Baratas andando pelas paredes, água escorrendo através de infiltrações, cheiro de mofo e gambiarras para luz elétrica fazem parte do dia a dia dos menores que cumprem medida socioeducativa na Unei Dom Bosco. Ontem, o juiz da Infância e da Juventude, Danilo Burim, visitou os alojamentos da unidade, acompanhado pela imprensa, para mostrar a situação em que se encontra o local. “Trouxe vocês aqui para poderem ver que o que eu estou dizendo não é mentira, como disse o coronel Vilassanti (superintendente de Medidas Socieducativas da Sejusp). Isso aqui não pode abrigar ninguém, está uma imundície, com o perdão da palavra”, atacou Danilo Burin.
Já os infratores reclamam que à noite o local fica totalmente escuro e, num dos alojamentos, a única água disponível é do vaso sanitário. “Com essa água aqui, dona, a gente mata a sede, lava vasilha, lava roupa e também usa para dar descarga na privada’, disse um dos adolescentes.
O superintendente de Medidas Socieducativas , coronel Hilton Vilassanti, disse que recebeu com “estranheza” a notícia da interdição. “Reformamos parte da Unei Dom Bosco e estamos ampliando os alojamentos. Portanto, não sei o porquê dessa determinação”, questionou o coronel.
Mas os novos alojamentos aos quais ele se refere ainda nem saíram do papel e, segundo Vilassanti, isso já é um problema da empreiteira. Ele fez questão de lembrar a construção do laboratório médico, que teria consumido investimentos na ordem de R$ 260 mil mais R$ 22 mil na aquisição de materiais. Mas, de acordo com os agentes que trabalham no local, o médico dá atendimento aos internos somente uma vez na semana. (KC)