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Mulher de 33 anos morre em UPA e família alega demora no atendimento

Paciente com dengue tipo 2 só teria sido socorrida após passar mal na área de espera; Sesau afirma que não houve demora

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Uma mulher de 33 anos morreu ontem na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, em Campo Grande, e a família alega que houve demora no atendimento da paciente, que já estava passando mal quando chegou ao local.

De acordo com relatos da família, Marcelly Almeida, 33 anos, teria chegado à unidade por volta das 13h30min de ontem com dengue tipo 2, porém, ela teria passado pela triagem apenas às 15h e recebido classificação amarela, o que significa que a paciente não necessitaria de atendimento urgente.

Por outro lado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a triagem teria ocorrido pouco tempo depois, por volta das 14h, e que ela teria sido atendida logo em seguida. A Sesau ainda relata que depois da triagem Marcelly teria sido encaminhada para observação na enfermaria. 

“A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que a paciente deu entrada na UPA Coronel Antonino no início da tarde de hoje, passou por classificação e recebeu a cor amarela, sendo encaminhada diretamente para atendimento médico”, informou em nota a Sesau.

Essa cronologia é contestada pelos familiares de Marcelly e por outros pacientes que também estavam no local.

O marido de Marcelly, Thiago Lopes, 39 anos, contou ao Correio do Estado que, depois de passar pela triagem e receber a pulseira amarela, a esposa começou a passar mal e ele teve de pedir para alguém atendê-la.

“Ela começou a passar mal e eu fui procurar a assistência social. Achei uma responsável e pedi para ela atender a minha mulher, ela disse que iria ao banheiro e que depois atenderia. Demorou um pouco, ela chegou e disse que a ficha da minha mulher era amarela e que ela aguentaria esperar como qualquer outro.

Depois, minha mulher disse que as vistas dela estavam escurecendo e eu fui procurar ajuda de novo, foi aí que eles colocaram ela na maca, mas, mesmo assim, demoraram para dar atendimento”, relatou Thiago.
“Eu conheço uma pessoa que trabalha aqui e pedi para ela atender a minha mulher, porque ela não estava bem, daí ela atendeu e depois ela começou a ficar bem mal”, completou o marido.

Segundo a atendente de conveniência Nathiely Leonel, 28 anos, que também estava no local no momento da morte da jovem, a demora no atendimento na UPA foi geral. 

“Eu estava lá desde as 14h30min e fui atendida às 18h, deixaram eu, com Covid-19, por último”, reclamou a jovem, que chorou quando soube da morte da paciente.

Marcelly já havia sido atendida na segunda-feira. Conforme relato da família, administraram soro e ela foi liberada pelo médico. No dia seguinte, ela voltou à UPA.

A tia de Thiago, Marli Lima, 59 anos, também foi ao posto de saúde 24 horas e estava revoltada com a morte da jovem, que tinha duas filhas, uma de 11 anos e outra de 15 anos. Esta última fará aniversário no fim de semana e a família estava com uma viagem marcada para comemorar.

“Meu sobrinho trouxe ela no posto, ela entrou com as pernas dela, agora vai sair dentro do caixão, para o IML [Instituto Médico Legal]. A médica que atendeu ela disse que não era nada”, declarou a tia, indignada.

MORTE

De acordo com a Sesau, o estado de saúde da paciente começou a piorar por volta das 16h30min, quando teria sido levada para a área vermelha, onde foram feitos alguns procedimentos, mas a paciente não resistiu.
“Em função do rápido agravamento do quadro clínico, [ela] precisou ser encaminhada para a sala de emergência. Na sala de emergência, em razão da piora do estado clínico, a paciente evoluiu com uma parada cardíaca, sendo intermediada pela equipe de emergência, porém, sem sucesso”, diz trecho da nota.

“A Sesau também informa que todos os procedimentos aconteceram dentro do tempo protocolar conforme a classificação de risco e que lamenta o falecimento da paciente e aguarda o resultado de exames para a elucidação diagnóstica”, completa a secretaria.

O marido de Marcelly, porém, alega que questionou a equipe médica sobre a situação da companheira e foi informado de que só dariam notícias a partir do horário de visita, antes disso, segundo o marido de Marcelly, “não tem como você saber”. 

“Às 16h30min, voltei lá e [o profissional da saúde] disse: ‘Estou fazendo procedimento aqui, você quer que eu atenda você ou faça o procedimento na sua mulher?”, contou. Só depois disso ele foi informado da morte da esposa.

A família diz agora que quer saber a causa da morte de Marcelly e acusa a UPA de ter sido omissa e demorado a prestar o devido socorro. “Isso aí foi negligência desse posto”, lamentou o marido. 

Segundo pacientes que estavam no local, após receber a notícia da morte da esposa, Thiago precisou ser contido para não quebrar objetos do posto de saúde.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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