Cidades

O QUE É DE TODOS PARA TODOS

O procurador na tarefa de proteger os bens do Estado e dar segurança jurídica às políticas públicas

No Dia do Procurador, chefe da Procuradoria Geral de MS exalta os ganhos com tecnologia e inovação e o avanço do Estado Digital

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Em 23 de setembro é comemorado o Dia do Procurador. Nessa data é comum, também, avaliar resultados, mensurar os desafios e projetar ações sob as novas perspectivas. Do ponto de vista de resultados, o que se pode comemorar é o avanço advindo com a inovação e a tecnologia, capaz de contribuir enormemente para a consolidação de um Estado ágil, mais presente, socialmente justo, digital e inclusivo.  

Para a procuradora-geral de Mato Grosso do Sul, Ana Carolina Ali Garcia, a carreira de procurador não é menos desafiadora que inúmeras outras categorias do funcionalismo público, responsáveis não só pelo funcionamento da máquina administrativa, mas, sobretudo, para o êxito e alcance das políticas públicas. 

“O bom funcionamento da máquina administrativa passa pela proteção dos bens do Estado, pela conformidade e correta execução das políticas públicas e segurança jurídica nos atos dos gestores, cabe ao procurador zelar por essa missão, que é uma tarefa silenciosa, nos bastidores, mas gigantesca. A Procuradoria do Estado é isso, podemos compará-la a um porto seguro para que o governo cumpra o seu papel da melhor forma possível, assegurando o desenvolvimento econômico e social, justo e igualitário”.

Conheça nessa entrevista com Ana Carolina o leque de tarefas que mostram o tamanho da responsabilidade do procurador do Estado e o alcance do seu trabalho para a eficácia da gestão e o funcionamento harmônico da máquina administrativa. Trabalho, em grande parte, executado no bastidor, na retaguarda de uma estrutura gigantesca que compõe a administração pública.

A PGE está presente na vida dos cidadãos sul-mato-grossense de qual forma?

ANA CAROLINA ALI GARCIA - Os procuradores atuam tanto na esfera consultiva como na contenciosa (judicial e administrativa) em demandas de interesse do nosso Estado. Defendemos o interesse público, o patrimônio público, o que é de todos e para todos.

Na esfera consultiva, exercemos o assessoramento jurídico do gestor, orientando na tomada de decisão e na prática de atos administrativos, com foco na constitucionalidade e na legalidade. Com isso, contribuímos para a adequação das políticas públicas que chegam aos cidadãos em diversas áreas, como saúde, segurança, educação, regulação de serviços públicos, compras públicas, infraestrutura, por exemplo.

No âmbito contencioso, atuamos nos processos administrativos em que o Estado é parte e também nas ações judiciais em que ele ou suas autoridades figurem como réu ou interessado ou, ainda, propondo ações em nome do Estado na qualidade de autor. Defendemos o interesse público, o patrimônio público, o que é de todos e para todos.
 
Poderia enumerar algumas ações que representam entregas realizadas pela PGE?

ANA CAROLINA ALI GARCIA – Sim, podemos citá-las: 
    • Simplificação ao acesso aos serviços públicos trazida pela revisão do estoque de normas, inclusive regulatórias;
    • Assessoramento nas parcerias estratégicas no setor de infraestrutura (PPP`s e concessões), nas compras de bens e serviços públicos (atuamos ao lado da secretaria de licitações) e na orientação jurídica quanto às condutas eleitorais (manual de condutas eleitorais atualizado para eleições municipais e plantão tira-dúvidas com respostas em 48h);
    • internalização de marcos legais, como a nova lei de licitações e o anteprojeto da lei de inovação;
    • potencialização da Câmara Administrativa de Solução de Conflitos; 
    • incremento na arrecadação tributária; 
    • alto número de acordos em precatórios com redução da despesa pública; 
    • combatividade no âmbito judicial, somada à proatividade no acompanhamento de ações e reformas legislativas de impacto para o Estado, inclusive com atuações conjuntas com os outros entes da federação pelo Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e DF (CONPEG);
    • a consolidação na seara consultiva, com a presença da PGE na Administração Direta e Indireta;
    • simplificação da linguagem em nossos pareceres, sitio eletrônico e instrumentos em geral melhorando a comunicação com a sociedade e com o gestor público;
    • fortalecimento do laboratório de inovação, com o uso de inteligência artificial e automação em processos, em parceria com FUNDECT e UFMS; e
    • contínua capacitação e aperfeiçoamento por meio dos inúmeros cursos no âmbito a nossa Escola Superior da Advocacia Pública. 

Qual papel da PGE na tão falada solução consensual de conflitos?

ANA CAROLINA ALI GARCIA - O lema é prevenir litígios, incentivar a resolução pacífica de conflitos e reduzir a insegurança jurídica. A PGE/MS instalou a Câmara Administrativa de Solução de Conflitos que tem resolvido diversos temas de forma pacífica e adequada e também firmou parcerias com o TJMS para extinção de execuções fiscais de baixo valor e sem movimentação útil e para a entrega de medicamentos numa fase pré-processual, evitando o ajuizamento de demandas na saúde. 

A melhor gestão da dívida ativa é um fato, a que se deve? E o contexto da reforma tributária? 

ANA CAROLINA ALI GARCIA - Na área fiscal temos focado em cobranças mais efetivas e racionais, que geraram a modernização da cobrança da dívida ativa via aperfeiçoamento do sistema da dívida pública, protestos, seletividade para o ajuizamento (com fixação de valores mínimos para ajuizamento e dispensa de recursos em razão de jurisprudência firmada pelos tribunais superiores), a atuação conjunta com os cartórios e instituições (postos de atendimento dos cartórios na PGE; postos da PGE na OAB e no TCE) e o incremento dos recursos tecnológicos e humanos.

A PGE está presente em debates acerca de reformas estruturantes como a Tributária. Isso impacta no desenho do tributo de maior relevância para o Estado, na interpretação da legislação e na forma de cobrança desse tributo. Nosso foco é a simplificação do sistema, a redução do contencioso e a garantia da segurança jurídica para os gestores, os Poderes constituídos, a sociedade e para os empresários que com investimentos privados permitem o desenvolvimento regional.  

Nesse cenário, tive a gratificante oportunidade de integrar o Grupo de Análise Jurídica do Programa de Assessoramento Técnico à Implementação da Reforma da Tributação sobre o Consumo (GAJ no PAT-RTC), no âmbito do Ministério da Fazenda, bem como o Comitê de Estudos da Reforma Tributária Constitucional no Estado e de atuar como Relatora do tema no Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (CONPEG).

A PGE dialoga com a sociedade e com outras instituições: qual a importância?

ANA CAROLINA ALI GARCIA - Entendemos necessária a construção de parcerias e diálogos qualificados e plurais, com representantes do Judiciário, da Defensoria Pública, do Ministério Público e com a sociedade civil e gestores públicos e privados. No âmbito do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e DF, que atuamos como secretária-geral trabalhos com muitos temas de interesse federativo e com o compartilhamento de boas práticas entre as PGE`s nos mais variados temas de direito público. O foco é uma atuação estratégica, coordenada e que atua com a advocacia pública de todo o país em rede, em prol do coletivo.

Qual a sua visão sobre a carreira?

ANA CAROLINA ALI GARCIA - Uma carreira estruturada, com pessoas tecnicamente competentes e com desejo e estímulo para fazer a coisa certa, trabalhar em prol do coletivo. Eis a nossa visão: um quadro bem intencionado, que trabalha com o interesse público em mente. O braço técnico que apoia a realização das políticas públicas. Estamos coletivamente desempenhando com responsabilidade nossa missão para com o nosso Estado e com a sociedade sul-mato-grossense.

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curva perigosa

Colisão de carro em guard rail mata meninas de 16 e 18 anos em MS

Veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra a proteção na lateral da pista

22/09/2024 16h29

Colisão entre carro x guard rail na BR-158

Colisão entre carro x guard rail na BR-158 DIVULGAÇÃO

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Meninas de 16 e 18 anos morreram em colisão de um carro de passeio com o guard rail, na madrugada deste domingo (22), no KM-356 da BR-158, entre os municípios de Brasilândia (MS) e Pauliceia (SP), na divisa MS/SP.

Guard rail é uma mureta metálica utilizada como barreira de proteção em estradas e rodovias. Havia quatro pessoas dentro do carro, sendo dois homens e duas mulheres. Os homens fugiram do local sem prestar socorro, conforme as informações iniciais divulgadas pelas autoridades de trânsito.

Colisão entre carro x guard rail na BR-158Lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. Foto: divulgação

Conforme apurado pela mídia local, o veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia, quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra o guard rail. De acordo com populares, o grupo de amigos voltava de Panorama (SP) a Brasilândia, quando houve a colisão.

Com o impacto, as vítimas foram arremessadas contra o painel do carro e morreram na hora. Não se sabe o estado de saúde dos dois rapazes, que supostamente fugiram, já que não havia registro de que tenham sido socorridos pelo algum motorista que tenha passado pelo local.

Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Científica e Pax estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

A lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. O para-brisa frontal e traseiro e vidros laterais foram destruídos.

O corpo da menina de 18 anos será enterrado em Brasilândia (MS) e o corpo da menina de 16 anos será sepultado em Panorama (SP). A Polícia Civil irá investigar as circunstâncias do acidente. 

Por conta da comoção, aulas em escolas públicas de Brasilândia foram suspensas para esta segunda-feira (23). 

mato grosso do sul

Indígenas do interior de MS são alvos de escuta do Governo Federal

Presença de Ministério dos Povos Originários e Fundação Nacional marcou retorno de corpo à Terra Indígena, onde quatro já morreram desde a década de 80

22/09/2024 16h00

Decisão de

Decisão de "escolta" já vinha sendo cumprida e, após a morte de Nery. o próprio secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública apontou um reforço armado para a região Reprodução/Redes Sociais

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Dias após morte na Terra Indígena Ñanderu Marangatu, o Governo Federal se fez presente no município de Antônio João - distante cerca de 280,9 km da Capital de Mato Grosso do Sul -, para ouvir os povos originários, em data que marcou o retorno do corpo de Nery Ramos da Silva Guarani Kaiowá ao território onde outros três já morreram desde a década de 80. 

Equipes representantes do Governo Federal - do Ministério e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (MPI e Funai) -, ainda neste sábado (21) estiveram na Ñanderu Marangatu, ao lado de integrantes também do Ministério e Defensoria Pública. 

Para marcar a presença, houve ato no ponto em que o Guarani Kaiowá foi morto - ainda na quarta-feira (18) -, com o retorno do corpo ao território indígena, depois dos devidos procedimentos de necrópsia. 

Cabe apontar que esse procedimento foi realizado no município de Dourados - distante cerca de 146,4 km de Antônio João -, pelas mãos de equipes que vieram diretamente de Brasília pela Polícia Federal. 

Ao lado desses policiais federais, também um antropólogo representante do Ministério Público Federal (MPF) acompanhou a necrópsia do Guarani Kaiowá. 

Assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) regional do Estado, Anderson Santo, detalhou que na Terra Indígena de Antônio João o Governo Federal realizou um procedimento de escuta qualificado dos órgãos públicos. 

Tudo isso em busca de que o Poder Executivo siga tomando providências, que coloquem um fim aos conflitos constantes contra os povos originários sul-mato-grossenses. 

Relembre

Assassinado com tiro na região da cabeça, aos 23 anos, Neri Ramos da Silva Kaiowá, pai de um bebê de 11 meses, se soma a outros três nomes mortos desde a década de 80 nessa mesma Terra Indígena de Antônio João, sendo: 

  • 1983 | Marçal de Souza: morto em casa com 5 tiros, na Aldeia Campestre 
  • 2005 | Dorvalino Rocha: morto com 2 tiros por segurança privado de fazendas da região. 
  • 2015 | Simião Vilhalva: morto com tiro na cabeça durante conflito por terras

Forças policiais da região atuam por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), designados sob as ordens de garantir o ir e vir dos funcionários e 'proprietários' da Fazenda Barra, desde a rodovia até a sede, num percurso de mais de 10 quilômetros. 

Desde o cair da noite do último dia 17 - que antecedeu o dia do conflito com morte -, registros feitos em Antônio João mostravam veículos de forças policiais, sendo um ônibus da Polícia Militar e um caminhão do Choque, onde o interlocutor responsável pelas imagens inicia dizendo "agora acaba a 'baderna desse povo' aí", confira: 

Importante frisar que, essa decisão de "escolta" já vinha sendo cumprida e, após a morte de Nery Ramos Guarani Kaiowá, o próprio secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública apontou um reforço armado para a região. 

Após a morte, o Governador Eduardo Riedel convocou um "sala de situação" para tratar o que ocorre em Antônio João, onde titular da Sejusp, Antônio Carlos Videira, culpou 'índios paraguaios a serviço do tráfico' pelo acirramento do confronto, destacando uma centena de policiais para apoio. 

Esses 100 homens tratam-se policiais de reforço/recobrimento, que atuam em apoio aqueles que já estão agindo em cumprimento da decisão judicial, que, em tese, busca segurança para a família residente na Família Barra, diz a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). 

 

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