A travesti esfaqueada em suposta briga com colegas de programa sexual, morreu na madrugada desta sexta-feira (10), na Santa Casa de Campo Grande. O crime ocorreu na noite de ontem (9), na Rua Estevão Capriata, na Vila Progresso, região que é bastante criticada por moradores pela constante presença de usuários de drogas e traficantes, que intimidam a população com a prática de roubos e furtos.
A vítima não portava documentos pessoais e, inicialmente, havia sido identificada à polícia, por uma amiga, como Flávio da Silva Correia, 25 anos, mas a identificação verdadeira foi confirmada como sendo Renato Souza dos Santos, 35 anos, que desde o dia 8 de julho deste ano estava foragido do regime semiaberto onde cumpria pena por tráfico. Suspeita-se que ele estivesse usando nome falso. Renato se apresentava em programas como "Bruna Toro".
Ele foi atingido com sete facadas no tórax, região lombar e cabeça. O crime teria sido cometido por colegas de programa sexual, durante desentendimento, cujo motivo é investigado. O caso é apurado na 4ª Delegacia de Polícia, da Vila Moreninhas.
Segundos dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, 55 pessoas foram assassinadas de janeiro até hoje, em Campo Grande. Em todo o Estado, foram 278.
CRACOLÂNDIA
A negativa situação da região da Vila Progresso já havia sido, mais uma vez, denunciada pelo Jornal Correio do Estado, no início deste mês. Por lá, moradores vivem reféns do medo por conta da constante presença de dependentes químicos e traficantes, tanto que o local já leva o apelido de "cracolândia".
Na avaliação da delegada Célia Maria Bezerra, da 4ª delegacia, que atende ocorrências da área, além de trabalho policial para repreender crimes, também deveria haver investimento social para tentar solucionar o problema."O poder público deveria ter visão diferenciada para esse público. O problema não é só no aspecto criminal, mas também social", enfatizou.