Cidades

Crime organizado

Justiça do Paraguai confisca fazendas ligadas ao traficante brasileiro Jarvis Pavão

Imóveis rurais estariam registrados em nome da irmã dele

RENAN NUCCI

02/10/2018 - 09h35
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A justiça do Paraguai confiscou fazendas do narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Chimenes Pavão, condenado por lavagem de dinheiro naquele país e atualmente recluso por outras condenações no Brasil, no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Conforme decisão da juíza Ana Maria Llanes, publicada pelo jornal paraguaio ABC Color, as propriedades estão em nome da irmã dele, Nair Chimenes Pavão, e ficam nas regiões de Concepción, Pedro Juan Caballero, Horqueta e Yby Yaú. 

Pavão foi extraditado para o Brasil em 27 de dezembro do ano passado, sob forte esquema de segurança. Em julho, ele que é um dos pioneiros do Narcosul, esquema de distribuição de entorpecentes que opera em toda a América do Sul, foi condenado a 13 anos e seis meses de reclusão. Segundo sentença da 7ª Vara Federal de Porto Alegre (RS), ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Suçuarana, há quatro anos, pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. 

De acordo com o MPF, Pavão atuava na fronteira com o Paraguai, entre as cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, investindo na importação de cocaína da Bolívia. A droga era armazenada em fazendas localizadas em solo paraguaio e, em momentos oportunos, era despachada a traficantes brasileiros pelo território de Mato Grosso do Sul. Na ocasião da denúncia do MPF, Jarvis estava preso no Paraguai, aguardando sua extradição para o Brasil e, por isso, acabou sendo julgado em separado dos demais denunciados pela operação. 

A investigação consumiu um ano de trabalho. As apreensões de drogas feitas a partir das investigações ultrapassaram a marca de uma tonelada de cocaína. Em julho de 2015, a Justiça Federal condenou outras onze pessoas que participavam da organização que usava caminhões de uma empresa de transportes especialmente preparados para traficar a droga do Mato Grosso do Sul para o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Pavão, já havia sido condenado em maio deste ano pela 5ª Vara Federal de Caxias do Sul (RS) por tráfico internacional de drogas em outra denúncia. 
 

CARBÓN BLANCO

PF deflagra Operação e apreende drogas e armas em 3 cidades do MS

Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em 5 cidades de SP e MS; a investigação começou em janeiro deste ano através de uma interceptação de 1,5 tonelada de cocaína

12/09/2024 16h04

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12)

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12) Polícia Federal/ Divulgação

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Na manhã desta quinta-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Carbón Blanco que tem o objetivo de evitar o tráfico transnacional de drogas e armas de fogo, praticados por organizações criminosas em diversos municípios do estado de Mato Grosso do Sul.

Segundo informações da PF, ao todo, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, e quatro mandados de prisão temporária, além da suspensão de atividades de pessoa jurídica em Ponta Porã/MS, Campo Grande/MS, Camapuã/MS, São Paulo/SP e Birigui/SP.

As investigações iniciaram em janeiro de 2024, quando os responsáveis encaminharam aproximadamente uma tonelada e meia de cocaína. À época, o carregamento estava sendo transportado no interior de uma carga de carvão, apreendido em Araçatuba/SP.

Após a ocorrência, foi identificado que a organização criminosa era especializada neste tipo de delito, que, supostamente, internalizou extensa quantidade de cocaína, além de diversas armas de fogo ilegais, todas em âmbito nacional.

Durante a ação, três pessoas jurídicas e um estabelecimento usado de fachada foram interditados em Ponta Porã/MS. No local, foram apreendidos veículos de luxo, celulares e aproximadamente R$ 24 mil em espécie, um total de R$1,5 milhão em bens. 

Segundo informações, os celulares apreendidos irão colaborar para o prosseguimento das investigações.

Dados de cocaína

Segundo números da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul (Sejusp), a apreensão de cocaína no MS neste ano já ultrapassou a cada das 10,5 toneladas. Até agora, o mês de abril foi aquele com maior volume de quilos da droga confiscados, com 1,9 mil kg.

Ao comparar com os últimos cinco anos (2020 a 2024), este ano é o terceiro com maior quantidade apreendida, atrás de 2023, que registrou 18 toneladas, e 2022, com 16,7. Porém, há de se ressaltar que ainda restam três meses completos para acabar o ano e, se a média mensal for mantida, irá encerrar com a frente de 2022 e se tornar o segundo mês com maior quilos apreendidos. Confira o gráfico dos últimos 10 anos:

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12)Fonte: Sejusp

Dados de armas de fogo

Ainda de acordo com a Sejusp, 1.138 mil armas de fogo foram interceptadas por agentes neste ano. Aquela mais frequente nas apreensões é revolvér, com 277, pistola, com 208, e espingarda, com 78. Março foi o mês com maior quantidade de armas confiscadas, com 173.

Na comparação com os últimos cinco anos, 2024 fica atrás de todos, sendo o maior número registrado durante 2023 inteiro, com 2.250 mil armas apreendidas. Em seguida vem 2021, com 1.931 mil; 2022, com 1.762; e 2020, com 1754. Confira o comparativo dos últimos 10 anos:

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12)Fonte: Sejusp

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DOIS ANOS DEPOIS...

"Amigo-assassino" do 'Batata' é condenado a 12 anos de prisão

Caso aconteceu em julho de 2022, no Conjunto Cohab, e mesmo com a justificativa de legítima defesa, julgamento desta manhã definiu condenação ao vendedor Eryck Rodrigues

12/09/2024 15h02

Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como

Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como "Batata", foi morto a tiros por amigo de infância em 2022 Foto: Reprodução / Facebook

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A 1ª Vara do Tribunal do Júri definiu, na manhã desta quinta-feira (12), a condenação de 12 anos do vendedor Eryck Rodrigues, preso há dois anos por matar o amigo Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como “Batata”, no Conjunto Cohab, na capital sul-mato-grossense.

Durante o julgamento, a defesa do réu alegou variadas teses para inocentá-lo, como legítima defesa, excesso culposo (quando realmente não há a intenção de matar), reconhecimento da violenta emoção (quando o criminoso ficou em choque emocional no momento, capaz de anular sua culpa) e afastamento da qualificadora (ser julgado em uma gravidade menor do que a que está sendo discutida). Além disso, foi pedido a dosagem da pena, ou seja, o quanto o infrator participou do crime.

Porém, mesmo com essas sustentações feitas pela defesa, o Conselho de Sentença não concordou e condenou Eryck a 12 anos de prisão em regime por homicídio qualificado por motivo fútil. Mas, por responder ao processo solto, ele poderá recorrer à pena em liberdade. 

O CASO

O assassinato aconteceu no dia 23 de julho de 2022 e, segundo o documento do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), Eryck se negou a cumprimentar um outro rapaz (que supostamente havia furtado um celular dele) e um desentendimento começou, então Rodiney, de 31 anos, apareceu para separar a briga.

Após isso, o rapaz foi embora do local e apenas Eryck e Batata permaneceram no local, onde começaram a discutir. Porém, o autor decidiu deixar o endereço de moto e a vítima foi buscar a namorada para voltar ao local depois. 

Inesperadamente, Eryck retornou armado e atirando em seu amigo, com dois disparos acertou um nas costas e outro no peito da vítima, que chegou a ser socorrido por pessoas próximas, mas morreu ainda ainda no local. Todo o fato aconteceu na praça da Cohab.

Após o crime, o autor chegou a fugir, mas logo depois se entregou na 5ª Delegacia de Polícia Civil e confessou o assassinato. Em fevereiro de 2023, ele foi denunciado pelo MPMS por homicídio qualificado por motivo fútil, do qual ele passaria a ser condenado oficialmente 19 meses depois da denúncia do órgão.

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