Cidades

CORUMBÁ

MPF investiga condições
de 14 barragens no Estado

Três inquéritos civis em andamento apuram situação das estruturas

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O Ministério Público Federal (MPF) investiga a segurança e a estrutura de várias barragens de rejeitos de minério, no Complexo do Urucum, em Corumbá. São três inquéritos civis em andamento, sendo um deles para investigar 12 pequenas barragens – muitas delas consideradas de decantação – e outro, para investigar a estrutura da maior barragem de Mato Grosso do Sul: a do Gregório.

A Procuradoria da República em Corumbá ainda investiga a observância da Política Nacional de Segurança de Barragens da Barragem Sul, sob responsabilidade da Vetorial Mineração. Este inquérito foi aberto em 2016 e ainda não foi concluído.

Outro inquérito, também aberto em 2016, apura as condições estruturais da Barragem do Gregório, sob responsabilidade da Mineração Corumbaense Reunida S.A (uma das razões sociais da Vale no complexo). Esta barragem, com 10 milhões de m³ e 34,5 metros de altura, é a maior do Estado. A Barragem Sul, com 3 milhões de m³, é a segunda maior.

Ainda há um terceiro inquérito, também em andamento na Procuradoria da República em Corumbá, que apura as condições das barragens menores: 12 ao todo, denominadas Pé da Serra ou Alto da Serra, além da Baia 4 e Barragem 6. A responsabilidade delas é da Urucum Mineração, outra razão social da Vale. No início da década, a Vale passou a ser responsável pelas três grandes minas de minério de ferro do Estado ao absorver, primeiramente, o parque minerador da australiana Rio Tinto e, depois, da Mineradora MMX. Das três minas, duas estão em atividade.

O Complexo do Urucum integra o Sistema Centro-Oeste de exploração da Vale. Dados mais recentes indicam que, no primeiro trimestre do ano passado, foram extraídas 609 mil toneladas de minério de ferro do local. As reservas de minério de Corumbá são compostas de minério hematita, que gera, predominantemente, minério granulado. A região também é grande produtora de manganês.

RISCO
As barragens, em tese, são utilizadas para diminuir os impactos ambientais da mineração. Com chuvas e outros eventos climáticos, por exemplo, os rejeitos de minério poderiam seguir diretamente para os rios, afluentes e nascentes. No entanto, se não forem adequadamente planejadas, estruturadas e fiscalizadas, as estruturas podem se romper.

É o que aconteceu na Barragem 1, da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), deixando um rastro de destruição pela cidade. Até o fechamento deste texto, foram contabilizados 65 mortos, mas muitas pessoas ainda estão desaparecidas e o desequilíbrio ambiental é incalculável. Aqui em Mato Grosso do Sul, o principal risco, caso houvesse o rompimento de uma das barragens de Corumbá, é com relação ao Pantanal.

As 16 estruturas para reserva de minério e manganês existentes no Estado estão a cerca de 40 quilômetros do bioma, único no mundo.

Pela localização de cada uma delas, caso houvesse o rompimento da barragem, a lama com rejeitos não iria diretamente rumo ao Pantanal ou à cidade, mas, ainda assim, a população teme um acidente como o que aconteceu em Minas Gerais.  “A posição das barragens em Corumbá é relativamente boa, trariam um risco apenas para córregos de pequeno porte que existem na região, mas não traria impacto grande no Rio Paraguai, por exemplo. 

É quase que no sentido contrário da grande planície. Mas, de qualquer maneira, existe uma preocupação, porque o rompimento de uma barragem sempre vai causar um dano ambiental que demora muito para se recuperar ou é irrecuperável”, considera o diretor de relações institucionais do Instituto Homem Pantaneiro, Angelo Rabelo.

 

Cidades

MS tem o segundo maior índice de mortos pela polícia da história

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que havia sido recorde

20/11/2024 18h28

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa Arquivo/Correio do Estado

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Dois homens, de dois municípios diferentes de Mato Grosso do Sul, foram mortos pela polícia na última terça-feira (19). Agora, o número de vítimas de agentes do Estado chegou a 70 no ano, o segundo maior índice registrado na série histórica divulgada no portal de dados da Secretaria Estadual de Justiça de Segurança Pública (Sejusp).

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que foi o recorde em mortes causadas por agentes de Estado em Mato Grosso do Sul, com 131 mortos de janeiro a dezembro, quantidade 156,8% superior ao registrado em 2022, quando 51 foram mortos.

Os 70 mortos de 1º de janeiro a 20 de novembro deste ano se igualam às 70 vítimas registradas em todo o ano de 2019. Confira o levantamento:

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Perfil das vítimas

Assim como nos anos anteriores, em 2024 os homens representam a maior parte dos mortos pela polícia: foram 62 vítimas, número que representa 88,5% do total registrado. Apenas uma mulher foi vítima, e outros sete casos não tiveram o sexo especificado.

Quanto à idade, mais de metada das vítimas (52,8%) eram jovens de 18 a 29 anos. Na sequência, figuram adultos de 30 a 59 anos, que representam 31,4% do índice. Os adolescentes representam 5,7% do índice. Sete casos não especificaram idade, e representam 10%.

A maioria dos óbitos aconteceram em Campo Grande (36). No interior do Estado, foram registrados 34, sendo 19 na faixa de fronteira.

Casos mais recentes

Em menos de 12 horas, dois homens, um de 32 anos e outro de 33, morreram em confronto com a Polícia. O primeiro caso aconteceu durante a tarde, e o segundo à noite, nesta terça-feira (19).

Em Bataguassu, um homem de 32 anos foi baleado e morto por policiais civis após reagir ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A Polícia Civil não divulgou muitos detalhes a respeito da ocorrência.

Em Dourados, um homem de 33 anos morreu após reagir a abordagem de policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG). Conforme apurado pela mídia local, ele estava sendo monitorado pela polícia suspeito de ameaçar uma família devido a uma dívida.

Na noite de segunda-feira (18), Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, responsável pelo assassinato do médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, foi baleado e morto por policiais, após resistir à prisão e tentar fugir da delegacia onde estava detido, localizada em Dourados.

Colaborou: Naiara Camargo.

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Fauna

Lojista é multado em R$ 24 mil por expor cabeça de animais em Campo Grande

A ação do Ibama encontrou exposição de cabeças de onça pintada, queixadas e até a arcada dentária de tubarão no estabelecimento

20/11/2024 18h15

Crédito: Ibama MS

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Uma loja que expunha cabeças de animais silvestres foi alvo de fiscalização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Campo Grande.

Os agentes encontraram várias cabeças de espécies da fauna sul-mato-grossense, como:

  • onças-pintadas (Panthera onca);
  • onças-pardas (Puma concolor);
  • queixadas (Tayassu pecari);
  • jacarés (Alligatoridae);
  • cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus);
  • peixes pintados (Pseudoplatystoma corruscans);
  • dourados (Salminus brasiliensis).


Além disso, foram apreendidos "troféus", como a arcada dentária de um tubarão. As peças foram recolhidas, e o estabelecimento foi autuado conforme estabelece a Lei Federal de Crimes Ambientais (nº 9.605/98) e o Decreto nº 6.514/08.

O proprietário recebeu uma multa que totalizou R$ 24 mil, e os suspeitos de organizar a “exposição” irão responder pelo crime na Justiça.

É importante ressaltar que a legislação brasileira proíbe a exposição de partes de animais para comercialização, situação enquadrada na Lei de Crimes Ambientais como venda ilegal de artesanato feito com partes de animais silvestres.

Crédito: Ibama MS

Tráfico de animais


Com a ação, o Ibama tenta inibir tanto a oferta quanto a procura, bem como o tráfico de animais silvestres.

"Quanto mais raro é um animal, maiores são o interesse e o preço que pagam por ele", afirmou a superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Joanice Lube Battilani, que completou:

"Essa prática está aliada ao fato de que algumas pessoas, de forma equivocada, acreditam que esses tipos de objetos feitos com partes de animais silvestres servem como amuletos, trazendo proteção e prosperidade."

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