O ex-goleiro, Bruno Fernandes, recebeu nesta sexta-feira (19) autorização para cumprir em regime semiaberto, a pena de 20 anos e 9 meses de prisão, pelo assassinato e ocultação do cadáver de Eliza Samúdio, além do cárcere privado do próprio filho, na época com dois anos de idade.
A equipe do Correio do Estado conversou com Sônia Samúdio, mãe de Eliza, que mora no interior de Mato Grosso do Sul e cria o neto, atualmente, com 11 anos.
O desabafo que ela faz é duplo, por nunca ter recebido informações sobre o paradeiro do corpo da filha, e, pelo fato de testemunhar o pavor do neto, quando soube da soltura do pai.
"Você não tem ideia da dor que eu senti ao ver meu neto apavorado e enxugando as lágrimas. É uma sensação de impotência e indignação que não dá para descrever. A Justiça nunca soube me informar aonde estava o corpo da Eliza, mas, os direitos de um criminoso são respeitados, isso está acima da minha compreensão", declara emocionada.
A decisão foi tomada na 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha, no sul de Minas Gerais, onde o ex-atleta está preso.
A migração de regime foi possível porque a Justiça, em junho, anulou a falta grave que o ex-goleiro teria cometido em outubro passado, quando foi flagrado em bar ao lado de mulheres no momento em que deveria estar em trabalho externo.
Sônia destaca que é muito triste ver uma criança que deveria ter amor pelo pai, com tanto medo. "Pior é quando ele me pergunta sobre a mãe, ninguém calcula a dor que sinto. E isso, a Justiça não vê", finaliza.