Cidades

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Maior orquídea do mundo floresce em Brasília

Maior orquídea do mundo floresce em Brasília

DA REDAÇÃO

08/02/2011 - 07h03
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São 400 flores espalhadas em quase 3 metros de altura. Quem passa em frente ao orquidário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fica maravilhado com o que vê. Trata-se de um exemplar de orquídea asiática conhecida como “a maior do mundo”. A planta assusta aqueles acostumados a ver orquídeas apenas em pequenos vasos. A curiosidade, por sua vez, é registrada nas muitas fotos tiradas pelos visitantes.

“Ganhei esse exemplar de um amigo colecionador de plantas estrangeiras, ela veio da Malásia. Essa é a primeira vez que ela floresce, mas não imaginávamos que seria uma floração tão exuberante”, explicou Lou Menezes, engenheira-florestal do Ibama, que resolveu levar o presente para integrar o orquidário do órgão. A beleza é tanta que a orquídea já despertou o desejo de alguns dos visitantes. “Recebi a proposta de R$ 20 mil de um empresário, mas não aceitei. Não tenho coragem de vendê-la”, afirmou.

A planta floresce apenas uma vez por ano. A expectativa é que as flores resistam pelos próximos 15 dias, tempo necessário para que os botões do topo, ainda fechados, se abram. A época de floração no DF se estende aos meses de janeiro e fevereiro. O exemplar é cultivado há cerca de cinco anos e meio pela engenheira e, ao todo, a orquídea já conta com 19 hastes florais. “Creio que, nesse caso, a planta se adaptou bem, uma vez que a coloquei dentro de um pequeno lago. Na Malásia, essa espécie é acostumada com a alta umidade”, explicou Lou.

Adaptação

Comprovando a teoria, as numerosas flores parecem não se importar com a pouca quantidade de água nos ares brasilienses. “Ela reagiu como uma rainha no exílio”, brinca a pesquisadora. Amarelas com manchas marrons, as flores medem cerca de 10 centímetros e exalam um perfume leve, mas que domina todo o ambiente. Graças ao seu padrão, a espécie é conhecida, popularmente, como orquídea-tigre. “Com esse tamanho, algo tinha que ser discreto nela, não é mesmo? Mas trata-se de uma discrição muito elegante”, brinca a servidora do Ibama Vilma Cunha. Ela aproveitou o horário de almoço para observar um dos poucos exemplares da espécie em solo brasileiro. Também funcionário do Ibama, Liceros Alves dos Reis acompanhou a amiga no passeio. “Precisamos valorizar exemplares especiais como esse que temos na nossa cidade”, disse.

Quando maduras, orquídeas desse tipo podem gerar até 10 mil flores. A denominação “a maior orquídea do mundo” foi dada a representantes da espécie Grammatophyllum speciosum, que podem chegar a pesar até 900 quilos. É comum, no entanto, que os exemplares ultrapassem uma tonelada. Segundo pesquisas relacionadas, em 1851, foi descoberta a maior planta do tipo com 2 toneladas. Para trazer novas características à espécie, a pesquisadora Lou Menezes aproveitou a floração da orquídea e criou um novo tipo de flor. Misturou uma representante característica do cerrado, a Cyrtopodium brandonianum, com o exemplar asiático. A polinização foi feita com sucesso e a expectativa é que um novo exemplar, híbrido, floresça nos próximos quatro anos. O nome da nova espécie será Grammatopodium, uma mistura entre as duas nomenclaturas anteriores. A espécie do cerrado utilizada na experiência possui flores de um tom vermelho vibrante, o que promete trazer ainda mais beleza para a descendência asiática.

Completando o espetáculo, no interior do Orquidário Nacional do Ibama, mais de 2 mil tipos de orquídeas podem ser observadas. “Tínhamos um número mais expressivo de exemplares, mas os retiramos daqui porque vamos passar por uma reforma de restauração”, explica Lou Menezes. Entre as espécies, destacam-se flores com mais de uma cor e outras que criam formas, como a de um pequeno sapato. “Para desenvolver esse trabalho é preciso um envolvimento emocional com as espécies, ou o resultado não é o esperado”, ressalta Lou Menezes, revelando um dos segredos da convivência com as plantas.

 

TRÁFICO DE DROGAS

PRF prende suspeito em flagrante em Operação Duplicis no interior do Estado

Combate ao tráfico de drogas, Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, e prende investigado em flagrante

16/12/2025 09h35

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas Divulgação/PRF

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Duplicis, e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, por tráfico de cocaína em duas cidades do interior do Estado.

Com objetivo de combater o tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, a ação aconteceu em Corumbá e em Miranda, cidades a 426 quilômetros e a 207 quilômetros de Campo Grande respectivamente.

A ação iniciou quando um investigado foi preso em flagrante na BR-262, que seguia de Corumbá para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, a droga encontrada com o suspeito seria distribuída em Miranda, que fica entre o trajeto Corumbá-Campo Grande.

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Então, com as investigações e apuração do caso, a PRF pôde identificar outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso.

Entre os sete criminosos, um deles estava escondendo tabletes de cocaína em sua casa, e foi preso em flagrante após a polícia bater em sua porta e encontrar os pacotes de droga armazenados.

Os mandados foram expedidos devido às provas coletadas na investigação, que identificou também os eventuais fornecedores dos entorpecentes que estavam vindo do outro município.

A Polícia Federal levou a droga apreendida para ser periciada e analisada. Quanto aos investigados, os sete poderão responder pelo crime de tráfico de drogas, que tem pena base de 5 a 15 anos, além de multa, a depender do agravamento de cada caso.

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CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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