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MS defende que bens do tráfico de drogas fiquem nos estados responsáveis pela apreensão

A proposta foi apresentada nesta quinta-feira (3), durante a 95ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Secretários de Segurança Pública

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O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, apresentou, durante reunião em Brasília, a proposta de que a destinação de bens apreendidos no tráfico de drogas fique com os estados responsáveis pela interceptação.

A proposta, apresentada durante a 95ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Secretários de Segurança Pública (Consesp), foi aprovada por unanimidade pelos representantes das 27 unidades da federação e, posteriormente, entregue ao relator da Comissão de Justiça e Redação da Câmara, deputado Mendonça Filho (União-PE).

Atualmente, todo o valor arrecadado com a venda de bens confiscados em operações contra o tráfico é destinado ao Fundo Nacional Antidrogas (Funad), gerido pela União, que realiza o repasse dos recursos conforme seus próprios critérios.

Com a proposta apresentada por Mato Grosso do Sul, o estado que mais apreende drogas no país, o montante seria destinado aos fundos de segurança estaduais, desde que a apreensão tenha ocorrido por atuação das forças de segurança dos próprios estados.

“Essa é uma medida de justiça. Estados como Mato Grosso do Sul atuam na linha de frente do combate ao narcotráfico, especialmente em áreas de fronteira com o Paraguai e a Bolívia, e precisam ser fortalecidos com recursos diretos para continuar enfrentando o crime organizado”, afirmou Videira.

Divulgação Sejusp

Fronteiras secas


O secretário pontuou que as fronteiras secas com dois países produtores - Paraguai e Bolívia - que fazem divisa com Ponta Porã e Corumbá, respectivamente, tornam o Estado uma rota central do tráfico internacional.

Com isso, Mato Grosso do Sul tem uma das maiores taxas de encarceramento do país. O secretário acredita que a atual legislação penaliza duplamente os estados: com os custos da repressão e a falta de acesso garantido aos bens apreendidos.

Outros destaques do pacote aprovado:
Criação do crime de obstrução de Justiça, com pena de 2 a 8 anos, mesmo sem uso de violência;

Tipificação do domínio de cidades — prática associada ao “novo cangaço” — com penas de até 30 anos;

Aumento da pena para homicídio de agentes públicos, de 20 para até 40 anos de prisão;

Regras claras para investigação colaborativa entre órgãos de fiscalização e segurança;

Aumento do percentual das apostas esportivas (bets) destinado à segurança pública: de 13,6% para 18%, sendo 12% para fundos estaduais e 6% para o fundo penitenciário.

O pacote de propostas infraconstitucionais será complementado, segundo os secretários, pela PEC da Segurança, atualmente em tramitação na Câmara. A PEC estabelece diretrizes gerais para a segurança pública, enquanto os projetos apresentados pelo Consesp visam detalhar e operacionalizar essas diretrizes no cotidiano dos órgãos de segurança.

Balanço


Em fevereiro deste ano, dados apresentados pela Polícia Federal, da Operação Fronteira, indicaram que Mato Grosso do Sul é responsável por um terço das apreensões de drogas no país.

Os números comparam os montantes de drogas apreendidas entre 1º de janeiro e 13 de fevereiro de 2024 e 2025.

Entre janeiro e fevereiro do último ano, foram apreendidas 5,78 toneladas de maconha e 1,058 tonelada de cocaína, além de 502.932 maços de cigarros, 10 armas de fogo, 402 munições, 44 veículos recuperados e 338 pessoas detidas.

Cabe destacar que em apenas 44 dias de 2025, foram apreendidas:

  • 24,283 toneladas de maconha;
  • 1,396 tonelada de cocaína;

Armas de fogo

  • 881 munições;
  • 903.633 maços de cigarros;
  • 41 veículos recuperados e 352 pessoas detidas.

Totalizando 25,5 toneladas de drogas apreendidas apenas no início do ano.

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Cidades

Em crise financeira, Hospital Alfredo Abrão terá contratos analisados pelo MPMS

Os documentos analisados pela Promotoria de Justiça apontam um déficit mensal próximo de R$ 780 mil, reconhecido pela própria gestão municipal

18/12/2025 19h20

O Hospital do Câncer atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado

O Hospital do Câncer atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado Divulgação: Hospital do Câncer Alfredo Abrão

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O Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) vive cenário de desequilíbrio financeiro, agravado por limitações orçamentárias e pela crescente demanda por serviços oncológicos de média e alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Diante das circunstâncias, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou procedimento administrativo para acompanhar a contratualização e o financiamento do local.

De acordo com os documentos analisados pela 76ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, há um déficit mensal próximo de R$ 780 mil, reconhecido pela própria gestão municipal, além de perdas adicionais decorrentes da não cobertura de produção excedente desde novembro de 2024. 

O hospital também enfrenta atrasos no pagamento de procedimentos já realizados, redução temporária do teto MAC (Média e Alta Complexidade), pendências de liberação de emendas parlamentares e insuficiência de repasses para custear cirurgias, quimioterapias, radioterapias, exames de imagem e manutenção de leitos clínicos. 

Como o HCAA atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado, qualquer interrupção representa risco imediato de desassistência em larga escala.

Em resposta às requisições, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou repasses mensais que totalizam R$ 1.738.005,52, distribuídos entre incentivos de custeio e projetos específicos.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), por sua vez, reconheceu o excedente de produção e informou que o pedido de majoração do teto MAC está protocolado no Ministério da Saúde desde 2023, aguardando disponibilidade orçamentária federal.

O Ministério da Saúde confirmou que os pleitos permanecem em análise, tendo havido apenas um repasse pontual de R$ 2.999.840,00 ao Município para ações de média e alta complexidade.

Diante desse quadro, o MPMS expediu portaria e edital tornando pública a instauração do procedimento e notificou formalmente o Ministério da Saúde, a SES, a Sesau e a direção do HCAA.

Entre as diligências determinadas, estão pedidos de informações sobre repactuações contratuais, recomposição financeira, cobertura da produção excedente, valores recebidos em 2025, déficit acumulado e providências adotadas para garantir a continuidade dos atendimentos.

O MPMS destaca que sua atuação é preventiva, institucional e colaborativa, voltada para preservar a continuidade do atendimento oncológico e a promover soluções coordenadas entre Município, Estado e União. O objetivo é assegurar estabilidade financeira ao HCAA, evitar a interrupção de tratamentos que não podem ser suspensos e garantir que a assistência oncológica permaneça integral, resolutiva e acessível à população.

Com o procedimento instaurado, a Promotoria de Justiça seguirá monitorando respostas, prazos, repasses e eventuais reprogramações orçamentárias, além de fomentar pactuações que permitam ampliar a oferta de serviços com segurança, transparência e qualidade. A atuação ministerial busca prevenir o colapso assistencial e assegurar a efetividade do direito fundamental à saúde dos pacientes oncológicos de Mato Grosso do Sul.

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Portaria autoriza IBGE a contratar 39 mil temporários para Censo Agro e de população nas ruas

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado

18/12/2025 19h00

Agentes do IBGE em MS

Agentes do IBGE em MS FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) E O Ministério do Planejamento e Orçamento informaram a autorização de contratação temporária de 39.108 trabalhadores para atuarem no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na realização do Censo Agropecuário e do Censo da População em Situação de Rua. A Portaria Conjunta MGI/MPO Nº 90 liberando as admissões foi publicada na quarta-feira, 17.

"As contratações têm como objetivo viabilizar a operacionalização dos levantamentos censitários, que envolvem desde o planejamento técnico até a coleta, supervisão e processamento das informações em todo o território nacional. Os contratos serão firmados nos termos da Lei nº 8.745, de 1993", informou o MGI, em nota à imprensa.

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado, observando as políticas de reserva de vagas previstas em lei e assegurando que "todas as etapas do certame estejam alinhadas à efetividade das ações afirmativas".

A portaria determina que o IBGE defina a remuneração das vagas, "respeitando os critérios legais relacionados à relevância e à complexidade das funções".

O edital de abertura das inscrições para o processo seletivo simplificado será publicado em até seis meses, "contados a partir da publicação do ato normativo".

O IBGE ainda aguarda a aprovação do orçamento de R$ 700 milhões necessários aos preparativos do já atrasado Censo Agropecuário em 2026, para que possa ir à coleta de campo em 2027.

O cronograma inicial previa os preparativos em 2025 e coleta em campo em 2026, mas foi adiado por falta das verbas demandadas no orçamento da União. O levantamento censitário prevê a coleta de informações de cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País.

No novo cronograma, caso os recursos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual sejam garantidos, o IBGE dará início em outubro de 2026 ao cadastro de estabelecimentos para coleta de dados online, que começaria a ser feita em janeiro de 2027. Em abril de 2027 teria início a coleta presencial.

 

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