Cidades

DANOS MORAIS

Incra deve indenizar casal de assentados de MS em R$ 30 mil por despejo ilegal

Casal se ausentou do lote para tratamento médico em outra cidade e, mesmo avisando o órgão, foi despejado por suposto abandono, em Corumbá

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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi condenado a indenizar em R$ 30 mil, por danos morais, um casal de assentados de um lote de Corumbá, que foi despejado de forma ilegal. A decisão é da Sexta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).

De acordo com o processo, o casal era assentado em um lote em Corumbá, mas a mulher realizava tratamento de uma doença pulmonar em Campo Grande e, eventualmente, precisava se deslocar entre os municípios para este tratamento.

Quando o casal precisava fazer esse deslocamento, protocolava no Incra carta de justificação, com documentos médicos.

Ainda segundo os autos do processo, as datas de todos os afastamento foram informados ao órgão. 

No entanto, em março de 2017, uma vistoria ao lote concluiu "total abandono" e, no início de abril do mesmo ano, o Incra autorizou a ocupação do lote por outra pessoa.

O casal tentou solução administrativa e, sem sucesso, propôs com ação de reintegração de posse, que foi julgada procedente.

Por fim, os assentados despejados irregularmente pleitearam judicialmente a indenização por danos morais.

Em primeira instância, a 2ª Vara Federal de Campo Grande condenou o Incra ao pagamento de R$ 15 mil para cada um. A União recorreu ao TRF3, sustentando que o ato que resultou no despejo ocorreu de forma legal.

Ao analisar o recurso, o relator, desembargador federal Souza Ribeiro, considerou que houve a ocorrência de dano e a existência de nexo causal, que são capazes de justificar a responsabilização do Estado e o dever de indenizar. 

“Está configurado impacto na honra subjetiva do autor, por ofensa ao princípio fundamental do direito à moradia digna, que integra o conceito de dignidade da pessoa humana, de modo que a determinação de despejo, por motivos pelos quais a pessoa não deu causa, demonstra forte abalo aos direitos da personalidade, que ultrapassam a esfera do mero dissabor”, fundamentou. 

O magistrado acrescentou ainda que o Incra desconsiderou os atestados médicos apresentados pela mulher, que confirmavam a necessidade de ausência para tratamento médico em outra cidade. 

“É nítida a ilegalidade do ato praticado pelo Incra, pois não foi oportunizada aos autores nenhuma espécie de manifestação em relação à suposta situação de abandono do lote, além da instrução processual insuficiente”, complementou.

O casal também apresentou recurso, solicitando o aumento do valor da indenização. O pedido foi indeferido e o TRF3 manteve o valor de R$ 15 mil para cada, totalizando R$ 30 mil.

Assentamentos

O assentamento de reforma agrária é composto por unidades agrícolas, denominadas parcelas ou lotes, instalados pelo Incra em um imóvel rural. 

Cada unidade é destinada a uma família de trabalhador rural sem condições financeiras de obter um imóvel. 

Os beneficiados devem residir e explorar o lote, desenvolvendo atividades produtivas. 

CAMPO GRANDE

Motorista de BMW derruba poste na Afonso Pena e foge

Acidente aconteceu próximo ao Parque das Nações Indígenas; Condutor abandonou o carro no local e fugiu

20/10/2024 17h00

Veículo derrubou poste e estrutura permanece sobre o canteiro na Afonso Pena

Veículo derrubou poste e estrutura permanece sobre o canteiro na Afonso Pena Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado

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O motorista de uma BMW bateu e derrubou um poste nos altos da Avenida Afonso Pena, próximo ao Parque das Nações Indígenas, na madrugada deste domingo, em Campo Grande.

Imagens divulgadas pelo Instagram do perfil Campo Grande Mil Grau mostram o veículo totalmente destruído e o poste já caído sobre parte da via. 

Informações apuradas pelo Correio do Estado apontam que o motorista perdeu o controle da direção próximo a um radar de velocidade, mas não há detalhes sobre o as circunstâncias o acidente.

Logo após o acidente, ele deixou a BMW no local e fugiu. Até a publicação desta reportagem, o condutor não havia sido localizado, mas a identificação já foi feita por meio da placa do veículo.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e compareceu ao local, mas não houve feridos.

Equipes do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar também atenderam a ocorrência. O veículo, que ficou bastante danificado, foi guinchado.

Durante o dia, trecho da avenida chegou a ser parcialmente interditada para retirada de parte do poste que estava sobre a via, devido ao risco de ocasionar novos acidentes.

No entanto, a estrutura que caiu sobre o canteiro permanece no local, assim como destroços do veículo.

O caso será apurado pelas autoridades competentes.

 

Acidentes com postes

No ano passado, 103 veículos colidiram com postes de energia elétrica em Mato Grosso do Sul, segundo balanço divulgado em janeiro pela concessionária Energisa.

A maioria dos casos aconteceu em Campo Grande, com 29 acidentes do tipo.

O número foi menor do que no ano anterior, em 2022, quando houve 178 colisões de veículos com postes no Estado.

Conforme regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo pelos danos causados e substituição das estruturas avariadas (postes, transformadores, rede, etc.) é cobrado do condutor do veículo causador do sinistro.

MS Supera

Programa de auxilio financeiro beneficia 2 mil universitários em MS

O aporte começou a ser pago no mês de fevereiro, transferindo o valor de R$ 1.412 para acadêmicos de baixa renda

20/10/2024 16h30

 Gabriela Alves dos Santos Pires (25 anos), é uma das estudantes que contam com o auxílio mensal do Governo do Estado

Gabriela Alves dos Santos Pires (25 anos), é uma das estudantes que contam com o auxílio mensal do Governo do Estado Foto: Divulgação / Governo do Estado

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O novo programa do Governo do Estado, que substituiu o Vale Universidade, beneficia neste ano 2 mil estudantes em Mato Grosso do Sul.

Intitulado como MS Supera, o serviço da Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead) incentiva os estudantes universitários de baixa a renda, que necessitam de auxilio financeiro, a permanecerem nos estudos até o fim de sua graduação.

O programa que teve inicio no mês de fevereiro, concede benefício social no valor de um salário mínimo (R$ 1.412,00) a estudantes de cursos de educação profissional técnica de nível médio ou universitários de instituições públicas ou privadas, incluindo os indígenas, nos cursos universitários e de educação profissional técnica.

Os estudantes que recebem o auxilio estão inscritos no CadÚnico, e precisaram comprovar que estão matriculados em um estabelecimento de ensino, para receberem por meio de transferência direta, por Pix, os R$ 1.412 como subsídio aos estudos.

De acordo com informações do Sead, o estudante tem liberdade para escolher como será destinado este recurso, que pode ser utilizado para mensalidade se a universidade for particular, e, se a universidade for pública, poderá arcar com deslocamento, alimentação, aquisição parcelada de equipamento digital para acessar as plataformas da universidade de bibliotecas digitais.

A lei 6.135/2023, que institui o MS Supera, informa que se for verificada qualquer irregularidade ou violação aos critérios para a concessão do benefício, o pagamento do auxílio será suspenso.

MANTENDO SONHOS

Uma das beneficiadas pelo auxilio MS Supera é a Gabriela Alves dos Santos Pires, 25 anos, que precisou trabalhar como babá para ajudar a mãe quando concluiu o Ensino Médio em 2016.

A jovem sonhava em conciliar o trabalho com a possibilidade de entrar para a universidade, mantendo assim os estudos. 

O esforço deu resultado. Após anos tentando, finalmente passou em Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Gabriela começou a fazer o curso neste ano e o desafio dela neste momento é continuar estudando, mesmo sem tempo para trabalhar, já que o curso é em período integral.

"Eu não tinha como conciliar o trabalho com os estudos. Não sei se alguém consegue estudar Medicina e continuar trabalhando. Depois que fiz a matrícula, fiquei sabendo do benefício e consegui receber a partir do 2º processo, em junho. Antes de conseguir, fiquei preocupada porque tive a aprovação, mas não tinha o salário que ajudava muito. Nos primeiros meses foi tudo muito limitado. O MS Supera para mim é tranquilidade. Sem o benefício, a qualidade de vida seria péssima. Eu ia ficar pensando nos problemas, nas contas", conta Gabriela Alves.

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