalidade jurídica para que possa receber o valor devido por meio dos aluguéis que as Lojas Americanas S.A. pagam às empresas Shopping Center Cidade Morena e SVV Participações. 

A estimativa é de que a varejista (que encontra-se em recuperação judicial, mas está em pleno funcionamento) pague em torno de R$ 90 mil por mês a essas duas empresas pelo aluguel de sua primeira unidade em Campo Grande, a loja na Rua Marechal Rondon, que também tem frente para a Rua Dom Aquino, localizada em um edifício de mais de 10 mil m².

A dívida da qual o escritório Dáblio é credor, entretanto, é de outra empresa cujos sócios são Fernando Saad e Gioconda Saad: o Shopping 26 de Agosto, empreendimento lançado em 2009.

O shopping chegou a ser inaugurado, mas posteriormente foi desapropriado pelo governo de Mato Grosso do Sul, na gestão de André Puccinelli (MDB), e entregue ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), para que nele pudesse funcionar a atual Central de Juizados Especiais (Cijus). Por toda a transação, a empresa Shopping 26 de Agosto, controlada pela família Saad, recebeu, em 2012, R$ 48 milhões.

O escritório Dáblio, porém, não viu um real sequer desses valores, e até chegou a homologar em juízo um acordo com a empresa Shopping 26 de Agosto para o pagamento da dívida, que era de aproximadamente R$ 75 mil. 

A execução do acordo chegou às últimas consequências, até que os envolvidos foram intimados a apresentar bens para penhora para que a dívida fosse paga. Não havia, na ocasião, porém, nenhum bem a ser penhorado. 

Confusão patrimonial

Na ação de “desconsideração de personalidade jurídica”, o advogado do escritório Dáblio, João Ricardo Citino, pede para que o magistrado da 13ª Vara Cível de Campo Grande reconheça a formação de um grupo econômico pela família Saad. 

“Conforme se verifica nos documentos anexos, foram constituídas várias empresas que se integram, formando verdadeiro grupo econômico, com o nítido intuito de fraudar credores como a autora”, argumenta o advogado.

Em direito empresarial, a “confusão patrimonial” é uma estratégia dos sócios de confundir os negócios das pessoas físicas com os das pessoas jurídicas e vice-versa. A tática normalmente é usada para escapar de credores. 

Outras cobranças

Na edição de ontem, o Correio do Estado mostrou que a empresa constituída pela família Saad para incorporar o Shopping Cidade Morena aplicou um suposto golpe em vários cotistas.

A empresa Passaletti Calçados, por exemplo, foi à Justiça para anular o contrato que a incorporou à sociedade e pelo qual pagou R$ 3 milhões. A empresa Passaletti não aufere renda da sociedade, sobretudo com o estacionamento K-1000. 

O mesmo ocorre com o empresário Roberto Samed, detentor de 33% do Shopping Cidade Morena. Ele quer a anulação de um suposto contrato de comodato, que permite, segundo ele, que os Saad fiquem com a renda do estacionamento, que segundo constam em processos pode variar de R$ 60 mil a R$ 80 mil por mês. 

O calote das empresas da família Saad, somente envolvendo o Shopping Cidade Morena, pode passar de R$ 6 milhões, a julgar por outras ações ajuizadas na Justiça de Mato Grosso do Sul. 

R$ 365 mil - Valor cobrado

O escritório Dáblio, contratado para fazer a contabilidade do extinto Shopping 26 de Agosto, que hoje pertence ao Poder Judiciário, quer R$ 365 mil da família Saad, que por meio de suas empresas possui imóveis onde seria construído outro shopping, no centro da Capital. 

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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