Cidades

CAMPO GRANDE

Bloco Capivara Blasé teve até torcida por filme e arrastou 12 mil à Esplanada

Público ovacionou conquista de "Melhor Filme Internacional" do longa "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres

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No último domingo (2), mais de 12 mil foliões se reuniram para curtir o primeiro dia de Capivara Blasé e a cerimônia do Oscar na Esplanada Ferroviária, local histórico de Campo Grande que concentra blocos de rua nos cinco dias de Carnaval. O público foi estimado pela Polícia Militar.

Além da folia tradicional, com marchinhas, samba e muito axé, um dos grandes atrativos da noite foi a cerimônia do Oscar, a maior premiação do cinema mundial, concedida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Isso porque o Brasil, mesmo sem a certeza de vencer alguma das categorias, já estava fazendo história com o longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, inspirado no livro de mesmo nome escrito por Marcelo Rubens Paiva. O filme foi indicado a Melhor Filme Internacional; Melhor Atriz, com Fernanda Torres; e ainda teve a indicação inédita a Melhor Filme, a maior premiação da noite.

Pela Esplanada, era visível a empolgação dos brasileiros com a premiação: muitos foram vestindo a camisa do Brasil, brincadeira que ganhou força após a atriz Fernanda Torres dizer que não queria "clima de Copa do Mundo", logo após ser indicada. No entanto, ela não mencionou nada sobre clima de carnaval.

Foliões levaram até uma bandeira do Brasil com o rosto de Fernanda Torres. Foto: Alanis Netto

Parte da cerimônia foi transmitida em frente ao Ponto Bar, com aplausos do público sempre que a imagem de Fernanda Torres e as cenas de Ainda Estou Aqui tomavam conta do telão, e com vaias sempre que alguns dos concorrentes ganhavam espaço.

E a comemoração veio: Ainda Estou Aqui conquistou o primeiro Oscar de um filme brasileiro na história, na categoria "melhor filme internacional". Na Esplanada Ferroviária, a sensação era de que o Brasil havia marcado o gol do título da Copa do Mundo aos 45 minutos do segundo tempo. Confira:

 

Nas categorias Melhor Filme e Melhor Atriz, a estatueta não veio. Mas o feito inédito foi suficiente para inflamar o público na Esplanada Ferroviária.

Ainda Estou Aqui

Ainda Estou Aqui é um longa inspirado no livro autobiográfico de mesmo nome escrito por Marcelo Rubens Paiva, onde ele fala sobre sua mãe, Eunice Paiva. A obra se passa no Brasil, em 1970. Na trama, Eunice precisa mudar sua vida completamente após seu marido, Rubens Paiva, desaparecer durante a ditadura militar. O enredo acompanha a esposa, interpretada por Fernanda Torres, em seu processo de busca por informações sobre o marido e por justiça, não apenas para sua família, mas também para as dos outros presos políticos que desapareceram durante a ditadura.

Classificação indicativa 14 Anos. Contém drogas, linguagem imprópria, violência

Carnaval

Os blocos de rua de Campo Grande seguem até terça-feira (4). Confira a programação:

03 de março (segunda-feira)

  • Bloco Capivara Blasé – Esplanada Ferroviária, das 14h às 00h.
  • Bloco Cia. Barra da Saia – Teatro da Orla Morena, das 15h às 23h.
  • Desfile das Escolas de Samba – Praça do Papa, das 19h às 00h.

04 de março (terça-feira)

  • Cordão da Valú – Esplanada Ferroviária, das 15h às 00h.
  • Bloco Ipa Lelê – Avenida Mato Grosso, das 16h às 00h.
  • Desfile das Escolas de Samba – Praça do Papa, das 19h às 00h

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Cidades

Em meio à crise do transporte, comércio antecipa folga de funcionários

Na falta de clientes nas lojas da região central, empresas liberam colaboradores enquanto aguardam a resolução da greve de ônibus

16/12/2025 16h45

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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O comércio da região central, que esperava aumentar o volume de vendas a oito dias do Natal, está tendo de antecipar a folga dos funcionários devido ao esvaziamento da região em decorrência da greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande.

A reportagem percorreu o entorno da Praça Ary Coelho, onde os pontos de ônibus estão servindo de local de espera para trabalhadores ou consumidores que se aventuraram e aguardavam um veículo por aplicativo.

Na Rua 14 de Julho, vendedores de lojas se ocupam organizando o estoque, formando filas à espera de um ou outro cliente, mas o cenário de incerteza marca a época do ano em que os lojistas esperam faturar mais.

Alguns estabelecimentos estão optando por antecipar a folga dos funcionários, já que, com a ausência da população que acessa o centro por meio do transporte coletivo, o movimento praticamente desapareceu.

É o caso de uma loja de calçados Anita, cuja gerente da unidade, Rayssa Dias dos Santos, relatou à reportagem que, na segunda-feira (15), quando a greve teve início, a loja ainda manteve um movimento tímido.

“Hoje a gente antecipou algumas folgas, primeiro porque o movimento fica mais calmo e, segundo, por ser menos um gasto para ter que trazer o funcionário de Uber.”

Nem a caravana de Natal da Coca-Cola deixa o setor confiante, uma vez que grande parte da população que costuma ir ao local, inclusive para aproveitar as atrações da Praça Ary Coelho, depende do transporte coletivo.

“Hoje vai ter a passeata da Coca-Cola, e eu acredito que muita gente precisa do ônibus para vir até o centro. Então, acredito que a paralisação do transporte público dá uma desequilibrada”, explicou Rayssa, e completou:

“A gente fica preocupada porque, querendo ou não, muita gente depende desse meio de transporte.”

Do outro lado da rua, na loja do Boticário, a gerente Suelen Benites Vieira, de 31 anos, explicou que a alternativa para enfrentar a falta de clientes tem sido a entrega em domicílio, serviço oferecido pela rede.

Entretanto, a greve dos motoristas de ônibus diminuiu de forma significativa o número de clientes no estabelecimento.

14 de Julho vazia, em horário que costuma ter fluxo de pessoas / Crédito: Pagu / Correio do Estado

“Realmente, seria o dobro, porque esta semana e a próxima são decisivas. Estamos vendendo muito para quem possui veículo, porque os que dependem de ônibus não estão vindo”, disse Suelen.

Na loja de vestuário, o gerente da Damyller, Cesar de Araújo, de 23 anos, recebeu a reportagem em um espaço que normalmente teria fluxo intenso de clientes, mas que, devido à chuva e ao custo do transporte por aplicativo, acabou tendo o cenário alterado.

“A greve de ônibus está impactando bastante não só a gente, mas também os outros comerciantes. Por exemplo, fui pegar uma marmita e ouvi reclamações. Isso está afetando tanto a rotina dos funcionários quanto o movimento do centro, e a gente percebe claramente essa diferença no fluxo”, pontuou Cesar.

Além disso, os funcionários só não estão sendo mais afetados e conseguem ir trabalhar porque as empresas se comprometeram a custear o transporte por aplicativo.

“A empresa está dando todo o suporte. Os funcionários pedem Uber e a gente ressarce o valor”, explicou Cleber, iniciativa que outros estabelecimentos também tiveram de adotar para não perder o efetivo.

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Após oito anos

Justiça fixa pensão até 2075 para família de rapaz morto com mangueira de ar

Valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00 e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner

16/12/2025 16h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Dupla condenadada por introduzir uma mangueira de ar comprimido – equipamento automático para lavagem de carros –  no ânus de Wesner Moreira, por “brincadeira”, no lava-jato em que trabalhavam, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea terão de pagar pensão à família do jovem até 2075, ano em que o garoto completaria 75 anos. 

O valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00, conforme cálculo homologado nos autos, e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner, em fevereiro de 2017. A ação de perdas e danos tramita na 16ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande e engloba os danos morais, danos materiais e as pensões vencidas, valor que gira em torno de R$ 1,32 milhão.

A Justiça manteve a condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 500 mil, além de danos materiais referentes às despesas de funeral, no valor de R$ 1.149,97, ambos acrescidos de correção monetária e juros legais.

Neste mês, a Justiça realiza o processo de intimações para pagamento de custas, expedição de ofícios e pedidos de informações patrimoniais, com o objetivo de localizar bens passíveis de penhora da dupla, para garantir o cumprimento da decisão judicial. 

Condenação

A dupla foi condenada a 12 anos de cadeia em júri popular realizado em 30 de março de 2023, mas recorrereu da decisão do juiz, e saiu em liberdade. 

Após o crime, ambos não ficaram presos um sequer dia, prestaram depoimentos e foram liberados.

Em fevereiro do ano passado, sete anos após a morte de Wesner, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, mandou prendê-los e recolhê-los

Júri Popular 

Em júri popular realizado em 30 de março de 2023, Thiago Giovanni Demarco Sena, dono do lava-jato e Willian Enrique Larrea, funcionáriodo estabelecimento, negaram que havia intenção de matar o jovem e alegaram que a tragédia resultou de uma “brincadeira de mau gosto”.

Primeiro a depor entre os acusados, Thiago Giovanni Demarco Sena disse não saber do potencial destrutivo da mangueira de ar comprimido, que teria sido introduzida na região do ânus da vítima.

Segundo ele, todos eram amigos e nunca tiveram desavença. Ele afirma ainda que não era a primeira vez que brincavam com a mangueira, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo.

No dia do crime, ele afirma que Wesner e Willian estavam brincando com o compressor e que a vítima teria iniciado.

Thiago, que estava fazendo a lavagem embaixo de um carro, também entrou na suposta brincadeira.

"Eu com a mangueira na mão, em tom de brincadeira falei 'de novo você fazendo isso Wesner'. Peguei e direcionei a mangueira na bunda dele por cima do short, com ar do compressor aberto, que eu já vinha usando, encostei, pressionei por nem três segundos", disse o réu na ocasião.

"Na hora ele reclamou e pediu para parar, falou que tava doendo, na hora eu desliguei a mangueira", afirmou ainda.

Questionado se tinha consciência que o compressor de ar pudesse causar danos graves e levar a morte, Thiago disse que não sabia do risco.

"Eu nunca imaginei que pudesse acontecer o que aconteceu com ele, se eu soubesse jamais teria brincado com ele com o compressor", afirmou.

Na sequência, o outro acusado,Thiago Giovanni Demarco Sena depôs e, chorando, também afirmou que o caso se tratou de uma brincadeira que deu errado.

Ele confirmou a versão de Willian, de que todos eram amigos e estavam brincando quando a mangueira foi direcionada a Wesner.

Eles falaram ainda que as brincadeiras com o compressor de ar eram comuns, mas não com direcionamento para as partes íntimas e nunca na maldade.

Em juízo, os réus destacaram que os três estavam “brincando” com a mangueira de ar, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo, quando ambos pegaram Wesner no colo, o seguraram e apontaram o compressor em direção ao ânus do garoto. 

Wesner foi levado ao hospital, alegando dores na barriga, vômito e inchaço abdominal. Permaneceu internado por 11 dias no Hospital Santa Casa de Campo Grande e morreu em 14 de fevereiro de 2017.

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