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Inspirado no FBI, banco de DNA agilizará solução de crimes no país

Inspirado no FBI, banco de DNA agilizará solução de crimes no país

terra

14/11/2011 - 09h06
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A polícia brasileira encontrou num programa americano a fórmula para elucidar com mais rapidez crimes, especialmente os reincidentes e hediondos, como abusos sexuais e homicídios. O software, chamado de Codis, vai analisar os códigos genéticos, extraídos através de amostras como sangues, saliva e fios de cabelos, coletados por peritos em locais onde ocorreram crimes, no corpo de vítima ou cedidos por suspeitos. Inicialmente, a coleta será restrita a condenados, já que a utilização em suspeitos e presos provisórios só será possível após a criação de uma lei autorizando.

Ainda neste mês, a Câmara deverá aprovar um projeto que prevê a criação de um banco de dados nacional com o material genético de investigados. A ideia é adotar métodos semelhantes aos do FBI, a polícia federal americana. Pela falta de uma legislação específica, o Brasil não tem como iniciar a coleta do DNA.

"Haverá no banco genético, além da história do apenado, o perfil do local do crime. Com o cruzamento de perfis, os crimes sem solução poderão ser desvendados. Apenas o vestígio já permitirá vincular os agressores. Uma descoberta vai levar a outra naturalmente", explicou Cecília Matte, chefe do setor de genética forense do Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul.

Se a lei for sancionada, 15 Estados (MG, RS, PB, BA, AM, SC, PR, SP, ES, MT, CE, MS, RJ, AP e PA) estarão integrados com a Polícia Federal e um banco nacional de DNA. Cada unidade da federação terá seus dados, que serão cruzados a pedido da PF. "Poderemos mapear principalmente os abusos sexuais e assassinatos, pois os dados genéticos dos suspeitos e condenados ficarão guardados em um banco criminal. Faremos a conexão do mesmo agressor a crimes insolúveis e seguiremos seus rastros", ressaltou Cecília Matte.

Questionamentos jurídicos
O promotor David Medina da Silva, coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul, alerta para uma brecha jurídica que pode dificultar a eficácia do banco genético. Segundo ele, apenas os condenados devem ser submetidos a técnicas invasivas de coleta de dados. O uso de cotonetes para amostra de saliva, por exemplo, pode ser interpretado como invasivo, conforme Medina.

"No Brasil, está se discutindo muito a vedação à auto-incriminação. Na lei, a coleta de DNA deve constar não apenas para investigação, mas também para identificação civil, porque é discutível que um suspeito produza provas contra ele mesmo. Pode-se contestar o fato de o acusado ser submetido a algum comportamento positivo, ou seja, que ele seja obrigado a abrir a boca, por exemplo", salientou o promotor, comparando a situação à imposição do uso de bafômetros.

Prevendo a dificuldade jurídica, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) alterou o projeto e tornou obrigatória a identificação genética para condenados por crime doloso (intencional), com violência de natureza grave, além dos qualificados como hediondos, como já previa o texto original. Ele ainda incluiu na proposta a coleta de DNA de indiciados e investigados mediante pedido do juiz.

"A Justiça vai decidir de que forma a pessoa é considerada perigosa, se ela é reincidente e outros questionamentos. Acredito que a sensação de que a impunidade é a garantia do criminoso pode acabar com essa nova realidade. No Brasil, apenas 6% dos bandidos são realmente punidos depois de condenados. Em países que usam bancos de identificação genética, como os Estados Unidos, o índice chega a ser dez vezes maior", disse Ciro Nogueira (PP-PI), autor do projeto.

A legislação brasileira prevê hoje que são crimes hediondos, entre outros, homicídio qualificado, extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante sequestro e estupro. O DNA coletado, de acordo com a proposta, será armazenado em um banco de dados sigiloso. Se o acusado for absolvido ou o caso arquivado, o material genético será destruído.

Atualmente, a polícia do País trabalha apenas com dados genéticos identificados em vestígios deixados nos locais do crime, como sangue, sêmen, unhas, fios de cabelo ou pele. Os dados, porém, não podem ser comparados com os dos criminosos pela ausência de um banco de DNA.
 

VESTIBULAR

Redação da UEMS tem apenas uma nota mil de 10,7 mil candidatos

Publicação do Diário Oficial do Estado (DOE) também informou que 84 inscritos entraram com recurso e conseguiram aumentar as notas da redação

21/01/2025 10h45

Resultado preliminar do Vestibular da UEMS saiu na primeira semana de 2025

Resultado preliminar do Vestibular da UEMS saiu na primeira semana de 2025 Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

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Publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (21) confirmou a única nota mil na redação do vestibular de 2025 da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), além de outros 84 candidatos que entraram com recurso e conseguiram aumentar as notas de produção textual.

Segundo listagem oficial assinada pelo reitor da faculdade pública, o responsável pela nota máxima na redação é o candidato de medicina Henrique Horn, o que lhe garantiu o primeiro lugar no curso preterido. Juntando a nota mil em produção textual com as outras quatro (Linguagens, Matemática, Natureza e Humanas), Henrique obteve uma média de 804,357.

Além desta informação, a UEMS também informou que 84 inscritos conseguiram aumentar suas respectivas notas de redação, após terem os recursos deferidos. Dentre eles, três notas saíram de 10 para 600. Todos eles acabaram sendo aprovados também para medicina.

Lembrando que, assim levantamento feito pelo Correio do Estado em novembro do ano passado, medicina é o curso mais concorrido, com 38,32% dos interessados, ou seja, 4.112 inscritos. No edital, a UEMS prevê 25 vagas via vestibular, portanto, 164 candidatos por vaga.

O Vestibular 2025 teve recorde no número de inscritos, com 10.730 alunos interessados nos 30 cursos oferecidos pela faculdade.

RESULTADO PRELIMINAR E FINAL

O resultado preliminar do vestibular da UEMS foi divulgado no último dia 04 de janeiro. Já o resultado final foi divulgado na tarde desta segunda-feira (20). Para visualizar o edital do resultado final do Vestibular 2025 da UEMS, clique aqui.

ENEM SEM FORÇA?

Um levantamento realizado pelo Correio do Estado constatou que a maioria das vagas para cursos de graduação ofertadas pelas universidades públicas de Mato Grosso do Sul são destinadas a "métodos próprios" de ingresso, seja por meio de vestibular ou outros programas de processo seletivo.

A UEMS é a que disponibiliza o maior percentual de vagas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Na instituição, 50% das vagas são para ingresso através do Enem, e outros 50% de vestibular próprio e demais processos seletivos.

Para 2025, serão ofertadas 2.637 vagas. Destas, 708 serão para o Processo Seletivo Permanente UEMS 2025, e 641 para o Vestibular. As demais, são destinadas para o Sisu, do qual as inscrições, bem como o prazo para fazer alterações no cadastro, terminam nesta terça-feira (21).

*Colaborou Alanis Netto

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INFRAESTRUTURA

CCR vai "comandar" leilão de trecho da BR-163 no Estado

O processo para leiloar a rodovia poderá começar já no mês que vem, quando o edital deverá ser entregue à B3; o certame poderá se estender até maio

21/01/2025 09h30

Em MS, a BR-163 está desde 2014 sob os cuidados da CCR MSVia  e o novo leilão deverá manter a rodovia nas mãos da empresa

Em MS, a BR-163 está desde 2014 sob os cuidados da CCR MSVia e o novo leilão deverá manter a rodovia nas mãos da empresa Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A CCR MSVia vai controlar o processo de leilão da repactuação do contrato de concessão da BR-163 na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, mesmo com o posicionamento contrário do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz, o qual apontou que a proposta de solução consensual cria “uma situação privilegiada para que o atual controlador se mantenha operando a rodovia”.

O voto contrário ocorre porque a concessionária detém informações vitais sobre o funcionamento da exploração da rodovia e tem em seu poder dados privilegiados. 

O processo deverá começar no próximo mês e poderá se estender até maio.

O poder de comando sobre o leilão foi repassado à atual concessionária pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por meio do termo de referência de ambiente regulatório experimental, que institui o processo competitivo e define os parâmetros para que ele ocorra.

No documento, é afirmado que o processo competitivo será realizado pela concessionária, com a supervisão da ANTT, com a publicação de um edital de venda das ações “contendo regras, critérios e procedimentos para a realização da venda da totalidade das ações de emissão da concessionária, com exigências técnicas, financeiras e jurídicas não superiores àquelas já solicitadas na licitação pública original”.

Também diz que a concessionária deverá fazer “ampla divulgação, inclusive em sítio eletrônico oficial da concessionária, da minuta do termo aditivo, bem como das informações necessárias sobre o processo competitivo”.

Entre as regras estão a criação, em até dois dias úteis após a publicação do edital (que ainda será publicado), de “uma sala virtual de dados e informações onde serão armazenados e compartilhados os arquivos e os documentos básicos para o processo de diligência prévia, que deverá ter o acesso aos interessados habilitado até a data de entrega das propostas”.

A autarquia ainda enviará todos os documentos da concessão para que sejam incluídos no data room. Já a MSVia será a responsável por publicar o aviso do edital do processo competitivo no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação.

Além disso, deverá prestar informações aos interessados por meio da criação de uma sala de dados virtual, seguindo o cronograma do edital; realizar, diretamente ou por meio de pessoa contratada, a habilitação prévia de interessados para o acesso à sala de dados virtual; e apresentar informações adicionais solicitadas pelos interessados no prazo de dois dias úteis.

Após a publicação do edital, os interessados poderão pedir esclarecimentos conforme o cronograma e a forma definidos no documento com as regras do certame. Todos esses procedimentos serão monitorados pela ANTT, mas o controle das informações ainda estará nas mãos da concessionária.

MINISTRO FOI CONTRA

Essas regras não reduzem as vantagens da CCR MSVia no leilão, conforme destacou Cedraz em seu voto, na apreciação de solução consensual em dezembro de 2024. O ministro, que foi relator da matéria, votou contra a resolução consensual, mas foi voto vencido.

“Há diversas razões para inferir a pouca atratividade do processo competitivo proposto, que incluem a assimetria de informações em favor do atual grupo controlador – que elaborou os estudos em que se baseiam o procedimento – e os custos e a complexidade envolvidos na elaboração do lance por outro potencial interessado, além do pouco tempo disponível para a preparação da proposta”, disse.

Cedraz ressaltou também que “o processo competitivo teria por efeito não apenas deixar de aplicar a mencionada vedação, mas também criar uma situação privilegiada para que o atual controlador 
se mantenha operando a rodovia”.

O ministro do TCU afirmou que “o novo concessionário já iniciará o contrato com o saldo da dívida originalmente assumido pela MSVia, sem a previsão de recursos para saldar essa dívida”.

“Portanto, vislumbra-se um efetivo risco de o processo competitivo não se prestar à finalidade para o qual foi criado, tendo por vencedor provável a atual controladora da MSVia, considerando que o grupo dispõe de situação privilegiada desde o início do procedimento”, disse o ministro.

Ele salientou ainda que, no caso da MSVia, ficou acordado que não haverá valor de venda da sociedade de propósito específico (SPE).

“Essa situação específica desobriga eventuais interessados na compra de desembolso significativo e que a atual controladora não necessitaria fazer”, afirmou.

Com relação a outros fatores que diminuem a chance de outro participante na disputa pela concessão da BR-163, um deles seria que o vencedor do leilão – caso seja outra empresa que não fosse a MSVia – precisaria da anuência prévia dos atuais credores de financiamentos e seguradoras da concessionária para a transferência das ações e do controle da concessionária.

R$ 16,9 BILHÕES

O novo contrato de concessão da BR-163 no Estado prevê investimentos da ordem de R$ 16,9 bilhões pela concessionária vencedora do leilão ao longo de 30 anos.

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