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Investigação apontou esquema para ludibriar Detran-MS

Ação civil pública pediu e Justiça concedeu liminar que determina que órgão descredencia vistoriadora terceirizada que usava laranjas para omitir documentos

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A 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos determinou que o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) descredencie definitivamente a empresa Focar Vistoria Veicular Eireli – ME da condição de credenciada de vistoria automotiva.

O que motivou a decisão foi a descoberta, pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), de um sócio oculto que já esteve ligado ao órgão estadual.

De acordo com investigação do promotor Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, foi identificado que, apesar de na documentação a Focar pertencer a Antônio Gregório Filho, a realidade é que a empresa seria de Nelson Gonçalves Lemes, que exerceu cargo de chefe da Diretoria de

Registro e Controle de Veículos do Detran-MS até 2014. Nessa época, conforme a investigação do MPMS, a Focar passou pelo processo de credenciamento junto ao Detran-MS, tendo sido aprovada no dia 21 de junho de 2014. Quatro dias depois, em 1º de julho daquele ano, Lemes foi exonerado do seu cargo no órgão estadual.

Na ação civil pública movida pela 31ª Promotoria de Campo Grande, Lapa Ferri afirma que a comprovação de que Lemes seria realmente o dono da Focar veio após a Operação Vistoria, que cumpriu mandados de busca e apreensão na empresa e na residência dos envolvidos.

Segundo o promotor, entre os documentos encontrados estava um contrato de gaveta, na qual havia a informação de que o ex-diretor do Detran-MS seria dono de 70% da vistoriadora.

“Precisou ocorrer busca e apreensão de documentos para que Nelson [Lemes] e Antônio Gregório mudassem suas versões e admitissem um contrato de gaveta [apreendido por ordem judicial], em que Lemes seria dono de 70% da empresa, enganando, por anos, o órgão credenciador [Detran-MS]”, diz trecho da ação civil pública em que o MPMS pede o descredenciamento da Focar.

Ainda segundo o Ministério Público, mesmo com essa informação, o Detran-MS negou solicitação feita pela promotoria para efetuar o descredenciamento da vistoriadora, o que teria motivado o ingresso na Justiça.

Durante o processo, a defesa da Focar negou a existência de provas de que a empresa tivesse tentando fraudar o processo de credenciamento como vistoriadora do Detran-MS.

“Verifica-se do acervo probatório constante dos autos que essa situação, ou seja, a figura do laranja que visaria fraudar legislação ou o Fisco ou, ainda, praticar qualquer conduta ilícita, não existe no presente caso. O MPMS anexou aos autos toda a documentação que foi apreendida decorrente do pedido de busca e apreensão feito contra a empresa Focar e seus sócios, porém, não existe em nenhum lugar qualquer indício de que exista fraude contra o Fisco, o que faz cair por terra a alegação de que existe a figura do laranja”, diz trecho da defesa.

Na decisão do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, contudo, ele concorda com o pedido feito pelo Ministério Público e determina o descredenciamento da Focar em até 15 dias.

“Ao omitir no Processo 31/701180/2020 seu real quadro societário e apresentar documentação incompleta referente a apenas ao sócio que compunha formalmente a empresa (Antônio Gregório Filho), a requerida Focar Vistoria Veicular Eireli – ME infringiu dispositivos da Resolução do Contran nº 466/2013 (art. 8º, VI), da Portaria do Detran-MS ‘N’ nº 013/2014 (art. 26, XII) 
e da Portaria do Detran-MS ‘N’ nº 068/2020 (art. 2º, I, ‘a’ e ‘b’)”, escreve o magistrado.

“Em razão dos argumentos expostos, julgo procedente o pedido formulado na inicial para determinar que o requerido Detran-MS promova o descredenciamento definitivo da requerida”, sentencia o juiz. O descumprimento da medida causará multa diária de R$ 5 mil, limitada a R$ 500 mil.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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