Cidades

Símbolo estadual

Lei transforma tuiuiú em ave-símbolo do Pantanal Sul-mato-grossense

Muito antes de lei ser oficializada, animal já era uma das maiores representações do bioma

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O tuiuiú (Jabiru mycteria) foi decretado nesta terça-feira (24), por meio da Lei nº 6.432, como ave símbolo oficial do Pantanal Sul-mato-grossense. O reconhecimento ocorreu devido à relevância ecológica, cultural e turística para a região.

A lei, que havia sido aprovada em 25 de março pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), foi sancionada pelo governador Eduardo Riedel.

Acontece que, muito antes de virar lei, a ave já era símbolo representativo do bioma. Em lojas de lembrancinhas turísticas, seja no aeroporto ou em mercadões, o tuiuiú está sempre presente como um dos principais souvenirs à venda.

A espécie

Com até 1,6 metro de altura, 1,4 metro de comprimento e chegando a pesar até 8 kg, o tuiuiú é a maior ave voadora do Pantanal. De asas abertas, é ainda mais esplendoroso, com uma envergadura que pode chegar a 3 metros, de uma ponta à outra das asas.

O animal possui parentesco com a cegonha (Ciconia ciconia) e, assim como ela, voa com o pescoço e pernas esticados.

Classificado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como Pouco Preocupante, em relação ao risco de extinção, a espécie vive de 30 a 40 anos e estima-se que haja 85 mil exemplares em toda a América Latina.

O tuiuiú se alimenta de peixes, moluscos, répteis, insetos e pequenos mamíferos. A ave também cumpre um papel essencial no ecossistema pantaneiro ao se alimentar de peixes que morrem por falta de oxigênio nas épocas de seca e evitar que as águas sejam contaminadas pela putrefação dos animais.

É também durante esse período de seca que ocorre o período reprodutivo do tuiuiú, que aproveita para se alimentar dos peixes que ficam presos nas lagoas, baías e corixos, facilitando sua pesca. O mussum (Symbranchus marmoratum), a traíra (Hoplias malabaricus) e o grande caramujo aquático pulmonado (Pomacea) são muito utilizados pela ave para alimentar os filhotes.

Em Três Lagoas, por exemplo, aves da espécie são vistas há anos durante esse período na Lagoa Maior, local onde param para se alimentarem antes de seguirem o fluxo migratório.

Resistência ecológica

Um hábito marcante dos tuiuiús é o fato de que utilizam sempre o mesmo local para fazer seus ninhos, que são consideradas as maiores estruturas construídas por aves no Pantanal.

Localizados nas árvores mais altas, as construções são reutilizadas a cada ano, sempre com acréscimo de material. Dessa forma, podem ir crescendo até atingirem 1,85 m de diâmetro e 70 cm de altura, na média. Há registro de ninho com 3 m de diâmetro.

Feitos de galhos mais grossos na parte externa, os ninhos são forrados no interior com capins e plantas aquáticas. A construção fica tão sólida ao final do período reprodutivo, devido ao pisoteio das aves, que é capaz de sustentar uma pessoa adulta sobre ele.

Infelizmente, o período reprodutivo da espécie coincide com a época em que ocorrem grandes incêndios no Pantanal. Por isso, não é incomum ver ninhos serem atingidos pelas chamas. Em 2020, um ninho de tuiuiú, considerado ponto turístico na BR-262, foi queimado. Posteriormente, uma iniciativa da Embrapa com a Energisa construiu um ninho artificial no mesmo local e o casal de tuiuiús voltou a utilizá-lo.

Símbolo cultural

Como símbolo do Pantanal, mesmo que até então não oficialmente, a ave já estava presente em muitas representações artísticas de Mato Grosso do Sul

Quem chega ao estado pelos ares, é recebido logo na saída do Aeroporto de Campo Grande pelo Monumento do Pantanal Sul, popularmente conhecido como “Tuiuiús do Aeroporto”.

A obra, de autoria do artista plástico sul-mato-grossense Cleir Ávila, é formada por três aves da espécie batizadas de Zé Bicudo, Majestoso e Asa Branca. Segundo o criador, um dos principais cartões-postais de Campo Grande, foi feito pensando no design das aeronaves, onde cada ave representa um fase do voo: pouso, abastecimento e decolagem.

“É uma alegria muito grande poder novamente revitalizar essa obra, 25 anos após sua criação. Me lembro que, observando o voo dos tuiuiús, percebi a semelhança com a aerodinâmica das asas das aeronaves, e foi quando me dei conta de que nada poderia representar melhor o Pantanal e o aeroporto que esse movimento aéreo da ave”, conta Cleir.

O monumento passa por restauração desde abril deste ano, após um das aves ter caído em decorrência de um temporal que atingiu a Capital em dezembro de 2023.

Outra representação artística das aves como símbolo de MS foi feita pelo ilustrador fluminense Gustavo Almeida. Na série "Ordem e Porrada", o artista publicou em 2022, no seu Twitter, representações das 27 unidades federativas do país como personagens de luta.

Pelas mãos de Gustavo, Mato Grosso do Sul foi representado como um híbrido de tuiuiú com arara-azul.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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