Cidades

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Luz no fim do túnel

Luz no fim do túnel

MARQUINHOS TRAD, DEPUTADO ESTADUAL

05/02/2010 - 01h27
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No início de nossa atuação parlamentar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, ao assumir a defesa dos interesses dos cidadãos, acompanhei de perto os fatores que travavam nosso desenvolvimento econômico. Uma delas em particular chamou minha atenção: o alto custo da energia elétrica que fazia indústrias e negócios preferirem a outra margem do Rio Paraná. O custo da energia elétrica em Mato Grosso do Sul ocupava a 1ª colocação no ranking das tarifas mais caras do Brasil. Sem dúvida num país de dimensões continentais algum estado da federação teria essa posição. O fator de incômodo era a ausência de razões objetivas que justificassem ou me convencessem de tal patamar. Fui um dos signatários da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que trouxesse, com o perdão do trocadilho, luz para o caso. Criada a CPI da Enersul, fui indicado relator. Com tal responsabilidade e cioso do alcance que este trabalho teria não poupei esforços para desenvolvê-lo à altura das expectativas e exigências da sociedade sul-mato-grossense. Fui estudar o assunto. Me acerquei dos melhores técnicos do Estado, participei de debates, fiz duros questionamentos e comecei a compreender a lógica contida nos processos de reajustes e revisões promovidos pelo então onisciente e prepotente ente regulador federal. Em meu pronunciamento na augusta Casa de Leis de novembro de 2007, vaticinei: Seis consequências advirão como resultados da CPI da Enersul: 1) A t a r i fa de e nerg i a e lét r ica sof r e - rá redução. De fato o consumidor acompanhou a retração de 15,21% em suas contas; 2) A d iretoria da concessionária de energ i a e l é t r i c a s e r á t o t a l m e n t e s u b s t i - t u í d a . N o v a m e n t e f a t o c o n c r e t i z a d o . 3) O valor das ações desta empresa negociadas na Bolsa de Valores sofrerá impacto negativo. Nova constatação com perdas de mais de 37%. 4) O Contrato de Concessão será refeito. Novos controladores assumirão a gestão da empresa. 5) A diretoria da ANEEL sofreria duros questionamentos. Ontem vimos pela imprensa o ente regulador federal reconhecer um erro na metodologia dos cálculos, tendo o TCU dimensionado tal erro em mais de 7 bilhões de reais. 6) Que o Sistema Elétrico Brasileiro seria abalado. Estamos vivendo este momento. A experiência de Mato Grosso do Sul chamou a atenção de tal forma que também uma CPI foi realizada no Congresso Nacional com foco semelhante de atuação. No dia 02 de fevereiro de 2010, o ente regulador federal, teve que publicamente reconhecer e adotar providências para corrigir seu entendimento acerca da metodologia de cálculo da tarifa para permitir que os chamados “ganhos de escala” fossem percebidos pelos consumidores. Pois na visão da ANEEL somente a concessionária poderia se apropriar de ganhos extra-contratuais. Apesar dessa mesma visão admitir repassar ao cidadão quando o resultado da conta não era do agrado das concessionárias. “O objetivo é alterar a metodologia de cálculo do reajuste tarifário anual, a fim de assegurar a neutralidade dos encargos setoriais, evitando que as variações de mercado gerem receitas indevidas ora a concessionárias ora a consumidores.” Nelson Hubner, Diretor Geral da ANEEL em 02 de fevereiro de 2010. Traduzindo este fato para a compreensão de todos: Imagine que um determinado grupo de consumidores tenha que arcar com o rateio de todos os custos de um serviço prestado, lembrando que tal serviço pode ser medido de forma individual. Por exemplo: 1.000 consumidores consumindo 1 unidade cada um a um custo unitário de R$ 1,00. Custo total de R$ 1.000,00 para 1.000 unidades. Este grupo de consumidores no decorrer do tempo cresce e passa a ser de 1.100 clientes que consumirão no total 1.100 unidades a um custo recalculado de R$ 1.050,00. Este custo não sobe na mesma proporção porque tem-se duas parcelas que o compõem (Parcela A = R$ 500,00 mais Parcela B = R$ 500,00 para atender ao mercado de 1.000 consumidores, que com a variação de mercado – 1.100 unidades comportamse da seguinte maneira, Parcela A = R$ 550,00 mais Parcela B que não sofrerá alteração mantendo-se os R$ 500,00) A empresa cobra R$ 1.100,00 (1.100 consumidores pagando R$ 1,00 a unidade), quando deveria receber o equivalente ao seu custo, ou seja R$ 1.050,00. O consumidor deveria, por conta desta variação de mercado, pagar R$ 0,95 por sua unidade consumida, vejamos Custo Total de R$ 1.050,00 rateado por 1.100 consumidores. Tal erro na compreensão da metodologia foi reconhecida pela ANEEL e a partir de agora partilhar o “ganho de escala” com quem suporta as tarifas fixadas. Uma vez que quando da redução de mercado a empresa já compensava tal diferença cobrando a mais dos consumidores no ciclo tarifário seguinte. Estamos no liminar de um novo momento. O cidadão está mais preparado para os debates antes realizados de forma hermética e linguajar tecnicista. Agora, aguardamos o comportamento da tarifa de energia elétrica para Mato Grosso do Sul, que será publicada em 07 de abril de 2010, ressaltando que o resultado deverá contemplar o saldo de R$ 85 milhões referente ao crédito por conta do erro dos R$ 191 milhões, as variações negativas do dólar e do IGP-M. Devemos receber cópi a do processo nos próx imos d i as. Est amos atentos. O c id adão de Mato Grosso do Sul merece respeito.

TRIBUTAÇÃO

Morador de Campo Grande é o que mais gasta com iluminação pública no Brasil

Arrecadação bruta da Cosip da Capital se aproximou de R$ 200 milhões em 2024, três vezes maior que a de Porto Alegre

22/12/2025 09h00

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante Súzan Benites/Correio do Estado

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Entre as grandes cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, Campo Grande é o lugar onde moradores mais gastam com a Contribuição Social para o Custeio da Iluminação Pública (Cosip).

Proporcionalmente, a capital do estado de Mato Grosso do Sul está entre as que mais arrecadam no Brasil e tem uma receita anual com a taxa, cobrada de maneira casada com a conta de luz, maior que a do município de Curitiba (PR), que tem o dobro da sua população.

Levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) indica que, em todo o ano de 2024, a capital de Mato Grosso do Sul teve uma receita bruta de R$ 196,8 milhões com a Cosip. O custo per capita para os moradores da cidade é de R$ 206,24 – o maior do Brasil.

Na capital paranaense, que tem 1,83 milhão de habitantes, praticamente o dobro dos 960 mil habitantes de Campo Grande, foram arrecadados R$ 154,1 milhões em 2024, resultando em uma Cosip per capita de R$ 84,27.

Foi o suposto mau uso desta verba de centenas de milhões de reais que levou o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) a desencadear, na sexta-feira, a Operação Apagar das Luzes, que investiga um esquema de corrupção em contratos de iluminação pública da Prefeitura de Campo Grande.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em um caso que indica a ocorrência de reiteradas fraudes na licitação, além de contratos firmados para a execução de serviço de manutenção do sistema de iluminação pública de Campo Grande, já tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões. As empresas envolvidas na operação seriam a Construtora B&C Ltda. e a Construtora JLC Ltda.

A JLC, por exemplo, é a empresa contratada pelo Município para promover a decoração natalina de Campo Grande, por R$ 1,7 milhão. Neste ano, apesar do valor, a decoração se restringiu apenas à área central da cidade.

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

ALTA ARRECADAÇÃO

Os números do levantamento da FNP mostram que na Região Centro-Oeste a arrecadação com a Cosip destoa de outras capitais. Os R$ 196 milhões arrecadados pela Prefeitura de Campo Grande em 2024, que correspondem a 3,6% de sua receita corrente líquida, são mais que o dobro do valor arrecadado em Goiânia.

Na capital de Goiás o município recolheu R$ 98,4 milhões na cobrança casada com a conta de luz. Goiânia, contudo, tem 1,4 milhão de habitantes, o que corresponde a uma Cosip per capita de R$ 65,87, quase um terço dos R$ 206,24 de Campo Grande.

No Centro-Oeste, a segunda e terceira maiores contribuições de iluminação pública estão em Cuiabá (R$ 142,45 per capita) e Dourados (R$ 142,04).

No Brasil, nenhuma cidade com mais de 200 mil habitantes tem uma Cosip per capita superior à de Campo Grande.

CONTRATOS

Como mostrou reportagem do Correio do Estado, dados do site da Transparência da Prefeitura de Campo Grande trazem que a iluminação pública da Capital é dividida em sete contratos independentes, para cada uma das regiões da cidade: Anhanduizinho (Lote 1); Bandeira (Lote 2); Centro (Lote 3); Imbirussu (Lote 4); Lagoa (Lote 5); Prosa (Lote 6); e Segredo (Lote 7).

A Construtora B&C é responsável pelos lotes 4, 5 e 7, que, somados, estão avaliados em R$ 14.885.371,67. Já a Construtora JLC administra a iluminação dos lotes 1, 2 e 3, que resultam em R$ 17.837.068,21.

Avaliado em R$ 4.300.411,70, o Lote 6 ficou sob responsabilidade da MR Construtora. Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, essa empresa também estaria sendo investigada por estar envolvida nos contratos.

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CAMPO GRANDE

Cavalos invadem avenida e são recolhidos no Terminal Guaicurus

Manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais

22/12/2025 08h45

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos. Reprodução

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Uma cena inusitada chamou atenção, na madrugada desta segunda-feira (22), em Campo Grande: seis cavalos foram recolhidos para dentro do Terminal Guaicurus após serem flagrados perambulando pela região.

Conforme apurado pela reportagem, a manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais.

Em seguida, o Corpo de Bombeiros (CBMMS) flagrou a tropa andando pela pista e resolveu recolhê-los para dentro do Terminal Guaicurus, com o objetivo de mantê-los em segurança e resguardar a vida da população.

A manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Os bombeiros acionaram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas, o órgão não possui plantão noturno. Também acionaram a Polícia Militar Ambiental (PMA), mas, de acordo com a PMA, só é possível atender animais silvestres.

Logo em seguida, o dono dos animais foi localizado. Ele afirmou aos bombeiros que a porteira ficou aberta e por isso os animais fugira. Com isso, os militares conduziram o animal até o local de origem.

 

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