O Jardim Noroeste, em Campo Grande, é o bairro que tem o maior número de crianças, uma proporção de 28 para cada 100 mulheres e onde 32,7% dos moradores estão dentro da faixa etária de 0 a 14 anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), referentes ao Censo 2010.
O bairro tem algumas famílias de presidiários, como é o caso de Celma Moreira da Silva, 40 anos, mãe de quatro filhos, que se mudou de Paranaíba (MS) para lá há menos de um ano. Segundo ela, para ficar mais próximo do marido que esta preso no complexo penal localizado na região.
Celma diz que a proximidade do bairro com o presído, facilita a assistência ao esposo. “Eu saí de Paranaíba pra ficar mais fácil de ver meu esposo, pra visitar, levar comida. Aqui no Jardim Noroeste fica bem perto”, explica.
A vizinha de Celma, Eunice Corrêa da Silva, 23 anos, mão de dois filhos, também veio de Paranaíba há dois meses e pelo mesmo motivo. O marido está preso.
Eunice não deixa de reclamar dizendo que por ser comum a vinda de pessoas do interior com filhos para o bairro, deveria haver mais estrutura para receber as famílias. “Aqui no posto de saúde nunca tem médico e eu não consigo vaga na creche para colocar minha filha e poder trabalhar”.
O grande número de crianças no bairro é nítida, sendo comum ver mães com mais de dois filhos. Elas dizem que o ''lixão'' no local também se constitui em problema.
Ao Portal Correio do Estado, mais uma mãe quis dar sua opinião sobre as necessidades do bairro. Glória Regina Evangelista de Assis, 24 anos, mãe de três filhos, aproveitou para reclamar da falta de segurança no local.
“Eu morro de medo de deixar meus filhos brincando na rua, porque toda hora passa carros correndo, deveria ter mais sinalização e iluminação. Fora as constantes ocorrências de estupro e violência que a gente ouve”, diz Glória.
Reclamações
O Bairro Noroeste levou Campo Grande à 13ª posição entre as capitais brasileiras no ranking de percentual de crianças e adolescentes. O principal questionamento dos moradores da região, pelo número de crianças, deveria ter mais investimento da prefeitura em atividades recreativas para ocupá-las, não dando chance para que crianças e adolescentes se tornem futuros presidiários.
As famílias reclamam ainda da vaga de mais escolas e creches para atender a demanda. A questão da moradia também é apontado pelas pessoas que alegam ser o aluguel ser muito caro. A falta de oportunidades de emprego na região também faz parte da ''lista'' de queixas..