Cidades

IMIGRAÇÃO

Mais de mil venezuelanos são acolhidos em dois anos

Campo Grande já é rota de passagem para imigrantes em processo de interiorização; com emprego, Dourados é o destino preferido

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A crise socioeconômica e política que afeta a Venezuela há vários anos já trouxe milhares de venezuelanos para o Brasil em busca de melhores oportunidades. Somente em Mato Grosso do Sul, mais de mil pessoas foram interiorizadas desde 2017.

Nesta semana, 120 venezuelanos passaram por Campo Grande em mais uma ação da Operação Acolhida, do governo federal. Ontem, 79 pessoas esperavam por voos que os levariam para os estados de Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Pernambuco. Os destinos foram escolhidos com base na situação – se já foram contratados por uma empresa local ou se têm família ou amigos que os acolham.

Aproximadamente 250 voluntários da Cruz Vermelha estão atendendo os imigrantes no salão de uma organização não governamental em Campo Grande e recebem atendimento médico e psicossocial, além de alimentação e itens de higiene pessoal. Muitos deles vivem a angústia de se estabelecerem, voltando a ter uma vida normal antes da crise de seu país forçá-los a sair.

O engenheiro químico Jose Miguel Guararima, 33 anos, deixou a Venezuela no fim de 2018 e viveu quatro meses em Boa Vista (RR). Ele lamentou que a situação difícil dele e de vários conterrâneos levou empresários a explorar mão de obra. “Não tem muito emprego. Tinha que pagar aluguel, luz e água. Havia muita exploração, patrões e donos de negócios. Eu ganhava R$ 20 por dia de trabalho e minha esposa R$ 110 por semana trabalhando o dia todo em uma pousada”, conta.

Guararima trabalhava em uma petroleira americana que prestava serviços à estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), a empresa de exploração de petróleo. A família tinha um bom padrão de vida, mas a crise elevou o custo de vida e a situação passou a ficar cada vez mais difícil.

“Vivíamos uma vida boa, tínhamos carros e casas, meus filhos tinham boas roupas. Mas a inflação acabou com tudo. Comecei um negócio próprio, mas acabou”, contou. A família, incluindo os filhos de 4 e 11 anos, deixou tudo para trás para tentar a sorte atravessando a fronteira com o estado de Roraima. Apesar da dificuldade e do sofrimento que viveu, o imigrante planeja fixar raízes no Brasil. Ele deve se juntar em breve a um antigo colega de trabalho que hoje mora no Rio Grande do Sul.

HISTÓRICO

A forte dependência da economia venezuelana por petróleo levou o país ao caos. Com os lucros desse comércio, o então presidente Hugo Chávez conseguiu melhorar as condições de vida da população, como apontou entidades como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU).

Porém, algumas medidas econômicas se mostraram insustentáveis, com o excesso de gastos e a corrupção, a Venezuela mergulhou em uma forte crise. Para completar, Chávez morreu em 2013 e seu sucessor, o então vice-presidente Nicolás Maduro, deu continuidade às suas políticas.

A inflação chegou a ser a maior registrada em todo o continente americano. E no ano passado Maduro foi reeleito, sob protestos da oposição e comunidade internacional. Vários países impuseram sanções e 14 nações, incluindo o Brasil, não reconheceram a legitimidade do mandato de Maduro.

Em janeiro deste ano, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino, o que levou a um impasse e protestos. Houve até mediação do conflito pela Noruega e outros países, mas a crise continua a levar os venezuelanos a emigrar.

campo grande

Pet shop que prescreve medicamentos e aplica vacinas sem médico veterinário é condenado

Justiça considerou que atividades são típicas e privativas de profissional da área veterinária e determinou a contratação do profissional, além de manter multa

22/03/2025 16h31

TRF3 manteve decisão que determinou a contratação de veterinário e manteve multa aplicada pelo CRMV-MS

TRF3 manteve decisão que determinou a contratação de veterinário e manteve multa aplicada pelo CRMV-MS Arquivo

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Um pet shop de Campo Grande, localizado nas Moreninhas, que faz prescrição de medicamentos e realiza vacinação sem um médico veterinário deverá contrarar um profissional e efetuar o registro do estabelecimento no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso do Sul (CRMV-MS).

A Sexta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) confirmou decisão que manteve auto de infração emitido pelo CRMV-MS contra a empresa.

Os magistrados seguiram o previsto na Lei nº 5.517/1968 de que a prática clínica e assistência técnica aos animais são atividades privativas da área veterinária. 

Conforme o processo, durante fiscalização do CRMV, foi constatado que o pet shop não tinha registro no conselho e nem um responsável técnico, mas oferecia os serviços de vacina e prescrição de medicamentos, e foi aplicada multa.

A empresária responsável acionou o Judiciário contestando a infração.

Ela argumentou que atua em um pet shop, no comércio de animais vivos, artigos de embelezamento e alimentos para animais de estimação, o que dispensaria a obrigatoriedade de inscrição no CRMV e a contratação de médico. 

Em primeira instância, a 2ª Vara Federal de Campo Grande julgou o pedido improcedente e manteve as sanções aplicadas pelo conselho. A mulher recorreu ao TRF3.  

Ao analisar o caso, o relator, desembargador federal relator Souza Ribeiro, considerou comprovantes originários de fiscalização conjunta efetuada no estabelecimento.  

Segundo o magistrado, documentos demonstraram receituários timbrados da empresa com prescrições de remédios para animais diversos, além de medicação injetável em uso, carteiras de vacinação em branco e tabela de preços com a oferta de consultas, exames e vacinas. 

“Embora os atos constitutivos da empresa indiquem como objeto social tão somente a atividade de venda de medicamentos e alimentos para animais de estimação, os documentos apresentados pelo réu, oriundos de fiscalização conjunta do Procon e Decon/MS, demonstram a presença de receituários contendo prescrições de medicamentos para animais diversos com o timbre da empresa, medicamento injetável em uso, juntamente com seringas, carteiras de vacinação em branco”, fundamentou o relator. 

“O auto de infração goza de presunção de legitimidade e veracidade, pois se trata de ato administrativo, subscrito por servidor dotado de fé pública. As alegações apresentadas pela apelante em nada interferem no reconhecimento da legalidade da autuação”, concluiu o magistrado. 

Com esse entendimento, a Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso.

Cidades

Militar da Marinha de MS é preso com droga avaliada em R$ 100 mil em MG

Ele saiu de Corumbá e tinha como destino a cidade de Uberaba, mas foi flagrado durante operação da Polícia Militar mineira com carga de supermaconha

22/03/2025 14h30

Maconha estava escondida em compartimento oculto de carro

Maconha estava escondida em compartimento oculto de carro Foto: Divulgação / PMMG

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Um militar da Marinha do Brasil, de 33 anos, lotado no 6º Distrito Naval de Ladário, em Mato Grosso do Sul, foi preso por tráfico de drogas em Frutal (MG), na última quinta-feira (20).

De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o flagrante aconteceu por meio do Grupo Tático Rodoviário da Polícia Militar Rodoviária (GTR/BPMRv), durante operação de combate ao tráfico de drogas na cidade de Frutal.

O militar estava em um Honda Civic e quando foi abordado, disse que iria visitar um amigo, mas entrou em contradição e não soube informar qual seria o endereço do suposto amigo, além de demonstrar nervosismo.

Diante da suspeita, os policiais fizeram uma vistoria minuciosa no veículo e encontraram oito pacotes de droga em um compartimento secreto dentro do tanque de combustível.

No total, foram apreendidos 4,3 quilos de skunk, conhecida como supermaconha, por ser de origem da planta cannabis sativa com concentração elevada de tetraidrocanabinol (THC).  A droga está avaliada em R$ 100 mil.

Segundo o site Portal Itatitaia, durante a abordagem, o militar quebrou o próprio celular e precisou ser imobilizado. Ele permaneceu em silêncio durante o flagrante. 

O militar foi preso e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Frutal, onde o caso será investigado. O nome do suspeito não foi divulgado.

Em nota, o Comando do 6º Distrito Naval, informou que está acompanhando o caso e irá colaborar com os órgãos competentes na investigação.

O que é skunk?

O skunk, conhecido também como “skank” ou “supermaconha”, é uma droga pertence ao grupo dos canabinóides, mas com efeitos mais potentes e nocivos ao cérebro do que a maconha tradicional.

O skunk é produzido a partir do cruzamento genético e do cultivo hidropônico da planta Cannabis sativa, a mesma que dá origem à maconha.

A droga é criada em laboratório através da manipulação de espécies com engenharia genética e tem uma concentração mais forte de THC (Tetra-hidro-canabidinol), substância psicoativa que age alterando os níveis de serotonina e de dopamina, os hormônios ligados às sensações de prazer e satisfação no cérebro.

Alguns estudos apontam que a concentração de THC do skunk pode ser de sete a dez vezes maior do que a encontrada na maconha, com uma porcentagem de aproximadamente 20% na droga sintética (ou de 40%, dependendo da versão “híbrida”) contra 2,5% na sua forma tradicional.

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