Com o acumulado de quase 100 milímetros no fim de semana, as precipitações continuam hoje e preocupam as autoridades sul-mato-grossenses
Faltando uma semana e meia para o fim do mês, o acumulado de chuvas em Campo Grande, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), superou os 128 milímetros, ultrapassando a normativa esperada para o período, que é de 102 mm.
No sábado, conforme o Inmet, o acumulado de chuvas na Capital atingiu 72,4 mm, enquanto ontem foram registrados 6 mm de chuva.
Durante o feriadão, o acumulado chegou a quase 100 mm – e isso deve se prolongar hoje, apontam autoridades.
Segundo a Defesa Civil de Campo Grande, um novo alerta já foi emitido para a população sobre a previsão de hoje, de que possam ocorrer mais chuvas na cidade, a qual já foi afetada por estragos nas ruas. A Defesa Civil segue em alerta para novas ocorrências que possam surgir, com 18 agentes escalados na prestação de serviços.
Conforme informou o coordenador de Proteção e Defesa Civil de Campo Grande, Enéas Netto, foram registradas 16 ocorrências na cidade no fim de semana, envolvendo alagamentos, vias danificadas e quedas de árvores.
Entre os chamados, o de maior gravidade foi atendido na Vila Popular, onde a água do Córrego Imbirussu transbordado invadiu casas na Avenida José Barbosa Rodrigues.
Na estrada SE-1, localizada no Bairro Chacará dos Poderes, uma enorme cratera foi aberta pela força da chuva, além de ela ter causado estragos na rua de terra José Vitor Vieira. Em função do dano, foi necessária a interdição parcial da via pela Defesa Civil, que monitora o local.
Diversos bairros apresentaram problemas com drenagem – e que resultaram em alagamentos. Entre eles o Jardim Ouro Preto, que ficou com a Rua Quero-Quero e a Avenida Ernesto Geisel completamente alagadas.
No Bairro Lageado, por exemplo, um caminhão de coleta de lixo chegou a ficar atolado em uma das crateras, as quais ficaram ainda maiores com o volume de chuva.
Na Avenida Engenheiro Amélio Carvalho de Bais com a Rua Yokohama, próximo ao Jardim Panamá, a chuva causou a derrubada de uma árvore que fechou os dois sentidos da avenida, situação que se repetiu também próximo ao Cemitério Santo Antônio.
Ao todo, sete ruas precisaram ser interditadas totalmente ou parcialmente em Campo Grande por conta de alagamentos ou crateras que foram abertas no asfalto após a força da chuva.
Segundo a coordenação da Defesa Civil, a chuva na Capital ultrapassou os 100 mm no fim de semana, atingindo um índice de volume de chuva inesperado para o período.
O trabalho no atendimento das ocorrências realizado pela Defesa Civil teve apoio da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).
A Defesa Civil também comunicou que é possível acionar os agentes escalados do dia para atender aos chamados por meio dos números 156 (ouvidora da Prefeitura de Campo Grande) ou 199 (Defesa Civil).
INTERIOR
O temporal que atingiu o interior do Estado foi ainda mais devastador, uma vez que diversas cidades tiveram problemas com enchentes em torno de rios que causaram alagamentos em casas, rodovias e derrubaram pontes de acessos importantes.
Em Bela Vista, conforme informou a Defesa Civil do município para a reportagem do Correio do Estado, os maiores danos foram nas vias rurais.
A rodovia estadual MS-472, que fica na região de Apaporé, precisou ser interditada por conta de uma inundação que ocorreu no Rio Apa. No local, o Corpo de Bombeiros foi acionado para resgatar três pessoas que foram arrastada pela correnteza quando o motorista de um veículo tentou atravessar o ponto inundado.
Duas pontes na região foram danificadas. Uma fazenda que fica aproximadamente 40 km em direção a Caracol também foi inundada com as chuvas.
No município de Jardim, ocorreu o alagamento em residências de quase todos os bairros da cidade, e os prédios públicos da cidade também ficaram alagados após as chuvas.
Alguns moradores da localidade ficaram desabrigados e ainda precisaram de auxílio da Secretaria de Assistência Social jardinense para prestar acolhimento aos afetados pelo alagamento de suas residências.
Saiba
Apesar de diversos estragos, principalmente nos municípios da região centro-sul de MS, a Defesa Civil afirmou que nenhuma cidade solicitou apoio para atendimento após as chuvas.
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