Refugiados no País vizinho, acusados dos atentados foram presos e aguardam data para extradição
Confirmada a prisão, pelo Ministério de Segurança da Argentina, de dois dos 61 brasileiros procurados pelos atentados golpistas de 8 de Janeiro de 2023 que fugiram para o País vizinho, abaixo você confere exatamente quem são Joelton Gusmão de Oliveira e Rodrigo de Freitas Moro Ramalho.
Sendo 265 acusados já condenados pelos mais diversos crimes durante o atentato em 8 de janeiro, a prisão dos dois, como bem acompanhada pelo Correio do Estado, precede a extradição de ambos.
Joelton Gusmão de Oliveira foi o primeiro detido, na última quinta-feira (14), na cidade de La Plata, longe cerca de 60 quilômetros da capital argentina, enquanto Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 34 anos, foi detido ainda ontem (15).
Informações do Ministério de Segurança enviadas ao Estadão, apontam que ambos seguem aguardando decisão do juiz Daniel Rafecas, da Justiça Federal da cidade de Buenos Aires, sobre a possível data das extradições.
Gusmão já prestou depoimento, enquanto Ramalho deve ser ouvido ainda neste sábado (16).
Após identificado pela Polícia Federal (PF) que mais de 60 fugutivos brasileiros estariam na Argentina, ainda em outubro o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a extradição dos procurados.
O pedido original, feito por meio de uma consulta em junho deste ano pelas autoridades brasileiras, questionava sobre o paradeiro de 143 investigados e condenados por participação na tentativa de golpe.
Na época, o porta-voz da Casa Rosa, Manuel Adorni, afirmou que o governo de Javier Milei seguiria com o processo conforme a legislação do país.
"Se efetivamente existem criminosos na Argentina nessas condições, seguiremos o caminho legal correspondente."
Joelton
Morador de Vitória da Conquista (BA), Oliveira foi condenado a 17 anos de prisão em fevereiro deste ano, pelos crimes de:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
- Ggolpe de Estado,
- Dano qualificado,
- Deterioração do Patrimônio tombado e
- Associação criminosa armada.
Relatório da Polícia Federal (PF) aponta que Oliveira fez gravações de seu celular e afirmou que "é assim que toma o poder", chamando outras pessoas a subirem a rampa do Congresso Nacional.
"Dentro de um dos prédios públicos, Joelton Gusmão de Oliveira comemora a entrada no prédio, afirmando estar ‘dentro da nossa casa’, enquanto filma a sua esposa também em postura de comemoração. Nesse registro, inclusive, é possível ouvir um barulho de bomba ao fundo", diz trecho do documento apurado pelo Estadão.
"Já nas dependências do Plenário do Senado, grava a sua esposa fazendo uso de microfone instalado em uma mesa do ambiente para afirmar que estão exigindo intervenção militar porque todo poder emana do povo, juntando-se Joelton Gusmão de Oliveira ao coro de ‘todo poder emana do povo’", descreve o relatório sobre a atuação de Oliveira e de sua esposa, Alessandra Faria Rondon, também condenada a 17 anos de prisão.
Rodrigo
Morador de Marília, no interior paulista, Ramalho era considerado foragido desde abril deste ano, quando a polícia perdeu o sinal de sua tornozeleira eletrônica.
A medida cautelar foi imposta para que ele cumprisse a liberdade provisória, concedida por Moraes em agosto do ano passado.
Entregador de comida e pai de dois filhos, Ramalho foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro de 2023 pela participação nos atos golpistas e condenado em abril deste ano a 12 anos e seis meses de reclusão, e um ano e seis meses de detenção.
A pena também inclui o pagamento de indenização a título de danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões, entre todos os condenados no inquérito.
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