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Investigações levam influenciadores a reavaliar propostas milionárias de apostas

Pessoas que atuam na área contam por que recusaram ofertas de propagandas para casas de apostas

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Apesar dos altos valores, alguns influencers estão receosos em fazer publicidade de casas de apostas ou cassinos online. As suspeitas recentes sobre Deolane Bezerra e Gusttavo Lima no âmbito de uma investigação sobre bets acentuam ainda mais essa desconfiança.

Os jogos de azar online foram liberados no país em meados de 2018. Desde então, têm injetado dinheiro em publicidade em diversos setores, de clubes de futebol a artistas. A reportagem conversou com influencers que não aceitaram fazer propaganda do tema. Eles disseram que ficaram balançados com as propostas, e lamentaram o que consideram represálias a categoria devido às polêmicas recentes do setor de apostas.

"Quase todo dia chegam propostas na minha caixa de mensagem. Algumas esperam que respondam, outros já apresentam as condições", conta Mariana Mendes, que há oito anos produz conteúdo de maquiagem e beleza para seus mais de 180 mil seguidores no Instagram.

"É dinheiro fácil", diz ao mostrar um dos contatos mais recentes. Uma conta verificada, em nome da casa BET7k, oferece R$ 100 mil antecipado por dois stories por dia durante uma semana, sem metas de engajamento.

"As marcas, com quem trabalho, chegam de um jeito profissional, já me conhecem e conversam com meu propósito", diz Mariana. "O que eu falo, meus seguidores acreditam. Se alguém for prejudicado, vai ser por minha causa. Que resposta eu vou dar?", questiona ela.

A influencer afirma que já conviveu com pessoas próximas viciadas em aposta, e, por isso, é totalmente contra.

O professor universitário e influenciador Rafael Belli também já recebeu o que classifica como "propostas escandalosas". Ele tem 1,4 milhão de seguidores no TikTok.

Uma delas pagaria R$ 20 mil por um vídeo educacional sobre como as pessoas deveriam jogar com responsabilidade. "Quase aceitei, mas percebi que seria mais publicidade velada", diz. A outra pagava o mesmo valor por mês e mais uma porcentagem de quanto seu seguidor gastava na plataforma.

"O valor é tentador mesmo. Se estivesse numa condição diferente, talvez me balançaria. Mas não sei se conseguiria dormir a noite", afirma. "Na universidade, já há muitos casos de alunos que pararam de pagar mensalidade para jogar no tigrinho."

Um de cada três brasileiros de 16 a 24 anos afirma que já apostou, mostra o Datafolha. É o dobro da média de 15% para todo país. Os números ajudam a explicar os quase R$ 50 bilhões gastos por brasileiros em apostas online no ano passado, segundo o Banco Central.

"Estamos vivendo uma epidemia e os influencers tem sua culpa no cartório", afirma a especialista em marketing de influência Gigi Grandin. E as marcas têm notado isso. "Hoje, é muito comum as empresas fazerem um pente fino na carreira do influenciador antes de uma parceria". Ou seja, se já anunciou casa de aposta ou cassino, por quanto tempo e de que forma, explica.

"Os influencers precisam se tocar que é desigual o trato entre pessoa física e jurídica", diz. Quando um canal de TV anuncia em uma casa de aposta, por exemplo, as repercussões são totalmente diferentes das de um influenciador, afirma ela.

As implicações não só impactam a carreira, como também podem gerar processo. "A partir do momento em que um influenciador atrela sua imagem a algum produto, é como se ele desse chancela de qualidade", afirma Danielle Biazi, advogada especializada em direito civil.

É como se uma varejista vendesse um produto defeituoso. "O consumidor, com razão, iria buscar seus direitos com quem produziu bem como quem vendeu", diz a advogada. Ela aponta que os Procons (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) pelo país têm aplicado essa interpretação.

As decisões de âmbito civil e penal já abalam o mercado. "As prisões serviram de exemplo, de que não é terra sem lei como achavam. O pessoal vai analisar mais com quem faz parceria", afirma Eduardo Feltrin, do TuristandoSP, que conquistou 1,1 milhão de seguidores no Instagram através de avaliações de restaurantes e pontos turísticos.
"Nós sempre recebemos propostas estranhas, mas depois da Blaze virou algo generalizado e sem limites".

A Blaze é um cassino online que atraiu muita atenção em 2023, tanto por patrocinar celebridades quanto por denúncias de usuários de que a plataforma não pagava o que prometia aos jogadores. A Justiça bloqueou R$ 101 milhões do site à época.

Feltrin disse que recebeu uma proposta da plataforma de mais de R$ 1 milhão para divulgá-la em seu perfil.

"Nos balançou", confessa Carol Barduk, co-autora do TuristandoSP e namorada de Eduardo. "Mas vemos que foi a decisão certa. Hoje há um racha em quem anuncia apostas e quem fica de fora. Fico chateado, porque já me afastei de muitas pessoas do meio. Considero falta de caráter."

A reportagem tentou contato com as casas de apostas mencionadas, que não possuem sede no Brasil, mas nenhuma delas retornou.

 

*Informações da Folhapress 
 

Tragédia

Jogador de futebol morre em acidente ao atropelar vaca em rodovia de MS

O jovem era jogador da Seinter (Sociedade Esportiva Indígena Terena). Em nota, a FFMS lamentou a morte e anunciou o adiamento dos jogos do clube neste final de semana."

28/09/2024 16h31

João Paulo de Castro Silva, de 17 anosm  era atleta do Seinter (Sociedade Esportiva Indígena Terena),

João Paulo de Castro Silva, de 17 anosm era atleta do Seinter (Sociedade Esportiva Indígena Terena), Divulgação/

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João Paulo de Castro Silva, de 17 anos, morreu na noite desta sexta-feira (27) após colidir a motocicleta que conduzia contra uma vaca, próximo ao Assentamento Marcos Freire, em Dois Irmãos do Buriti, a 115 quilômetros de Campo Grande. 

O adolescente era jogador do Seinter (Sociedade Esportiva Indígena Terena), e a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) emitiu uma nota lamentando a morte do atleta, além de determinar a suspensão dos jogos da Seinter no Campeonato Estadual Sub-17 neste final de semana. 

João Paulo de Castro Silva, de 17 anosm  era atleta do Seinter (Sociedade Esportiva Indígena Terena),Divulgação

Segundo informações de testemunhas, o adolescente conduzia a motocicleta Yamaha Lander 250 quando foi surpreendido por uma vaca que apareceu nas margens da rodovia. 

O impacto foi tão violento, que o corpo do jovem foi arremessado do outro lado da pista.  

Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), estiveram no local, mas encontraram o adolescente e o animal sem vida. 

 

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Saúde

Anvisa mantém proibição do fenol em procedimentos estéticos e de saúde

O veto à utilização do produto, decretado em junho, era temporário

28/09/2024 16h00

Anvisa proíbe o uso de Fenol em procedimnetos estéticos

Anvisa proíbe o uso de Fenol em procedimnetos estéticos Redes Sociais/ Divulgação

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) manteve a proibição da importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e o uso de produtos à base de fenol em procedimentos estéticos e de saúde.

A medida, publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira (27), tem caráter preventivo e é por tempo indeterminado. A agência ainda analisa as evidências científicas disponíveis e as informações encaminhadas por entidades de classe e associações da área de saúde, em resposta às diligências realizadas pelo órgão.

O fenol é uma substância química cáustica, utilizada por dermatologistas em peelings químicos profundos para tratar rugas, manchas na pele e cicatrizes.

O veto à utilização do produto havia sido decretado em junho, mas de forma temporária.
O procedimento feito com o ácido ganhou atenção quando o empresário Henrique da Silva Chagas, 27, morreu em uma clínica de estética no Campo Belo, na zona sul de São Paulo, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória causada pelo peeling de fenol.

Permanecem autorizados e fora da proibição os produtos que possuem a substância fenol em sua formulação regularizados junto à Anvisa e usados em laboratórios analíticos ou de análises clínicas.

A lista inclui os medicamentos dordente (Hearst Laboratórios), auris-sedina; pomada de erva de bicho, adrenalina e hamamélis composta imescard (Laboratórios Osório de Moraes), syrex (FDA Allergenic Farmacêutica), e dos dispositivos médicos Paramonoclorofenol canforado (da Maquira Indústria de Produtos Odontológicos e da Lucipharma Indústria Farmacêutica), fenois (Far Diagnostics) e Paramonoclorofenol (Biodinâmica Química e Farmacêutica).

Não existe produto à base de fenol regularizado na Anvisa com indicação para procedimentos de peeling.
 

*Informações da Folhapress

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