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ÔNIBUS

Prefeitura aceita subsidiar R$ 1,2 milhão por mês do transporte

Defasagem entre valor da nova tarifa e preço técnico seria de R$ 1,8 milhão, aponta consórcio

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O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), afirmou ao Correio do Estado que o município pretende dar subsídio de até R$ 1,2 milhão ao transporte coletivo e urbano da Capital. 

Isso porque, segundo o Consórcio Guaicurus, grupo que comanda o serviço na cidade, a defasagem entre o valor que deve ser cobrado da população com a nova passagem (que deve aumentar de R$ 4,20 para R$ 4,40) seria de R$ 1,8 milhão ao mês em comparativo com a tarifa técnica apontada pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg). 

A medida é uma forma de evitar a greve dos motoristas de ônibus, marcada para começar na sexta-feira (7).

Com isso, a prefeitura está disposta a investir, por ano, cerca de R$ 14,4 milhões para que o serviço continue a funcionar na Capital. 

Entretanto, pelas contas do Consórcio Guaicurus, o valor anual a ser recebido seria de R$ 21,6 milhões, e os outros R$ 7,2 milhões ainda precisam ser negociados com o governo do Estado e com a União.

De acordo com Trad, esse repasse seria referente à renúncia do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e ao pagamento, por parte do município, das gratuidades dos estudantes municipais e de pessoas com deficiência ou com alguma doença.

“Não acho justo repassar essa conta para o trabalhador comum, nosso compromisso é pagar todos os nossos alunos [do município], a gente paga para pessoas com deficiência, para os ostomizados e renais crônicos, a gente aceita pagar para pessoas com câncer, retira o ISSQN da prefeitura,

tudo isso a gente consegue. Agora, o restante vem do governo do Estado, estamos pedindo para eles pagarem os alunos [da rede estadual] e fazer como muitos estados estão fazendo, retirando o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadores e Serviços] do diesel do transporte”, afirmou Marquinhos.

O prefeito disse ainda que a forma com que esse valor e a isenção do imposto devem ser repassados ao Consórcio Guaicurus será definida em conjunto com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

“Estou aguardando uma reunião com o MPMS para a gente definir certinho como seria, da mesma maneira que São Paulo vai fazer, Santa Catarina. Tenho uma reunião marcada para amanhã [terça-feira] com o Ministério Público e vamos ver como vamos acionar o governo do Estado para que ele cuide da parte dele”, declarou Trad.

Conforme dados da concessionária, no início do segundo semestre de 2021, quando as aulas presenciais na rede municipal e estadual foram retomadas, a Capital tinha 13 mil estudantes cadastrados com passe livre, entre estado, município e instituições particulares. 

Além disso, existem outros 10 mil idosos e 7 mil pessoas com deficiência que utilizam a gratuidade.

Em novembro, o Consórcio Guaicurus contabilizou 2.415.000 passes utilizados, segundo o presidente das empresas, João Rezende. Já dezembro foi encerrado com cerca de 2.400.000 passagens. O valor contabiliza o número de passes utilizados em Campo Grande.

TARIFA

A Prefeitura de Campo Grande anunciou na semana passada que o aumento da tarifa do transporte coletivo não ultrapassaria o porcentual de 5%. 

Caso seja esse o valor aplicado, a passagem passaria de R$ 4,20 para R$ 4,40, preço muito abaixo do que havia sido apontado pela Agereg, de R$ 5,12.

Apesar do anúncio, até o fim da tarde de ontem, o município não havia publicado o novo valor da tarifa de ônibus, que deveria ter sido reajustada ainda em dezembro de 2021.

Essa diferença entre o que deve ser aplicado ao consumidor e o que equilibraria os gastos das empresas é que está sendo pleiteada pelo consórcio por meio de subsídio. 

Ao Correio do Estado, Rezende disse que considera o posicionamento do prefeito um avanço, mas questionou quem seria o responsável pela fatia que cabe aos estudantes das escolas e das universidades particulares.

“O posicionamento é um avanço, mas não dá para ficar no meio termo. O prefeito disse que vai dar o subsídio para os estudantes do município, e o Estado para os dele, mas e os particulares, como fica? É uma parcela grande. Como foi a prefeitura que concedeu essa gratuidade, acreditamos que ela que tem que suportar e, se for o caso, se entender com o Estado. A rede particular tem número expressivo de alunos”, avaliou o presidente do consórcio.

Ainda conforme Rezende, ele espera que nesta terça-feira consiga se encontrar com o prefeito para discutir o reajuste da tarifa. “Pedi para falar com prefeito amanhã, precisamos ter uma saída”.

O prefeito, por sua vez, já afirmou que não dará sozinho 100% do valor solicitado pelo Consórcio Guaicurus. 

“A única maneira de não elevar a tarifa é a prefeitura todo mês subsidiar R$ 2 milhões para o consórcio, e isso é descartado, não tem possibilidade de acontecer, primeiro porque a manutenção da tarifa não é de responsabilidade apenas do prefeito, é também da União e do Estado”, comentou Trad.

“Existe um contrato, uma receita para calcular [a tarifa], e isso tem que ser respeitado, não adianta ficar aliviando, porque aí a gente inviabiliza o transporte de vez, isso ainda não aconteceu em Campo Grande, mas está no caminho”, completou o presidente do grupo.

GOVERNO FEDERAL

Depois que o governo federal negou, no ano passado, uma ajuda ao setor de transporte municipal de passageiros no valor de R$ 4 bilhões, que seria destinada a municípios com mais de 200 mil habitantes, a União já tem dado indícios que, para 2022, aceita negociar.  

Algumas prefeituras, inclusive, aguardam esse subsídio para anunciar o valor do reajuste da passagem de ônibus, como acontece em São Paulo. 

Ainda não há data para que o repasse seja firmado entre União e concessionárias. Para a Capital, o valor serviria para subsidiar a gratuidade dos idosos, que foi concedida por lei federal.  

GREVE

Ontem, em assembleia realizada pela categoria, os motoristas de ônibus de Campo Grande indicaram greve a partir de sexta-feira, sem data para terminar. Se a tarifa técnica não for respeitada, eles ficarão sem reajuste salarial. 

14 MILHÕES  

Se ficar acertado o repasse de R$ 1,2 milhão ao mês, em 2022 a prefeitura deve repassar ao Consórcio Guaicurus, até o fim do ano, R$ 14,4 milhões.

"AU-MIGO" DE NATAL

Especial fim de ano, cães bombeiros visitam Humap

Banda do Corpo de Bombeiros junto ao Projeto Cães Bombeiros levaram canções e carinho para pacientes internados em hospital

06/12/2025 10h00

Ação de fim de ano leva canções e

Ação de fim de ano leva canções e "Projeto Cão Herói - Cão Amigo" para animar corredores do Hospital Universitário Divulgação

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Na última quinta-feira (04), pacientes do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh) receberam pela manhã a visita de cães bombeiros. Fantasiados e em clima de fim de ano, os animaizinhos levaram alegria para quem está internado no local.

Ação de fim de ano leva canções e "Projeto Cão Herói - Cão Amigo" para animar corredores do Hospital UniversitárioProjeto Cão Herói - Cão Amigo levam alegria ao Hospital Universitário - Foto: Divulgação

Parte do Projeto Cão Herói - Cão Amigo, do Corpo de Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS), a visita especial se somou a participação da banda da corporação que levou canções natalinas para os corredores do hospital e outras músicas que alegraram, ou tocaram de alguma forma os pacientes.

Vestidos com roupas de natal, 13 cãezinhos foram à missão juntos a 19 bombeiros, a equipe chegou ao Hospital pela manhã e percorreram diferentes setores.

Ação de fim de ano leva canções e "Projeto Cão Herói - Cão Amigo" para animar corredores do Hospital UniversitárioEquipe que realizou ação no Humap - Foto: Divulgação

Na pediatria, Bruno Henrique Martines (de 5 anos), Antônio Vergílio (de 10 anos), Maria Júlia (de 4 anos), e outras crianças puderam ter o momento de carinho. Alguns ainda puderam matar a saudade de seus ‘pets’ que estão em casa, esperando pelo retorno dos pequenos internados.

Bruno Henrique Martines

O garotinho de 5 anos, internado por água no pulmão, desceu da cama assim que viu os cães entrarem no quarto. Com sorriso por ver o filho alegre, a mãe Beatriz Martines Torraca se emocionou com o momento. “Ele adora cachorro. Em casa, abraça e fica grudado com eles. Estava sentindo muita falta.”

Antônio Vergílio

Com 10 anos e 5 cachorros em casa, o filho de Luciana Tertuliano da Silva Oliveira está internado em tratamento contra a pneumonia. A mãe revela como a presença dos animaizinhos ultrapassa a alegria. “É uma bênção. Eles vêm abençoar as crianças para que saiam logo. Somos energia, e eles passam isso para as crianças.”

Maria Júlia

Internada há 15 dias e acompanhada da mãe, a menina de 4 anos aproveitou o momento para receber e dar carinho a um dos cachorros. A mãe Elizabeth Batista Silva chorou ao ver a alegria da filha. “É muito especial receber esse carinho. Faz a gente respirar um pouco de esperança”, disse ela, após a filha passar por cirurgia recente.

Em outra ala hospitalar, na maternidade, Stephany Janaina, de 29 anos, está internada após diagnóstico de diabetes gestacional. Mãe de José Henrique que ainda está na barriga, conta com emoção o sentimento de ver os animaizinhos e a banda pelo corredor. “É muito legal porque a gente fica aqui ansioso. É a primeira vez que vejo isso em hospital.”

Coordenador do Projeto Cão Herói - Cão Amigo, Thiago Kalunga explica que a ação é mais do que uma visita. “Os cães já levam muita alegria e, com a banda, levam muita emoção até para quem participa. Às vezes, o paciente levaria mais tempo para receber alta, mas, com a visita dos cães, esse tempo pode ser até menor. O projeto já tem mais de 10 anos.”

Com mais de 10 anos de projeto, a superintendente do Humap-UFMS destaca a alegria de receber a iniciativa novamente. “É um momento muito aguardado no nosso hospital. A visita dos cães e da banda reforça o cuidado integral que oferecemos, incluindo suas emoções. Ver nossos pacientes e colaboradores emocionados mostra o quanto essa ação faz diferença.”

A banda do Corpo de Bombeiros encerrou a ação com músicas infantis e de esperança.

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LEVANTAMENTO

MS registra quase 60 mulheres vítimas de violência doméstica por dia

Números são do Monitor da Violência contra a Mulher, portal disponibilizado pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul

06/12/2025 09h30

Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande

Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Próximo da virada do ano, Mato Grosso do Sul tem um dado alarmante do qual não se pode orgulhar: mais de 20 mil casos relatados de violência doméstica em 2025, uma média diária de quase 60 mulheres vítimas do crime. Os dados são do Poder Judiciário do Estado, disponibilizados no Monitor da Violência contra a Mulher.

Segundo o portal, este ano já é o terceiro pior no quesito desde quando os números começaram a ser contabilizados, em 2015, com 20.087 vítimas, ficando atrás apenas dos dois anos passados, em 2023 e 2024, quando foram relatadas 21.061 e 21.117, respectivamente. Somente Campo Grande é responsável por 35% dos relatos, com 7.135 catalogados até então.

Dentre os mais de 20 mil casos de 2025, 14.657 aconteceram em residências, enquanto os outros 5.430 está divididos em vias urbanas (2.862), propriedade rural (960), estabelecimento comercial (591), internet (508), estabelecimento de saúde (178), órgão público (83), local público (62), estabelecimento de ensino (50) e escolas (47).

Ademais, entrando na relação do autor com a vítima, na maioria das vezes a violência doméstica é praticada pelo cônjuge, ou seja, quando já há um vínculo matrimonial entre as duas pessoas. Vale destacar que os números citados acima são aqueles relatados em alguma via policial ou de acolhimento, o que é uma das maiores dificuldades dos órgãos de fiscalização.

Em nota enviada ao Correio do Estado, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) afirmou que, mesmo que os números também são um reflexo de que a campanha de denunciar este tipo de crime está no ‘caminho certo’, muitas mulheres ainda apresentam receio ou medo em relatar que estão sofrendo violência doméstica, tal qual pessoas que observam a prática acontecendo e se omitem.

“O desafio, no entanto, é mais complexo, pois muitas mulheres sofrem sozinhas, não possuem rede de apoio, não sabem como sair do ciclo da violência, sentem medo ou vergonha do julgamento social. Ainda persiste a ideia de que a violência doméstica é ‘problema do casal’, o que leva a inúmeras situações em que familiares, vizinhos e amigos têm conhecimento da violência, mas não buscam ajudá-la. A ausência de busca por proteção do Estado acaba deixando essas mulheres ainda mais vulneráveis”, destaca o órgão.

No final do comunicado, o MPMS reforça que “quanto mais campanhas são divulgadas e quanto mais a informação chega às mulheres, maior é a percepção de que existe uma lei capaz de protegê-las”.

Feminicídios

Um dos principais reflexos dos casos de violência doméstica é o alto número de feminicídios registrados este ano no Estado. Até o momento, foram 38 casos em 2025, mais do que os registrados nos dois anos anteriores, em 2023 e 2024, quando catalogaram 30 e 35 vítimas, respectivamente.

Medidas protetivas

"Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social", diz o art.2 da Lei nº 11.340 (Lei Maria da Penha).

Usadas para proteger mulheres em situação de violência familiar ou doméstica, as medidas protetivas são um dos principais instrumentos para, pelos menos, tentar proteger mulheres de qualquer tipo de violência seja qual for o âmbito.

Conforme o Monitor da Violência contra a Mulher, foram solicitadas 14.532 medidas protetivas até o fim de novembro, das quais 12.885 foram concedidas, o que corresponde a 88,67% dos pedidos. Sobre o recorte mensal, a média de solicitações está na casa dos 1,3 mil.

Em comparação com outros anos, 2023 teve o maior número em solicitações totais, com 15.401, enquanto no ano passado houve recorde de medidas protetivas concedidas, com 14.809, porém, a média mensal desses anos foi de 1,2 mil.

Recentemente, a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul (DPGE-MS) divulgou que as medidas protetivas solicitadas a partir do órgão saltaram de 1.536 em 2024 para 3.806 este ano, considerando aquelas que foram outorgadas pelo Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem).

“Identificamos que 58% das mulheres atendidas pelo núcleo são pretas, 53,7% são solteiras, e metade está entre 30 e 45 anos, faixa etária associada ao maior risco de violência doméstica e feminicídio, seguindo o cenário nacional. Esse perfil retrata a realidade de um atendimento voltado a mulheres que acumulam desigualdades raciais, sociais, econômicas e de acesso à rede de proteção”, analisa a coordenadora e defensora pública Kricilaine Oksman.

Ligue 180

A Central de Atendimento à Mulher Ligue 180 é um serviço de utilidade pública para o enfrentamento à violência contra as mulheres.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos:

  • orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.;
  • informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento;
  • registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes;
  • registro de reclamações e elogios sobre os atendimentos prestados pelos serviços da rede de atendimento.
  • É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil ou acionar o canal via chat no Whatsapp (61) 9610-0180. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.

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