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la casa de papel

Investigada em MS, ação da PF apreendeu R$ 4,1 bilhões de empresa de investimento

Esquema lesou 1,3 milhão de pessoas em mais de 80 países; na operação, foram encontrados carros de luxo e esmeraldas

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Investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato, um grupo de empresários que eram sócios em uma empresa de investimento foi alvo da Polícia Federal.


Durante a Operação La Casa de Papel, os agentes apreenderam cerca de R$ 4,1 bilhões em esmeraldas, carros de luxo, dinheiro de vários países e ouro.

O valor exato ainda não foi divulgado porque até o fechamento desta matéria a polícia ainda terminava de contabilizar os objetos apreendidos.


De acordo com a investigação, o grupo é suspeito de implementar um esquema de pirâmide financeira transnacional em mais de 80 países. O esquema captou recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas.

O prejuízo aos investidores é estimado em R$ 4,1 bilhões, conforme a Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, onde a investigação acontece.


As investigações tiveram origem em agosto de 2019, quando o diretor de marketing da Trust Investing, Fabiano Lorite de Lima, foi preso em Dourados, junto de Jean Pessoa de Souto e Cláudio Barbosa.

Conforme a Polícia Federal, eles se deslocavam em direção à fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai com escolta armada. 


Durante abordagem, foram encontradas esmeraldas avaliadas em U$ 100 mil, que estavam ocultas e não tinham origem legal. A corporação alega que a nota fiscal que amparava as pedras preciosas estava cancelada.


Em audiência de custódia na Justiça Federal, no dia seguinte, os três foram soltos em liberdade provisória e sob pagamento de fiança.


Depois disso, a Polícia Federal começou a investigar o grupo e descobriu que, além das pedras preciosas, havia a existência de esquema de pirâmide financeira, cujas operações teriam se iniciado em 2019, “estando em curso e pleno desenvolvimento até o momento de deflagração da operação”, diz trecho de nota da PF.


“Os investigados, com utilização massiva de redes sociais, marketing, reuniões por diversos estados e países, centenas de ‘team leaders’ arregimentados, além da estrutura e apoio de entidade religiosa pertencente a um deles, atuavam para captar recursos e, assim, gerir uma empresa que oferecia pacotes de investimentos/aportes financeiros desde U$ 15 a U$ 100 mil, com promessa de ganhos diários em percentuais altíssimos”, descobriu a investigação.


Nas redes sociais, o fundador da empresa, Patrick Abrahão, que é casado com a cantora carioca Perlla, mostra uma vida de muito luxo, com diversas viagens, como para Dubai, Cancún e países da Europa. Nas fotos ele está sempre com muitas joias e ao lado de carros de luxo.


Aos investidores, os sócios diziam que a empresa era legalizada na Estônia e que teriam parte de duas instituições financeiras, porém, a PF afirma que todas as empresas do grupo não existiam de fato.


“Os investigados não tinham qualquer autorização para a captação e gestão dos recursos levantados no Brasil, na Estônia ou em qualquer outro país, tendo ainda diversos alertas de órgãos financeiros em vários países, como Espanha, Panamá, entre outros, no sentido da ausência de autorização e de que se tratava de esquema de pirâmide financeira”, continua a nota.


O grupo prometia ganhos altos e fáceis. Por meio de sites e aplicativos que mantinha nas redes sociais, a organização prometia que os investimentos seriam multiplicados em ganhos diários, que poderiam chegar a até 20% ao mês e mais de 300% ao ano, “por meio de transações no mercado de criptoativos por supostos ‘traders’ a serviço da empresa, os quais seriam utilizados para multiplicar o capital investido e, ainda, instando os que ingressavam no negócio a captar novos investidores, em mecanismo que chamavam de ‘binário’, proporcionando ganhos porcentuais sobre os valores investidos por novas pessoas que eram atraídas para o esquema”.


No fim do ano passado, o grupo criou duas criptomoedas, sob o nome de Truster Coin e Truster Energy.

“Foi identificada manipulação de mercado para valorizar uma das moedas artificialmente em 5.500% em apenas 15 horas, com pico de até 38.000%, dias depois. Tudo isso para manter a pirâmide financeira o maior tempo possível em atividade, pois as criptomoedas foram também utilizadas para pagar os investidores”, diz a PF.

SEM PAGAMENTO


Contas bancárias dos investigados, de empresas de fachada, de parentes, além de terceiros ligados ao grupo e de uma entidade religiosa, foram usadas para movimentar o dinheiro.

Somente o grupo religioso movimentou mais de R$ 15 milhões, além de ser usado também para captar investidores, buscando a ocultação e a lavagem de dinheiro dos recursos.


Os pagamentos aos investidores pararam após a prisão de um dos líderes em Cuba. Foi então que os fundadores da organização deram a justificativa de que o governo de Cuba teria impedido a empresa de atuar no país e não realizou pagamento a cubanos que participavam da pirâmide. 


“Na sequência, ante o volume de dinheiro subtraído pelo esquema criminoso, os investigados começaram a impor dificuldades para realização dos pagamentos aos investidores lesados e, como forma de garantir seus lucros, passaram a estabelecer prazos cada vez maiores para resgate, o que impedia os saques dos valores aportados pelos investidores. A investigação demonstrou que os investigados combinaram um ‘ataque hacker’, plano que foi efetivamente implementado no fim de 2021”, relata a polícia.


No suposto ataque, os líderes da organização alegaram um “imenso prejuízo financeiro com a ação” e retiveram todo o dinheiro dos investidores, propondo a suspensão de todos os pagamentos sob o argumento da necessidade de uma auditoria financeira.


Após o fim da suposta auditoria, o grupo anunciou uma reestruturação da empresa, a fim de que os investidores efetuassem novos aportes. A investigação aponta também que houve ameaças do “CEO” da empresa de que quem processasse ou realizasse registros de boletins de ocorrências seria identificado, processado e não receberia o valor investido de volta.


Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva contra os líderes da organização e 41 mandados de busca e apreensão. Apesar de terem sido expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, os mandados foram cumpridos fora de Mato Grosso do Sul, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. 


Houve ainda o bloqueio de U$ 20 milhões e sequestros de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas.


Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro por operar sem autorização, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, usurpação de bem mineral da União Federal, execução de pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, falsidade ideológica e estelionato por meio de fraude eletrônica.

As penas máximas, somadas, podem chegar a 41 anos de prisão, sem prejuízo do perdimento dos bens e de multas ambientais e tributárias a serem apuradas.

ALERTA


Segundo o advogado, especialista em segurança e ex-superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul Edgar Marcon, é importante que as pessoas desconfiem de toda promessa de ganhos fáceis e muito acima do valor praticado por qualquer instituição financeira.


O especialista pede que as pessoas pesquisem antes de embarcar nesse tipo de investimento. “As pessoas que têm dinheiro para investir, economias, até mesmo por falta de instrução sobre investimentos, acabam aceitando juros altos ou buscam a melhor oferta. Mas é importante buscar mais informações sobre qualquer tipo de investimento, tem de buscar informação sobre tudo, não pode cair na primeira oferta milagrosa”, alerta.


Para ele, muitas vezes, as pessoas ficam cegas pelas promessas de dinheiro rápido e fácil e continuam caindo nesses esquemas de pirâmide, que são denunciados há anos pela polícia.


“As pessoas têm de prestar atenção no que está sendo oferecido, isso de dobrar o patrimônio de um dia para o outro não existe nem no mercado nacional nem no internacional. A ganância do ser humano muitas vezes cega as pessoas”, avalia.


Marcon ainda orienta que as pessoas interessadas em fazer investimento devem procurar instituições sólidas e a ajuda de profissionais cadastrados pela Bolsa de Valores.

SAIBA

Segundo a Polícia Federal, a operação tem esse nome em razão de alguns dos investigados serem detentores também da nacionalidade espanhola e por terem montado uma bilionária pirâmide financeira, com o seu próprio banco e a sua própria “casa da moeda”, fabricando dinheiro por meio de criptoativos próprios.

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Cotidiano

Um Quarto dos Países do Mundo Proíbe Uso de Celulares em Sala de Aula

Entre os países que anunciaram a proibição estão Espanha, Grécia, Finlândia, Holanda, Suíça e México.

20/09/2024 21h00

Medida vem sendo preparada para proíbição de celulares nas escolas do país

Medida vem sendo preparada para proíbição de celulares nas escolas do país Foto: Tatyane Santinoni

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Um em cada quatro países do mundo já adotou leis que proíbem o uso de celular nas escolas, segundo o Relatório Global de Monitoramento da Educação da Unesco.

Segundo o estudo, a simples presença dos celulares em sala de aula provoca distração nos estudantes, o que acarreta em prejuízos na aprendizagem. Também destaca que o uso de equipamentos eletrônicos dentro das salas de aula atrapalha a gestão dos professores com as turmas.

"Estudos usando dados do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, aplicada pela OCDE] indicam uma associação negativa entre o uso das tecnologias e o desempenho dos estudantes", diz o relatório, que foi feito em 2023.

Entre os países que anunciaram a proibição estão Espanha, Grécia, Finlândia, Holanda, Suíça e México. Na França é um dos pioneiros na proibição ao uso de celulares, com uma lei de restrição de 2018.

Nas escolas francesas, os alunos não podem usar os aparelhos em nenhum momento, inclusive durante os recreios. É prevista exceção à regra para alguns grupos de alunos, como os com deficiência, que demandam o suporte da tecnologia.

Na Grécia, a medida começou a valer no início deste semestre letivo. Os alunos podem levar os celulares para a escola, mas precisam mantê-los dentro da mochila durante todo o período escolar. A mesma medida é adotada na Dinamarca.

No Brasil, o governo Lula prepara um pacote de medidas para tentar conter os prejuízos do excesso de telas na infância e na adolescência, dentre elas o banimento do uso de celulares pelos estudantes em todo o ambiente escolar.

Já existem alguns estados brasileiros que adotaram leis para restringir o uso do equipamento. É o caso do Rio de Janeiro, que após uma consulta pública, na qual 83% dos entrevistados se declararam favoráveis à restrição, decidiu por proibir o dispositivo dentro e fora de sala de aula, inclusive no recreio.

Outros estados criaram regras para restringir o uso de celular para atividades pedagógicas, como é o caso de Roraima, Distrito Federal, Maranhão, Tocantins, Paraná e São Paulo. Professores, no entanto, alertam que a medida é difícil de ser cumprida, já que é difícil fiscalizar o que os estudantes fazem com o aparelho em mãos.

Apesar de limitar o uso do celular para atividades pedagógicas, estados como São Paulo e Paraná, passaram a incentivar o uso de tecnologias digitais em suas escolas. Na rede paulista, por exemplo, os professores são cobrados para que os alunos façam redação online, exercícios em aplicativos e usem material digitalizado.
A medida vai na contramão das recomendações feitas pela Unesco no relatório. Segundo a entidade, não existem evidências científicas suficientes para comprovar os benefícios do uso da tecnologia digital na educação. E alerta que os investimentos nessa área podem estar tomando o recurso de ações mais efetivas para a melhoria do ensino.

"A atenção excessiva à tecnologia geralmente tem um alto custo. Recursos despendidos em tecnologia, em vez de em sala de aula, professores e livros didáticos para crianças em países de renda baixa a média baixa, que não têm acesso a esses recursos, provavelmente colocarão o mundo em uma posição ainda mais distante de alcançar o objetivo mundial de educação", diz o relatório.

 

*Informação da Folhapress 

Tudo por Like

Influencer "Cata Click" afirma ter caído em uma armação

Jovem que invadia comércios com a moto alega ter sido vítima de perseguição e promete provar na Justiça

20/09/2024 18h20

Reprodução: Instagram

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O motociclista e influencer que ficou conhecido por invadir lojas com sua motocicleta afirmou, por meio de suas redes sociais, ter sido vítima de uma tocaia.

Após ter sido abordado durante uma de suas “pegadinhas”, em que invadiu uma concessionária, Leonardo Coenga, conforme noticiado pelo Correio do Estado, foi abordado pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. 

Para provar a teoria de que tudo não passou de uma armação, o influencer chegou a alegar que imagens das câmeras do circuito interno da concessionária eram instalações feitas para “pegá-lo no pulo”.

“Eles mesmos armaram o flagrante ‘contra mim mesmo’. E ainda as pessoas querem julgar, querem falar”, disse Leonardo e completou:

“Eu vou fazer um vídeo da reportagem que fizeram e vou desmentir todas as mentiras que falaram lá. Tanto do policial também, não tenho nada contra ele, mas das informações erradas que ele passou.”

O policial, segundo o influencer, teria dito que a moto estava com restrição de transferência e explicou que ainda está pagando prestações; portanto, está alienada em nome do banco.

O jovem manifestou chateação com a polícia nas palavras dele: “Eles podiam estar ocupados com ocorrências de tráfico de drogas, mas estavam ocupados com o influencer de 21 anos”.

Além disso, em dado momento, recordou ter combinado com uma conta que acreditou ser da concessionária sobre a invasão com a moto.

“Quando aconteceu lá, eu falei a todo momento: 'Senhor, está tudo combinado com o gerente da loja'. Um perfil fake falou que eu tinha autorização.”

Entenda

Após um comerciante que teve o espaço invadido registrar a placa da moto, o criador de conteúdo digital entrou no radar da polícia. Na manhã de terça-feira (17), após invadir uma concessionária de moto na Capital, ele sofreu uma abordagem.

O subcomandante Everton Miller Franco afirmou que, há 10 dias, a equipe vinha recebendo denúncias anônimas que contavam a mesma história: um motociclista invadiu comércios com a moto, gravando vídeos e fazendo brincadeiras, alegando ter confundido o local.

“Eu sou novo, tenho 21 anos. Meu público, você que tem 30, 40 ou talvez 50 anos que me assiste, quando tinha 20 anos, nunca fez bobagem na sua vida? Cara, eu estou em um processo de amadurecimento. Tenho 21 anos, isso que as pessoas têm que entender, têm que perceber que estou na fase de vivência”, justificou o influenciador.

** Colaborou Alicia Miyashiro

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