Com a greve dos motoristas de ônibus marcada para começar na sexta-feira (7), Consórcio Guaicurus, empresa responsável pelo transporte público na Capital, alegou que só conseguirá dar o reajuste para os trabalhadores caso a passagem aumente para R$ 5,12 neste ano.
O valor solicitado pela empresa foi calculado pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg). Contudo, em dezembro, a prefeitura anunciou que reajuste do transporte não deve ser maior de 5%, aumento de R$ 0,20 no preço praticado atualmente, passando de R$ 4,20 para R$ 4,40 (valor arredondado).
A empresa também quer o pagamento por parte do administrativo municipal e estadual dos respectivos alunos que fazem uso da gratuidade do passe do estudante e a isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS).
O presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, afirmou que deve se reunir com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), entre hoje (4) e amanhã (5) para entrar em acordo.
"Vamos pedir para que eles cumpram o contrato, o valor que a Agência de Regulação estabeleceu. O subsídio é para quem utiliza o transporte, não para o Consórcio, quem utiliza está pagando, a passagem está alta por canta de várias razões", afirmou.
Ao Correio do Estado, Marquinhos afirmou que o município pretende dar subsídio de até R$ 1,2 milhão ao transporte coletivo e urbano da Capital, mas não deve aumentar o valor da passagem.
Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU) decidiu pela greve em assembleia da categoria realizada na segunda-feira (3), solicitando reajuste salarial de 11,08%.
A paralisação será por tempo indeterminado, "até que o Consórcio cumpra o que foi prometido", disse o diretor financeiro do STTCU, William Alves.
O Consórcio já foi comunicado sobre a greve, Rezende afirmou que se um acordo não for feito, a briga pelo preço da passagem pode ser judicializada.
"Nós vamos parar na Justiça para ver no que vai dar, mas estamos evitando isso ao máximo", ressaltou o presidente do Consórcio.
Nesta manhã, durante coletiva de imprensa, o prefeito alegou "tudo o que for possível a prefeitura fazer para não elevar a tarifa e não ter a greve, nós vamos fazer".
"A gente admite pagar para as pessoas com deficiência, pessoas com gratuidade de câncer, ostomizados e renais crônicos e a gente admite até mesmo retirar 5% do ISS que viria para os cofres do município", completou Trad.
Com isso, a prefeitura estaria disposta a investir, por ano, cerca de R$ 14,4 milhões para que o serviço continue a funcionar na Capital.
Conforme dados da concessionária, no início do segundo semestre de 2021, quando as aulas presenciais na rede municipal e estadual foram retomadas, a Capital tinha 13 mil estudantes cadastrados com passe livre, entre estado, município e instituições particulares.
Além disso, existem outros 10 mil idosos e 7 mil pessoas com deficiência que utilizam a gratuidade.
Em novembro, o Consórcio Guaicurus contabilizou 2.415.000 passes utilizados, segundo o presidente das empresas, João Rezende. Já dezembro foi encerrado com cerca de 2.400.000 passagens. O valor contabiliza o número de passes utilizados em Campo Grande.