Cidades

PROTEÇÃO À INFÂNCIA

Pecuária lidera ranking de 'Piores Formas de Trabalho Infantil' em MS

Radar de Inspeção do Trabalho mostra 68 crianças e adolescentes encontrados em estábulos, currais e outros pontos em 2023 no Mato Grosso do Sul, sem condições adequadas de higienização

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Com 68 crianças e/ou adolescentes encontradas em 2023 - e mais cinco neste ano - a "pecuária" aparece no topo do ranking das "Piores Formas de Trabalho Infantil" em Mato Grosso do Sul, segundo dados compilados pela Secretaria de Inspeção de Trabalho (SIT) do Governo Federal. 

Desde 2008, pelo decreto 6.481 de 12 de junho daquele ano, a lista relaciona atividades proibidas para pessoas abaixo dos 18 anos completos, por serem prejudiciais à saúde, à segurança ou à moralidade. 

A partir disso, através do Portal da Inspeção do Trabalho, o Governo Federal traz importantes índices, como de acidentes; trabalho escravo e infantil. 

Quanto a esse último indicador, se somados todos os tipos de trabalho relacionados, 315 crianças e adolescentes foram encontradas em Mato Grosso do Sul em alguma das 15 piores formas de trabalho infantil do Estado. 

Após a pecuária, que no ano passado liderou o ranking e mantém a posição neste 2024, outras principais piores formas de trabalho infantil em MS envolvem: 

  • limpeza de automóveis e equipamentos com uso de solventes, desengraxantes ácidos ou básicos e/ou produtos derivados de óleos minerais
  • Indústria de transformação da borracha 
  • Venda, a verejo, de bebidas alcoólicas
  • Trabalho ao ar livre sem proteção adequada contra radiação solar, chuva, frio 

Análise local

Enquanto no ranking nacional a atividade que lidera como "pior forma de trabalho infantil" é justamente o serviço ao ar livre sem proteção adequada (13ª com mais casos no MS), a pecuária só é listada na nona posição se somadas as atividades de todas as Unidades da Federação. 

Abaixo, você confere a relação - com base nos dados do Radar de Trabalho Infantil - das principais atividades listadas pela SIT como as "piores" do Estado, se levado em conta o número de crianças e adolescentes flagradas nessas atividades. 


Se somados os três primeiros meses deste ano, segundo dados parciais da SIT, Mato Grosso do Sul registrou outras 18 crianças encontradas em piores formas de trabalho infantil neste 2024, sendo cinco dessas somente na pecuária. 

Conforme o artigo 60 do tradicional Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é "proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz". 

Em caso de flagrante, a população pode denunciar através do chamado "Disque 100", ou ainda buscar um Conselho Tutelar do seu município no Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia), do Ministério da Justiça, ou através do portal do Ministério Público do Trabalho de forma online

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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