Cidades

SEGURANÇA

Mudanças em lei fazem vendas de armas decolarem na Capital

Comerciantes avaliam aumento de até 70% na venda desses equipamentos; destaque fica para pistolas 9 milímetros, .40 e .45 e revólveres 357

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Os comerciantes do setor de armas em Campo Grande comemoram o aumento na procura pelos equipamentos e revelam que o interesse maior da população tem sido pelos modelos que antes da flexibilização do Estatuto do Desarmamento, feita pelo governo federal, eram considerados de uso restrito.  

Entre os mais procurados estão as pistolas 9 mm, .40 e .45 e os revólveres 357, que antes da flexibilização apenas as polícias civil e militar tinham permissão de uso, em razão da maior capacidade ofensiva desses modelos.

Anteriormente, o Exército Brasileiro limitava a concessão de armas para cidadãos comuns a uma capacidade de 407 joules de energia de disparo, em armas de cano curto, como as de calibre 38, 22, 25 e 32. Agora, o número subiu para 1.620 joules de energia no lançamento do projétil.  

A mudança possibilitou a adesão de alguns calibres que antes eram restritos.

O Correio do Estado percorreu algumas lojas que comercializam os artigos na Capital para averiguar se o setor reafirma os índices catalogados pela Polícia Federal, conteúdo que foi retratado em matérias publicadas nesta semana e que indicavam o aumento do número de registros de posse e porte de arma de fogo no Estado de 2018 a 2021.  

Em todas as lojas a resposta foi unânime: aumentou muito, confessaram os entrevistados.  

Dono de uma loja de pesca, armas e munição, Eliezer Melo Carvalho, conhecido pelo apelido de Jacaré, contou que antes da mudança na legislação a loja sobrevivia com a renda arrecadada pela venda de produtos de pesca, o que para o empresário não era substancial.

“Notei muito o aumento da procura por armamento. Porque antes vendíamos só armas autorizadas, como a calibre 38, 765, 380. Com o decreto do [presidente Jair] Bolsonaro, ele abriu para vendermos todos os tipos restritos de calibre, como .40, 357 e .45, e isso alavancou demais as vendas”, acentuou.  

Carvalho diz que as armas que eram de uso restrito e as armas de caça são as mais procuradas na loja. Conforme relato, a aquisição de uma arma de fogo não é simples, porque além de todos os testes e provas também é feita uma sondagem civil, criminal, militar e eleitoral para verificar se o solicitante tem algum problema com o País.  

“Quem compra em loja são cidadãos honestos. Aqueles que querem fazer o mal, creio que devem ir comprar nos países que fazem fronteiras com o Brasil, como a Bolívia e o Paraguai”, pontuou.

CUSTO

A loja de venda e despacho de armas comercializa uma pistola e revólver de entrada a R$ 4.200. Para os caçadores, atiradores desportivos e colecionadores (CACs), o valor inicial aumenta significantemente, com variação de R$ 4.500 a R$ 8.200.

O atendente de loja Matheus Escobar reforçou que antes da mudança feita pelo governo federal o local vendia uma arma por semana. Agora, o estabelecimento vende cinco por dia.

“Antes, no ex-governo, não tinha comércio, vamos falar assim. A venda do que antes era restrito a gente vê que aumentou muito, porque além de vender somos despachantes, então vários clientes nossos querem comprar direto do site, importação. A procura por outras armas também aumentou bastante”, ressaltou.  

O servidor frisou que a procura maior é de CACs. “Está saindo bastante. Do começo deste ano até o momento, está saindo bastante. As que mais saem são pistolas 9 milímetros e 357”, finalizou.  

OUTRAS LOJAS

Antônio Ferreira Neto, gerente de outra loja especializada na venda de materiais de pesca, sobrevivência e armas, também comercializa armamentos que antes eram restritos e afirma que a procura aumentou muito ultimamente.  

O local vende, em média, 100 armas por mês, três vezes mais do que antes das mudanças nas normas armamentistas. Desse total de armas, Neto declarou que pelo menos 90 são vendidas aos CACs.

“Aumentou consideravelmente, de Cac foi 90% do que era antes. Também aumentou a procura por armas no geral. Hoje, vendemos 70% a mais do que antes” pontuou.

Entre as armas mais comercializadas na loja, o gerente declarou que a “pistola de uso velado”, ou pistola compacta, é a que mais tem saída, seguida de revólver, que costuma ser mais usado durante a caça.

Conforme publicado pelo Correio do Estado, o número de CACs que têm permissão para porte de arma, ou seja, que tiveram autorização expedida pelo Exército, por meio do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), soma 16.356 caçadores catalogados e ativos em Mato Grosso do Sul. Os dados foram fornecidos pelo Comando Militar do Oeste (CMO).

Em Mato Grosso do Sul, em quatro anos, o número de registro de armas de fogo catalogadas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) cresceu 793%, de 618 registros de armamento em 2018 para 5.524 em 2021.  

Já o número de registros de porte de arma aumentou 9.125% no Estado, de 4 em 2018 para 369 no ano passado.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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