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DIGITAL INFLUENCER

"Mais louco do Brasil" diz ser vítima de perseguição

Após ser alvo de investigação da PF, prefeito de Ivinhema alega que imprensa que clics e que adversários temem sua força eleitoral, já que é o político com a maior rede social de MS

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Horas depois de agentes da Polícia Federal recolherem documentos na prefeitura de Ivinhema e de tomarem depoimento de servidores do setor de licitações, o prefeito “mais louco do Brasil”, Juliano Ferro, foi às redes sociais na noite desta terça-feira (22), onde tem quase 770 mil seguidores, para classificar como mentirosa reportagem do Correio do Estado e para dar explicações sobre a investigação da Controladoria Geral da União e da Polícia Federal. 

De acordo com ele, não ocorreu nenhuma devassa na prefeitura. No entendimento dele, os agentes da PF somente solicitaram alguns documentos e tomaram depoimento de alguns colaboradores da prefeitura, nos quais ele diz acreditar. Estes servidores foram levados para a delegacia da Polícia Civil para serem ouvidos. 

Alegando que sua popularidade desenvadeou uma série de perseguições, em seu vídeo (veja a íntegra ao final da reportagem), Juliano Ferro confirmou que foram encontrados indícios de superfaturamento na compra de merenda escolar da ordem de R$ 225 mil e a prefeitura não se manifestou quando a CGU pediu explicações a respeito das suspeitas. No momento em que a PF chegou à prefeitura ele diz que estava em seu gabinete.

Mesmo assim, diz que a mídia está distorcendo os fatos e atribuiu isso a suposta manipulação de políticos da região que estariam com medo de que ele dispute vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados na próxima eleição. 

Ao mesmo tempo, porém, garante que esta não é sua pretensão por enquanto. Diz que pretende concluir seu próximo mandato de quatro anos, para o qual foi eleito com 81,3% dos votos, e dois anos depois vai concorrer a uma vaga para deputado. 

Em seus comentários, atribui a suposta perseguição de determinados veículos de comunicação ao destaque que está conseguindo no mundo digital. Ele se considera o político mais influente de Mato Grosso do Sul e um dos 20 mais destacados do Brasil quando a métrica é rede social. “Então quando posta minha cara lá, eles ganha clic, mas é vergonhoso ver uma imprensa distorcendo fatos”, reclama, sem desmentir nenhuma informação das reportagens a seu respeito.

Explica ainda que a investigação começou após denúncia feita ao Ministério Público, que por sua vez encaminhou o caso à Controladoria Geral da União. E, ao mesmo tempo em que diz não ter havido nenhuma operação da Polícia Federal, faz questão evitar críticas à Polícia Federal e diz acreditar que tudo será esclarecido. 

Sem entrar em detalhes sobre o suposto superfaturamento na compra de carne bovina, de frango e pão, entre outros itens, questiona onde estava a imprensa quando a em Ivinhema, segundo ele, a merenda e os uniformes escolares eram de péssima qualidade. 

JUSTIÇA ELEITORAL

Além de reclamar da divulgação relativa à investigação sobre suposta fraude na compra de merenda, Juliano Ferro também volta a reclamar do fato de a imprensa relembrar que seu nome apareceu em uma investigação da Polícia Federal que desbaratou uma quadrilha de narcotraficantes que supostamente atuava em Ivinhema. 

Por conta desta investigação, a PF abriu um inquérito paralelo para apurar sonegação de informações sobre seu patrimônio à Justiça Eleitoral. Nas redes sociais ele ostentava, por exemplo, a posse de duas caminhonetes, avaliadas em R$ 800 mil. Na declaração sobre seu patrimônio, contundo, disse ter apenas um Uno, um Gol e uma F-1000, todos com mais de dez anos de uso. 

Nesta investigação também veio a público a informação de que uma destas caminhonetes ele havia comprado de Luiz Carlos Honório e até hoje ela não havia sido quitada. Este Luiz Carlos foi preso no dia 8 de agosto acusado de ser um dos financiadores de um esquema internacional de narcotráfico. 

A investigação também apontou que em 2021 o prefeito comprou sua casa, na qual ele gravou o vídeo na noite desta terça-feira, do mesmo Luiz Carlos. Tanto a casa quanto a caminhonete acabaram sendo apreendidos pela Polícia Federal porque não estavam registradas em nome do prefeito.

Nas duas fases da operação da PF em Ivinhema, nos dias 8 de agosto e 15 de outubro, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 100 milhões em imóveis e veículos, além de cerca de R$ 30 milhões em recursos financeiros dos principais envolvidos no suposto esquema. Quatro pessoas foram presas. 

Conforme o próprio Juliano Ferro informou à PF em seu depoimento no dia 3 de setembro, a caminhonete Silverado, avaliada em R$ 519 mil, foi comprada por indicação do “comerciante” conhecido como Pirambóia, que tinha uma garagem de revenda de veículos no pequeno distrito de Ipezal, no município de Angélica. E este Pirambóia, acredita a PF, é um dos chefes desta quadrilha.

O veículo, entregue ao prefeito em janeiro do ano passado, seria quitado somente em janeiro de 2025. Juliano Ferro disse ter entregado um cheque de R$ 380 mil a Luiz Carlos Onório. Porém, dias depois de prestar depoimento à PF, o prefeito alega que revendeu esta caminhonete. 

O dinheiro para quitar o cheque de R$ 380 mil, segundo Luiz Carlos Honório, o prefeito conseguiria vendendo rifas em aos seus seguidores nas redes sociais. Atualmente ele está sorteando um Landau e uma caminhonete F-1000 antigos. Sobre o faturamento deste tipo de negócio, porém, não existe nenhum tipo de controle oficial.

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PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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