EDILSON JOSÉ ALVES, PONTA PORÃ
Gustavo Vicente, de 8 anos, está internado há aproximadamente um ano no Hospital Regional de Amambai. A mãe passou a viver verdadeiro drama depois que levou o filho para ser submetido a uma cirurgia para retirada de hérnia inguinal. Até hoje ela diz que ninguém explicou o que aconteceu com o seu filho, que sobrevive com ajuda de aparelhos. Existe a suspeita de que o garoto tenha sido vítima de erro médico. Os profissionais que fizeram o procedimento e nem a direção do hospital se pronunciam sobre o assunto.
A dona de casa Rosimar Vicente relatou ao Correio do Estado que no dia 13 de julho de 2009 levou seu filho, na época com 7 anos, para retirada da hérnia. Ela disse que a criança era bastante ativa, mas o problema a incomodava quando ia jogar bola com os amigos.
“Perguntei ao médico (Dr. Macedônio) quanto tempo iria demorar a cirurgia e ele me disse cerca de 40 minutos. Só que meu filho foi levado para a sala de cirurgia às 15h15min e somente às 19h o pediatra me procurou e disse para ir até o centro cirúrgico. O médico me disse que a cirurgia tinha sido um sucesso, mas que ele estava dormindo um pouco mais do que o previsto. No centro cirúrgico estava a anestesista (Dra. Janice), que disse não saber informar a que horas ele acordaria. O meu filho estava entubado e em coma”, afirma.
Segundo a mãe, a anestesista disse que o menino tinha sofrido uma “paradinha” e que, se não reanimasse até às 21 horas, seria levado para Dourados.
Providências
A dona de casa, que agora vive praticamente 24 horas cuidando do filho, disse que levou o prontuário do atendimento para Campo Grande, onde foi entregue na Associação de Vítimas de Erros Médicos e que está aguardando providências. “Da Capital foi feita uma denúncia no Ministério Público de Amambai, onde o promotor à época me ouviu, mas logo foi transferido. Voltei lá para saber do caso e fui informada que haveria audiência, mas até agora nada”, reclama.
Rosimar Vicente fala que o diagnóstico do seu filho é paralisia cerebral, que pode ser revertida com muita fisioterapia e fonoaudiólogo. “Só que em Amambai é complicado, pois ele teria que fazer duas sessões diárias, mas só faz duas por mês. Quero ver meu filho como ele era, indo à escola, correndo, brincando e jogando bola. Não tenho expectativas, minha esperança sempre foi um centro de reabilitação, mas para isso preciso de ajuda”, lamentou.
A reportagem procurou, por telefone, ouvir a diretora do Hospital Regional de Amambai, que se identificou apenas como Mirian. Ao ser questionada sobre o caso do garoto Gustavo Vicente, ela alterou o tom de voz e respondeu que “se já tem a versão da mãe, o que vai querer mais”. Ela ressaltou que não fala nada sobre o problema, o qual atribui à direção que a antecedeu.