Cidades

DISPUTA

PF fecha central de produção de vídeos contra Beto Pereira

Operação tenta agora identificar suposto financiador dos vídeos que eram divulgados em redes sociais em Campo Grande

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A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (03), três mandados de busca e apreensão contra uma agência publicitária que estaria produzindo e divulgando informações falsas sobre o candidato a prefeito de Campo Grande, Beto Pereira (PSDB)

A intervenção, inicialmente negada em primeira instância, foi deflagrada devido a uma determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para identificar os financiadores de um esquema que estaria produzindo filmes supostamente mentirosos que atacam o candidato. 

Segundo a denúncia acatada pela Justiça, a agência de recrutamento de atores, a TAG ME Mídias, o ator  Matheus dos Santos Lopes e o influenciador digital Marcos Antonio Davalo Gimenes, responsável pelo perfil @vinte067 no Instagram, estariam envolvidos na criação de conteúdos enganosos com o objetivo de manipular o resultado das eleições na capital.

De acordo com informações divulgadas pela assessoria de Beto Pereira, o caso começou a ser investigado após uma denúncia de que uma agência de atores foi contratada para selecionar um intérprete semelhante ao candidato. 

No vídeo produzido, o ator  interpreta o político apelidado de "Neto Playboy", veste-se de maneira semelhante a Beto Pereira e percorre um bairro deixando um rastro de sujeira ao cumprimentar os moradores.

Durante a cena, o narrador afirma: "Quando você vota em um candidato ficha suja, a sujeira volta pra você. Segundo a defesa de Beto, o vídeo foi amplamente distribuído em grupos de WhatsApp e atingiu um grande número de eleitores na véspera da eleição.

Durante a operação, a PF apreendeu computadores, celulares e documentos dos envolvidos a fim de tentar identificar uma rede de colaboradores que atuava na produção e veiculação dos vídeos. Atualmente, a equipe policial investiga um possível mandante e financiador dos vídeos divulgados. 

Ficha Suja

Em agosto deste ano, o deputado federal Humberto de Rezende Pereira, o Beto Pereira (PSDB), atual pré-candidato à prefeitura de Campo Grande, entrou na lista de “fichas sujas” do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS). A lista foi publicada no dia 22 de agosto e assinada pelo presidente da corte, Jerson Domingos.

As três condenações contra ele, no período em que foi prefeito de Terenos, pesaram para que seu nome integrasse o rol dos políticos com contas reprovadas pela corte de contas.

À época, uma possível inelegibilidade pairava no candidato devido às condenações pela corte, que é colegiada. Segundo a Lei da Ficha Limpa, os candidatos condenados por cortes colegiadas, como no caso de Beto Pereira, não podem se candidatar.

No entanto, o juiz da 36ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Ariovaldo Nantes Corrêa, negou os pedidos de impugnação ajuizados pela federação PSOL/Rede e pelo PSDC com base na Lei da Ficha Limpa e deferiu o registro da candidatura a prefeito da Capital do deputado federal Beto Pereira (PSDB).

De acordo com o magistrado, apesar de Beto Pereira ter sido condenado três vezes pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), tais contas não foram reprovadas pela Câmara Municipal de Terenos. Corrêa aplicou a súmula do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual a apreciação das contas dos prefeitos deve ser feita por dois terços dos vereadores, e conta apenas com o “auxílio do Tribunal de Contas”.


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Campo grande

Pai de santo introduzia menores ao uso de cocaína e outras drogas

Novas vítimas procuraram a polícia para denunciar violências cometidas anteriormente, e apontaram abuso de substância e dependência química causada pelo homem

03/10/2024 13h15

Coletiva de imprensa foi convocada nesta quinta-feira (3) para reforçar a importância das vítimas de violência denunciarem os casos à polícia

Coletiva de imprensa foi convocada nesta quinta-feira (3) para reforçar a importância das vítimas de violência denunciarem os casos à polícia Alanis Netto - Correio do Estado

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O pai de santo Robson Faciroli, de 45 anos, preso em flagrante no dia 30 de outubro suspeito de praticar abuso sexual e maus tratos contra adolescentes, também era responsável por introduzir os menores de idade ao uso de drogas.

Tal fato chegou ao conhecimento da polícia após novas vítimas procurarem pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (DEPCA) para fazer denúncias de crimes cometidos anteriormente pelo pai de santo.

"Algumas das vítimas citaram que ele viciou outros adolescentes, os deixou dependentes químicos, porque fornecia cocaína e outras drogas", disse a delegada Nelly Macedo, responsável pelo caso, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3).

As investigações apontaram ainda que o homem aliciava as vítimas, que geralmente viviam em situação de vulnerabilidade social e apresentavam problemas de comportamento, a irem morar com ele, se utilizando da figura religiosa e garantindo oferecer acolhimento, melhoria de vida e cuidado para os adolescentes. A persuasão era tanta que as famílias acreditavam que os filhos estariam "em boas mãos".

"No início seria uma convivência harmoniosa, ele parecia ser a melhor pessoa, mas depois ele começava a subjulgar esses adolescentes física e psicologicamente (...) O que nós levantamos até agora é que os pais não tinham responsabilidade, não tinham conhecimento do que acontecia. Até pela posição de líder religioso, eles acreditavam que era um bom homem que estaria ajudando os filhos", comentou Macedo.

Ele ainda utilizava bebidas alcoólicas e entorpecentes como meios de "aproximar" os adolescentes, e ainda os dopava com medicamentos para "facilitar" os abusos sexuais.

Coletiva de imprensa foi convocada nesta quinta-feira (3) para reforçar a importância das vítimas de violência denunciarem os casos à políciaRobson Faciroli foi preso em flagrante na última segunda-feira (30).

Na noite do crime que trouxe o caso à tona, por exemplo, o suspeito havia conhecido uma das vítimas em um pagode, e a atraído para a residência oferecendo bebidas e cocaína. No local, permaneceram ele três adolescentes, fazendo o consumo de álcool durante grande parte da noite.

Em determinado momento, o pai de santo teria agredido um dos adolescentes - que foi socorrido desacordado pelo Samu no momento em que a polícia chegou ao local -, e dopado um segundo, de 16 anos, com Clonazepam. Depois, o arrastou até um quarto, onde cometeu os crimes sexuais.

O homem tinha personalidade "violenta", e diversas passagens pela polícia. Ele chegou a cumprir pena por um homicídio, crime que utilizava para ameaçar as vítimas, fazendo com que elas se calassem sobre as violências sofridas.

"Ele tem várias passagens por crimes violentos, inclusive já respondeu por um homicídio, e usava disso pra coagir as vítimas e dizer que elas não seriam creditadas caso nos procurassem, que ele era um homem violento e que faria alguma represália contra as vítimas ou suas famílias", revelou a delegada.

A descoberta do abuso de substâncias ilícitas aumenta a preocupação das autoridades policiais quanto à saúde desses adolescentes, que têm entre 13 e 17 anos. Por isso, a DEPCA busca identificar outras possíveis vítimas para que possa ser oferecido o acolhimento e suporte necessário.

"O nosso principal objetivo agora é que o maior número de pessoas sejam informadas, principalmente familiares que saibam que seus filhos chegaram a morar ou frequentar esse local, para que façam denúncias, para que a gente possa providenciar o acolhimento e a melhor maneira de conduzir a vida desses adolescentes a partir de agora, porque eles foram sujeitados a todo tipo de violência, física, sexual e moral", disse Macedo.

Além disso, as novas denúncias serão importantes para o processo de julgamento deste autor.

"A maior parte das vítimas são meninos, a gente entende que o menino acaba ficando mais constrangido de denunciar, então para que ele não se sinta sozinho, nós vamos ampará-lo, vamos fazer uma investigação comprometida, para que a gente possa conseguir uma condenação elevada desse autor", acrescentou a delegada titular da DEPCA, Anne Karine.

Acolhimento

A delegada Nelly Macedo explicou que a DEPCA cuida da parte criminal, mas possui uma rede de apoio para oferecer cuidados às vítimas, composta por assistência social, conselho tutelar e instituições de saúde.

Denúncia

As vítimas podem fazer denúncias através do Disque 100, mas, o recomendado pelas delegadas é que elas procurem diretamente pela DEPCA, para que passem pelo processo do depoimento especial e registrem o Boletim de Ocorrência.

"Quem já frequentou esse terreiro, que tem algum filho, conhecido, adolescente ou criança, menina ou menino, que procure a DEPCA para fazer a denúncia, para registrar o boletim de ocorrência, passar por depoimento especial. É muito importante que se encoragem a vir denunciar", destacou a delegada Anne Karine.

O delegado Roberto Morgado acrescenta que todo o processo é sigiloso, e não haverá exposição das vítimas.

"As vítimas que estiverem com vergonha ou com medo de qualquer exposição, podem procurar os pais e responsáveis, porque a forma com que a gente lida com as investigações não tem exposição das vítimas".

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digital influencer

"Mais louco do Brasil" apela à Justiça para desbloquer casa

Prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro, classificou reportagem do Correio do Estado como "mídia nojenta e fake news", mas admite que sua casa foi bloqueada em operação contra o tráfico

03/10/2024 12h59

Juliano Ferro diz que atua na compra e venda de veículos faz mais de duas décadas e por isso seus não tem registro dos carros usados para pagar sua casa

Juliano Ferro diz que atua na compra e venda de veículos faz mais de duas décadas e por isso seus não tem registro dos carros usados para pagar sua casa

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Alvo de investigação da Polícia Federal por suposta falsidade na declaração de seu patrimônio à Justiça Eleitoral, o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro, rompeu o silêncio nesta quinta-feira (3) e garantiu que já recorreu à Justiça para tentar desbloquear sua casa, que foi apreendida durante uma operação da PF para desmantelar uma quadrilha de traficantes. 

Embora classifique reportagem do Correio do Estado publicada nesta quarta-feira (2) como "mídia nojenta e fake news", ele confirma no vídeo (veja a íntegra no final da reportagem) que a casa onde mora com a família foi comprada de Luiz Carlos Honório, preso por narcotráfico, e que até hoje não foi devidamente registrada no cartório, embora tenha a escritura. 

E, por conta disso o imóvel onde ele mora com a família foi apreendido por decisão da Justiça Federal durante operação no último dia 8 de agosto, quando outros sete imóveis também foram apreendidos pela PF em Ivinhema e Angélica, conforme informou a PF no dia 8 de agosto.

Além disso, naquele dia também foram bloqueados em torno de R$ 27 milhões das contas bancárias dos envolvidos. Em seu vídeo no Instagram, onde tem 767 mil seguidores, faz questão de dizer que não está sendo investigado por suposto envolvimento por narcotráfico, mas apenas porque não declarou à Justiça eleitoral a posse de duas caminhonetes. 

Uma delas, uma Silverado de R$ 519 mil, ele também comprou de Luiz Carlos Honório. Conforme seu depoimento na PF e de acordo com declarações no vídeo, o veículo não está em seu nome e por isso não poderia ter declarado. 

O veículo foi comprado no começo de 2024 e o cheque de R$ 380 mil que ele diz ter dado para Luiz Carlos, seria descontado somente em janeiro de 2025. Esta caminhonete, disse o prefeito à PF, foi comprada após ter sido oferecida por um garagista conhecido como Piramboia.

Este comerciante, que tinha uma garagem de veículos de luxo no pequeno povoado de Ipezal, foi apontado pela PF como chefe de uma quadrilha do narcotráfico e conseguiu escapar da operação do dia 8 de agosto, quando duas pessoas foram presas por envolvimento com um carregamento de 3,4 toneladas de maconha apreendido em junho de 2021. 

Em seu vídeo, o prefeito informa que comprou a casa em fevereiro de 2021, antes portando da descoberta deste carregamento. Porém, somente agora, mais de três anos depois, é que a PF chegou as reais proprietários daquela maconha. 

SEM TEMPO

Juliano Ferro, que se autodenomina como o “mais louco do Brasil”, diz que ainda não havia concluído a transferência de sua casa por falta de tempo e por conta da correria do dia-a-dia. Porém, no dia 9 de agosto, um dia após a operação da PF, a mulher dele foi ao cartório para tentar fazer o registro, conforme descobriu a PF. 

O prefeito diz pagou a casa dando um outro imóvel e uma série de carros. Nenhum deles foi registrado tanto pelo vendedor quanto pelo comprador. Ele alega que a vida toda atuou na compra e venda de veículos e por isso não há registro dos carros que usou como pagamento de sua residência. 

Um segundo veículo pelo qual o prefeito digital influencer está sendo investigado é uma Dodge Ram, avaliada em R$ 300 mil. Ela também não estava em seu nome e por isso também não foi declarada à Justiça Eleitoral. 

Nesta declaração, porém, aparecem uma F-1000, um Uno e um Gol como sendo seus veículos, embora ostentasse, segundo a PF, a posse de duas caminhonetes de luxo. Estes três veículos, admitiu em seu depoimento à PF, já foram vendidos há muito tempo. 

Na publicação no Instagram prometeu processar todos os veículos de imprensa que tenham informado o bloqueio de sua casa, apesar de confirmar a apreensão e de já ter acionado seu advogado para tentar liberar o imóvel. 

VERSÃO

Oficialmente o prefeito é investigado por suposto crime eleitoral. Porem, oito dias antes da operação que prendeu Luiz Carlos Honório, agentes da PF foram flagrados pelo próprio fazendo registros fotográficos na prefeitura. 

Além disso, no dia 13 de agosto, durante o depoimento de Luiz Carlos, a Polícia Federal já fez pelo menos duas dezenas de perguntas sobre os negócios que o depoente tinha com o prefeito e sobre a relação que o prefeito tinha com Piramboia, o suposto chefe da quadrilha que estava no centro das investigações sobre o narcotráfico.

Naquela altura a PF nem mesmo cogitava abertura de inquérito sobre suposto crime eleitoral, que somente foi instaurado no dia 26 de agosto, quase duas semanas depois do interrogatório de Luiz Carlos. O prefeito prestou depoimento à PF no dia 3 de setembro.

A reportagem do Correio do Estado tentou falar com o prefeito na terça-feira (01) e na quarta-feira (02), mas ele não atendeu ao celular e também ignorou as mensagens enviadas pelo WhatsApp. 


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