anahi zurutuza
Mato Grosso do Sul é o segundo Estado do Brasil com maior número de casos de dengue, proporcionalmente ao total de habitantes, registrados nos seis primeiros meses do ano. O Estado teve, no período, 77.024 notificações da doença, o que dá uma média de 1 caso para cada 30 habitantes. Conforme balanço do Ministério da Saúde divulgado à Folha de S. Paulo, apenas o Acre fica na frente de Mato Grosso do Sul, com pelo menos 1 caso para cada 23 habitantes, pois registra total de 29 mil casos.
O levantamento coloca como líderes no ranking estados como Minas Gerais, que tem 203.966 notificações da doença, São Paulo (121.270) e Goiás (89.282). No entanto, o balanço considera apenas o total de casos, sem levar em conta a Proporção por número de habitantes em cada unidade da federação. Se fosse considerado apenas o total de notificações, Mato Grosso do Sul ficaria como quarto colocado.
No último balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), no dia 1º de julho, as notificações já subiram para 77.986. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o número de casos de dengue em Mato Grosso do Sul subiu quase 700 vezes. De janeiro a junho de 2009, de acordo com o Ministério da Saúde, somente 10.896 pessoas no Estado tiveram dengue.
Mortes
Até agora, 40 mortes de pacientes com dengue foram confirmadas no Estado. Dezenove óbitos foram registrados em Campo Grande, 7 em Jardim, 6 em Dourados e em cada uma das seguintes cidades: Angélica, Glória de Dourados, Mundo Novo, Paranaíba, Ponta Porã, Rio Brilhante, Rio Verde e Três Lagoas. Outras 14 mortes ainda estão sob investigação, ou seja, a causa ainda não foi confirmada, mas suspeita-se que ocorreram em decorrência da dengue.
No ano passado apenas uma morte por dengue foi confirmada e, em 2007, 19 pessoas foram a óbito por conta da doença.
Capital
Campo Grande é responsável por pouco mais da metade dos casos registrados no Estado. De acordo com o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde, de janeiro a junho, a Capital teve 39.168 vítimas da dengue.
A diretora de Vigilância em Saúde do município, Már cia Dalfabro, afirma que não há como “segurar a epidemia”. Segundo Márcia, por conta da circulação de três tipo de vírus causadores da doença no Estado e da quantidade de chuvas que atingiram a Capital no final do ano passado e início deste ano são os fatores responsáveis pelo aumento no número de casos.
“Já era uma surto previsto. Todos os trabalhos de combate estão sendo feitos, mas as chuvas contribuíram para a proliferação do Aedes aegypti (mosquito transmissor da doença). Também os vários tipo de vírus em circulação é fator determinante para o aumento, porque não é todo mundo que está imune aos três tipos”, afirma a diretora da vigilância.