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Justiça tira irmão de Isis da família e menino está sob medida protetiva

Criança de 2 anos e 9 meses terá acolhimento mantido enquanto estiver ocorrendo o processo sobre o caso que investiga a morte da criança estuprada pelo pai

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O irmão da menina Isis Ojeda da Silva foi afastado da família pela Justiça e recebeu medida protetiva contra os pais, suspeitos de serem os responsáveis pela morte da menina de apenas 1 ano e 9 meses.

A investigação sobre a morte de Isis afetou também a vida do menino, que tem 2 anos e 9 meses e agora está sob acolhimento provisório, por meio do Programa Família Acolhedora de Camapuã, que visa acolher crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por medida protetiva. 

O programa busca um ambiente familiar para esses jovens até que seja possível o retorno da criança para família de origem ou o encaminhamento para a adoção.

De acordo com os autos da solicitação da medida protetiva, aos quais o Correio do Estado teve acesso, no dia da morte de Isis Ojeda da Silva, na quarta-feira, o irmão da vítima foi encaminhado pelo Conselho Tutelar de Camapuã para o acolhimento familiar. Isso se deu por conta da "possível situação de risco e vulnerabilidade social vivenciada pelo infante e suspeita de abuso sexual", conforme o Conselho Tutelar afirmou em documento solicitando a medida protetiva à Justiça.

O Conselho Tutelar de Jardim, cidade onde a mãe de Isis morou por um período com ela e seu outro filho, teve acesso a parentes da responsável pela menina no dia da morte da criança, que informaram ao conselho que o irmão de Isis, quando ficava sob os cuidados deles, apresentava comportamento triste quando voltava ao convívio com a mãe, além de repararem que o menino tinha ferimentos no corpo que teriam sido, supostamente, feitos pelo pai. 

Em resposta à reportagem, o delegado de Camapuã que investiga o caso, Matheus Alves Vital, confirmou que uma das linhas de investigação da Polícia Civil da cidade é identificar se a criança acolhida também passava por violação de direitos no convívio familiar com seu pai, Igor Silva de Souza, de 28 anos, que confessou ter estuprado Isis.

"Estamos com investigação em andamento para apuração de eventual crime que o irmão de Isis tenha sofrido. Se for identificado qualquer violação de direitos da criança, as medidas cabíveis serão tomadas", declarou.

O delegado também confirmou que Igor Silva de Souza segue preso em Camapuã, com a prisão preventiva deferida pelo Poder Judiciário, e a mãe das crianças, suspeita de envolvimento no crime, segue em liberdade.

O irmão de Isis esteve sob tutela do conselho após o falecimento da irmã, já que a mãe da criança foi encaminhada à delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso e, não havendo responsáveis legais com condições para cuidar do menino, o Conselho Tutelar o acolheu. 

Assim, de forma momentânea, o Conselho Tutelar recomendou que a criança fosse cuidada por uma família acolhedora, medida esta que foi tomada pelo Poder Judiciário de Camapuã, que autorizou a expedição da medida de proteção do menino. 

A 2ª Vara de Justiça de Camapuã também decretou que o Conselho Tutelar deve prestar efetivo atendimento psicológico à criança com profissionais da área integrantes da rede pública de saúde.

O CRIME 

Em depoimento aos policiais, Igor contou que no dia anterior ao crime estava na casa de uma prima e que ele e a ex-esposa, mãe da menina, deitaram em um colchão na sala com os filhos.

Em dado momento, ele iniciou uma relação sexual com a mãe de Isis e, supostamente, teria aproveitado o fato de a ex-companheira não conseguir ver a filha e estuprado a criança ao mesmo tempo em que fazia sexo com a mãe dela.

No dia seguinte, o homem narrou que a criança teria acordado bem, mas que, depois que ele saiu para trabalhar, recebeu a informação, por meio de uma agente de saúde, de que ela foi levada para o posto de saúde do município.

De acordo com a polícia, durante o atendimento médico, os profissionais da área da saúde identificaram que a criança apresentava indícios de abuso sexual e acionaram as autoridades. A menina morreu logo após dar entrada no hospital da cidade.

O corpo da pequena Isis foi encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) de Costa Rica, para exame necroscópico e sexológico.

Em conversa com a polícia, o homem alegou que teria estuprado a própria filha, que estava doente e tinha recebido alta no dia anterior ao crime, por não conseguir "segurar seus impulsos sexuais". 

A menina de 1 ano e 9 meses estava em tratamento de traqueostomia, e chegou a ser trazida para Campo Grande para receber atendimento por causa disso.

Por conta dos problemas respiratórios, Isis precisava utilizar um equipamento no pescoço que permitia a passagem de ar diretamente para os pulmões, sem a necessidade de passar pelas vias aéreas superiores (nariz, boca e garganta).

REVOLTA POPULAR

O caso de Isis repercutiu na cidade de Camapuã na semana passada, onde a população, revoltada com o crime cometido, protestou no sábado em frente ao suposto endereço que a mãe da vítima estava.

Em razão de os populares manifestarem indignação acreditando que haja omissão por parte da mãe no caso, a Polícia Militar de Camapuã, por questões de segurança, escoltou a mulher até o quartel da corporação. 

O protesto ocorreu em frente a uma residência no bairro Vila Industrial, ação que mobilizou dezenas de pessoas, e o ato foi encerrado pacificamente após mais de quatro horas.

Saiba

Quando esteve internada em Campo Grande, o corpo clínico do Hospital Universitário identificou que haviam larvas e piolhos no aparelho de traqueostomia de Isis, o que indica negligência.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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