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Pantanal já recebeu investida para exploração até de pedras preciosas

Os estudos no bioma em torno da viabilidade para se extrair ouro, somente nos municípios de Corumbá e Ladário, envolvem uma área total de mais de 6,1 mil hectares e totalizam 304 pedidos

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O Pantanal não é apenas um território de riqueza cênica e natureza exuberante. O bioma é também um grande ativo econômico em termos de potencial de mineração. O ferro e o manganês são as commodities com maior projeção de exploração nesse território. 

Há retirada desses minerais desde o século 19. Já a partir dos anos 2000, outras frentes começaram a buscar outros recursos minerais.

Conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), há mais de 300 requerimentos cadastrados e ativos que envolvem algum tipo de pedido envolvendo estudo ou mesmo autorização para exploração. Essa diversidade de pedidos inclui também a procura por ouro, bem como por pedras preciosas, como o quartzo.

Nessa base de dados abertos da ANM, os estudos no bioma em torno da viabilidade para se extrair ouro, somente nos municípios de Corumbá e Ladário, envolve uma área total de mais de 6,1 mil hectares. A busca por quartzo está restrita a uma região menor, de cerca de 140 hectares. 

Especificamente sobre a exploração de ouro no Pantanal, existem mais de cinco requerimentos ativos de autorização de pesquisa com proposta de uso para o setor industrial. 

A maioria deles pertence à Mineradora Concreluz Ltda., que tem sede em Ribas do Rio Pardo. Os estudos para identificar viabilidade para o negócio estão situados em seis áreas distintas, e apenas uma delas está no município de Bonito, voltada para a mineração de cobre. Os outros pedidos são voltados para atuação em Corumbá. 

Essas pesquisas vêm tramitando na Agência Nacional de Mineração desde setembro de 2021 e tiveram atualização com pedido para continuidade das avaliações em dezembro do ano passado. 
De acordo com andamento disponível para consulta na ANM, houve reabertura de processo agora em janeiro. 

A solicitação de continuidade envolveu até ofício dirigido ao então secretário-executivo do Conselho de Defesa Nacional, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. 

A pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Lisandra Pereira Lamoso, apontou no estudo “A exploração mineral no estado de Mato Grosso do Sul – Brasil” que o interesse econômico em torno de jazidas de riquezas minerais se concentram em território pantaneiro em razão de um histórico de análises.

“As jazidas sul-mato-grossenses estão situadas nos municípios de Corumbá e Ladário, próximo à linha internacional da fronteira Brasil-Bolívia, compondo a formações da Serra do Rabicho, Morro Grande, Serra de Santa Cruz, Morro da Tromba dos Macacos, Serra do Jacadigo e Morro do Urucum. Na topografia da planície do Rio Paraguai, destacam-se essas formações, que são popularmente conhecidas como Morraria do Urucum. Essa região faz parte, política e administrativamente, do estado de Mato Grosso do Sul desde a divisão do estado de Mato Grosso, em 1979, e a área de exploração está na área do Pantanal Sul-Mato-Grossense”, especificou.

QUARTZO

Com relação ao quartzo, as pesquisas para retirada dessa pedra preciosa do Pantanal estão pulverizadas entre diferentes empresas. Em um dos requerimentos ativos, a empresa envolvida ainda tenta a autorização para ampliar os estudos. 

Um desses pedidos é referente a 2022, com despacho mais recente dado em fevereiro deste ano. Nessa documentação, a ANM apontou que as análises no território deveriam ser paralisadas.

Em termos de exploração de minérios com maior atuação da iniciativa privada, as minas de ferro e manganês concentram os maiores movimentos comerciais de extração e de lucros para as empresas atualmente. 

Só em 2020, as mineradoras que estavam ativas em Mato Grosso do Sul lucraram cerca de US$ 281 milhões. Dentro desse recorte, só em Corumbá o lucro das empresas foi de US$ 184,1 milhões, conforme dados do ComexVis, divulgados pelo Movimento pela Soberania Popular na Mineração. 

Para o poder público, essa exploração no território também gera recursos. A compensação financeira da exploração de recursos naturais CFEM gera milhões de reais. 

Essa espécie de compensação existe como contraprestação paga pelo minerador à União, aos estados e aos municípios. No ranking nacional, Mato Grosso do Sul ficou em 7º na arrecadação no ano passado, subindo três posições em relação a 2021, quando estava em 10º lugar na receita, informou o governo estadual.

DIVERSIFICAÇÃO 

Ao mesmo tempo em que há uma amplitude de processos para pedir estudo e exploração de minérios no Pantanal, o setor de fiscalização e administrativo da ANM encontra sérias dificuldades.

No mês passado, a delegacia regional da Associação Nacional dos Servidores da Agência Nacional de Mineração (Asanm) em MS apontou para riscos no trabalho dos fiscais, sucateamento da estrutura local e falta de funcionários. 

“A carência de servidores compromete os trabalhos de fiscalização em campo no desenvolvimento das atividades de todo o setor da mineração, uma vez que esses trabalhos exigem relatórios circunstanciados”. 

“A ANM não tem uma estrutura condizente com o que se espera de uma agência reguladora, proporcional ao setor mineral e em patamar equivalente às demais agências, como ANP e Aneel, que são vinculadas ao mesmo Ministério de Minas e Energia [MME]”, informou Reinan Bispo Sobral, delegado regional da Asanm, ao Correio do Estado.

A autarquia federal já havia informado que vem solicitando ao Executivo a realização de concurso e de melhorias.

Saiba: Conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) obtidos pelo Correio do Estado, há mais de 300 requerimentos cadastrados e ativos que envolvem algum tipo de pedido para estudo ou mesmo autorização para exploração de recursos minerais no Pantanal de MS.


 

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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