Política

ELEIÇÕES 2024

Disputa pela prefeitura de Dourados deve ser mais uma vez muito acirrada

Pela terceira vez consecutiva, pleito caminha para que o vitorioso tenha uma diferença de apenas três pontos percentuais

Continue lendo...

As eleições municipais em Dourados deste ano caminham, mais uma vez, para serem umas das mais acirradas, a exemplo dos pleitos de 2012 e 2020, ou seja, há 12 anos, quando os vitoriosos conquistaram a cadeira de chefe do Executivo municipal com uma diferença de apenas três pontos percentuais.

Em levantamento feito pelo Correio do Estado, levando em consideração pesquisas de intenções de votos já divulgadas e análises de especialistas políticos de Mato Grosso do Sul, neste ano, a briga pelo cargo de prefeito de Dourados está polarizada entre o atual prefeito Alan Guedes (PP) e o ex-deputado estadual e radialista Marçal Filho (PSDB).

Mesmo com o município tendo ainda mais cinco candidatos - Tiago Botelho (PT), Racib Harb (Novo), Bela Barros (PDT), Beto Teles (Rede) e Valderi Garcia (PCO) -, as pesquisas de intenções de voto e as análises dos especialistas políticos demonstram que o vencedor será, ou Marçal Filho, ou Alan Guedes, muito por conta de Dourados não ter mais de 200 mil eleitores, pois, caso tivesse, teria a possibilidade de um segundo turno.

Atualmente, conforme a nova contagem do Censo 2022, divulgada no dia 1º de julho de 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Dourados tem 260.640 habitantes, porém, de acordo com a distribuição do eleitorado do Estado por município, divulgado no dia 31 de agosto deste ano pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), o município tem 163.229 eleitores, portanto, ainda faltam 36.771 eleitores para alcançar 200 mil.

Portanto, pelo menos por enquanto, o pleito em Dourados é turno único e o novo prefeito será conhecido no próximo dia 6 de outubro, podendo ser o atual, o progressista Alan Guedes, ou um novo, o tucano Marçal Filho.

A princípio, o favorito é o radialista tucano, que teria uma vantagem considerável sobre Alan Guedes, porém, até o dia da votação, conforme os especialistas, essa diferença deve desidratar, ficando próxima de três a cinco pontos percentuais, ou seja, a disputa será voto a voto.

BIOGRAFIAS

Natural de Dourados e 38 anos de idade, Alan Guedes é casado com Kelly França e é pai de Ítalo, de 4 anos. Cursou Direito na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Relações Internacionais na Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp).

Antes de ser eleito em 2020, ele era operador de Direito e também professor universitário, sendo que em 2012 foi eleito vereador e reeleito em 2016, chegando a presidente da Câmara Municipal de Dourados.

Neste ano, busca a reeleição ao cargo de prefeito e, para isso, conta com o apoio da senadora Tereza Cristina (PP), ex-ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Essa aproximação de Tereza Cristina e Jair Bolsonaro criou a expectativa de Alan Guedes contar com o apoio do ex-presidente, algo que acabou não se concretizando.

LOCUTOR

Marçal Gonçalves Leite Filho também é natural de Dourados e tem 61 anos de idade, sendo empresário da área de radiodifusão (dono da rádio 94 FM, onde também é locutor).

Além disso, também é advogado formado em Direito pelo Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), em 1990.

Na vida política, ele foi vereador  por duas vezes (1992 pelo DB e 2016 pelo PSDB), deputado federal por três mandatos (1998 pelo PSDB, 2009 pelo MDB e 2010 pelo MDB) e deputado estadual (2018 pelo MDB).

Nas eleições deste ano, deixou o PP e retornou ao PSDB para disputar a prefeitura de Dourados, tendo o apoio Jair Bolsonaro, o que reforça seu favoritismo, pois, além de ser um radialista carismático, tem as bênçãos do ex-presidente, um nome muito forte junto aos eleitores douradenses.

Saiba

Nas eleições municipais de 2016, Délia Godoy Razuk foi eleita prefeita de Dourados pelo extinto PR, com 39,82% dos votos contra 36,96% de Geraldo Resende (PSDB), ou seja, menos de três pontos percentuais de diferença (2,86%). 

Já nas eleições municipais de 2020, Alan Guedes foi eleito prefeito de Dourados pelo PP, com 33,09% dos votos contra 30,59% de Barbosinha pelo extinto DEM, isto é, também com menos de três pontos percentuais de difença (2,5%).


Assine o Correio do Estado

PROJETO POLÊMICO

No PSDB de MS, anistia que pode alcançar Bolsonaro "perde" por 2 a 1

Governador Eduardo Riedel se manifestou favorável à anistia neste sábado (5), mas em seu partido, maioria dos deputados que podem votar o projeto é contra

06/04/2025 15h30

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O Projeto de Lei que perdoa os condenados pelos atos de depredação e vandalismo nos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que é polêmico e divide opiniões dentro dos partidos. Dentro do PSDB em Mato Grosso do Sul, cujo governador Eduardo Riedel anunciou neste sábado adesão ao projeto que anistia os condenados pelo 8 de janeiro, e também a pessoas envolvidas na organização ou apoio às manifestações desde outubro de 2022, também há disputa. 

Dos três deputados tucanos de Mato Grosso do Sul, o placar é de 2 a 1 contra o projeto que anistia os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, cuja redação abre brecha para livrar Jair Bolsonaro das acusações que recebeu recentemente. 

Levantamento do jornal O Estado de São Paulo, chamado “Placar da Anistia”, indica que Beto Pereira, que concorreu à prefeitura de Campo Grande no ano passado, e que teve apoio de Jair Bolsonaro (PL) é o único deputado federal tucano de Mato Grosso do Sul que apoia o projeto do deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). 

Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende manifestaram-se contra o projeto no Placar da Anistia. Ambos têm formação em partidos de esquerda. Dagoberto foi por longo período do PDT, já Geraldo Resende, integrou o PPS, que hoje transformou-se no Cidadania. 

Na bancada federal, também há equilíbrio: Dagoberto, Geraldo Resende, Valder Loubet (PT) e Camila Jara (PT) são contra. Já Beto Pereira, Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP) são favoráveis. O placar é 4 a 4. 

A adesão de Riedel

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), na véspera da manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela anistia aos envolvidos na depredação e invasão da sede dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, decidiu apoiar o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.

Para se manifestar favorável ao projeto, Eduardo Riedel publicou nas redes sociais uma foto ao lado de líderes de outros partidos, como a senadora Tereza Cristina (PP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

O Correio do Estado apurou que, ao longo da semana, Jair Bolsonaro atuou fortemente para ampliar a adesão de governadores, sobretudo em meio aos preparativos da manifestação da Avenida Paulista deste domingo, na qual Tarcísio de Freitas é anfitrião. Telefonemas de Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina foram fundamentais para fazer Riedel, que tem integrantes do PT em seu governo, e em seu partido deputados federais que não concordam com o projeto da anistia, a se manifestar. 

Eduardo Riedel fala em questão “humanitária” e em rever a “dosimetria das penas”. Mas o projeto vai muito além e perdoa todos os envolvidos. “Não dá para errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar excessos cometidos naquele momento com excessos no atual momento.”

Com esse posicionamento, Riedel reconsidera a condenação feita por ele próprio aos atos de vandalismo e depredação do patrimônio, que classificou como “inaceitáveis” à época. 

O projeto 

Um relatório do Supremo Tribunal Federal (STF) de janeiro deste ano apontou que 371 pessoas haviam sido condenadas por crimes relacionados ao 8 de janeiro de 2023. Outras 527 teriam admitido a prática de crimes relacionados e feito acordos com o Ministério Público Federal (MPF) para não serem processadas.

O texto do projeto de Sóstenes Cavalcanti prevê a anistia para pessoas direta ou indiretamente envolvidas no 8 de janeiro e até mesmo por atos anteriores.

Isso, em tese, beneficiaria Bolsonaro, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o suposto líder de uma organização que teria tentado dar um golpe de Estado que teria culminado com o 8 de janeiro.

Bolsonaro é réu crimes como de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Manifestação

Vice-prefeita de MS é "voz" do estado em manifestações de direita em São Paulo

Recentemente, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura de Gianni ao Senado Federal na eleições de 2026.

06/04/2025 14h35

Vice-prefeita de MS é

Vice-prefeita de MS é "voz" do estado em manifestações de direita em São Paulo Divulgação

Continue Lendo...

A vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL), assume papel de destaque no cenário político atual ao representar o Mato Grosso do Sul em ato contra a anistia dos presos do dia 08 de janeiro e em defesa da direita brasileira.

A parlamentar foi convidada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em entrevista à Rádio Capital 95FM a ser a voz sul-mato-grossense no evento de hoje (6), que deve reunir milhares de apoiadores. 

"Recebo essa missão com responsabilidade e orgulho. Nosso estado estará representado nesse momento decisivo para a união da direita brasileira", comentou Gianni. 

Recentemente, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura de Gianni ao Senado Federal na eleições de 2026 e a participação da vice-prefeita fortalece seu nome para a corrida eleitora.

Ela representa uma aposta da banca bolsonarista em novos nomes e rostos para renovar sua bancada. O apoio antecipado de Bolsonaro indica a estratégia do grupo em fortalecer sua base regional desde agora. 

"Mato Grosso do Sul, eu tenho já uma pré-candidata ao Senado. Que uma vez chegando aqui, não vai fazer o que eu quero, vai fazer o que tem que ser feito... A Gianni está no radar da gente como a possível candidata nossa ao Senado", declarou Bolsonaro.

Manifestações

Organizadas por movimentos conservadores e nomes influentes da direita brasileira, os atos de 16/3 e 6/4 têm como bandeiras principais o pedido de anistia para os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, além de defender pautas conservadoras como a liberdade individual, valores cristãos e crítica à atual gestão federal. 

A primeira manisfestação reuniu políticos e público de direita na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

No ato, Bolsonaro defendeu a anistia, disse que não vai sair do Brasil, comparou seu governo com o de Lula, fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes e pediu que seus apoiadores deem "50% da Câmara e 50% do Senado" nas próximas eleições para bolsonaristas. Cerca de 18 mil pessoas estiveram no evento, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

O movimento de hoje deve reunir adeptos na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento é, também, um termômetro para os líderes de direita, para saberem se apostam em mais movimentos para levar as pessoas às ruas, mesmo após Bolsonaro e mais sete aliados terem se tornado réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado.

Além da vice-prefeita Gianni Nogueira e do marido, Rodolfo Nogueira, outros políticos de Campo Grande e demais municípios de Mato Grosso do Sul confirmaram presença nos atos. Nomes como Coronel David (PL), Neno Razuk, Lucas de Lima, João Henrique Catan, os vereadores Rafael Tavares, André Salineiro e Ana Portela estariam confirmados. 

Gianni iniciou seu discurso fazendo apelo em favor dos presos políticos do 8 de janeiro e finalizou com um clamor a Deus, por meio da canção: Deus, Sara essa nação. 

“O povo brasileiro entendeu que existe um destino para o Brasil e o destino do Brasil é ser uma nação livre”, afirmou.

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).