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PF mira grupo que leva cocaína de Corumbá a SP em voos comerciais

Quatro pessoas foram presas em Campo Grande e na Capital do Pantanal; investigação identificou duas remessas do grupo ao aeroporto de Campinas

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Os voos comerciais que ligam Corumbá a Campinas, com preços que partem de R$ 1,5 mil e chegam a custar até R$ 2,9 mil por pessoa, estão também se transformando em uma rota usada por quadrilhas para o tráfico de drogas, tanto para o transporte de skunk e pasta base como de cloridrato de cocaína. Os criminosos têm bases em Corumbá, Campo Grande e Campinas, segundo as informações disponíveis.

A organização criminosa passou a criar fundos falsos em diferentes objetos para conseguir esconder as drogas. As investigações sugerem que esses entorpecentes atravessam a fronteira da Bolívia com o Brasil por Corumbá. 

Para chegar a São Paulo, “mulas” eram pagas para embarcar em voos comerciais no Aeroporto Internacional de Corumbá e desciam em Viracopos (Campinas). 

A logística ainda envolvia levar os entorpecentes para São Paulo. Investigação busca entender se a droga poderia ser destinada também ao Rio de Janeiro ou mesmo encaminhada para a Europa. 

Quem conduz a apuração é a Polícia Federal (PF) em Campinas. Equipe da cidade no interior do estado de São Paulo ficou com o caso depois que a Polícia Militar Rodoviária (PMR) encontrou, em um ônibus, etiquetas de malas que já tinham sido abandonadas no Aeroporto de Viracopos. 

Uma mulher estava com essas etiquetas e assumiu que as malas estavam naquele aeroporto. A PF foi acionada e encontrou as malas, com 28 quilos de droga. 

O desdobramento desse caso gerou, inclusive, uma operação para tentar identificar os chefes da organização criminosa. 

“O grupo é suspeito de transportar drogas oriundas da Bolívia utilizando compartimentos ocultos em veículos e passageiros como ‘mulas’ em voos comerciais. Também foram identificadas estratégias de ocultação financeira, com uso de contas bancárias de terceiros e chaves Pix para movimentação dos valores ilícitos”, informou a Polícia Federal, em nota. 

“A Operação Tramesa [tem] como objetivo desarticular uma associação criminosa especializada no tráfico internacional de drogas com uso de passageiros em voos comerciais”, completou a nota.

Cumpridos ontem pela Operação Tramesa, houve o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão e outros quatro mandados de prisão preventiva nas cidades de Campo Grande e Corumbá. 

“As ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Federal de Campinas, também determinaram o bloqueio de bens dos investigados e a aplicação de medidas cautelares diversas, como o uso de tornozeleiras eletrônicas”, apontou a PF, sem detalhar os valores apreendidos.

As buscas realizadas nas duas cidades de Mato Grosso do Sul podem ajudar os investigadores a identificar quem está organizando as ações da quadrilha. 

Tudo que foi apreendido vai ser encaminhado nesta semana para a Polícia Federal em Campinas, que vai analisar os dados com a Perícia Criminal. 

Conforme averiguado pela reportagem, desde que houve esse caso da PMR, em Jaú, a fiscalização no Aeroporto de Viracopos foi intensificada e, no dia 15 de março, outros 26,5 kg de skunk, pasta base e cloridrato de cocaína foram encontrados com um homem de 34 anos. 

Ele tinha embarcado em Corumbá e seguia até São Paulo, depois de ter descido em Campinas. O investigado foi parado no terminal de passageiros e permanece preso.

Segundo a PF, no aeroporto está ocorrendo a Operação Shield, para reprimir atos de interferência ilícita na aviação civil, além de tráfico de drogas.

“MULAS”

O uso de “mulas” é comum quando traficantes buscam levar quantidades menores da droga e na exportação para a Europa. Outra operação recente feita pela Polícia Federal identificou o envolvimento de alguns alunos brasileiros que estudam Medicina na Bolívia com o tráfico. 

A operação apurou o envio de cocaína da fronteira de MS com a Bolívia para o estado de Goiás, de onde a droga era remetida ao exterior de forma camuflada.

O grupo utilizava de osciloscópios – instrumentos normalmente usados em laboratórios de engenharia e eletrônica – com compartimentos ocultos para o transporte internacional da droga.

Foram identificadas cinco cargas de drogas enviadas pelo grupo criminoso a Portugal, Espanha e Inglaterra e, por meio de cooperação policial internacional com a Alemanha, foram apreendidas três dessas cargas que estavam em trânsito para o destino final.

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Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

NACIONAL

Saiba quem é Adilson Barroso, suplente que deve assumir mandato de Zambelli

Ambientalista e aliado de Jair Bolsonaro, político paulista retorna à Câmara após renúncia da deputada do PL

14/12/2025 15h30

Ambientalista e aliado de Jair Bolsonaro, político paulista retorna à Câmara após renúncia da deputada do PL

Ambientalista e aliado de Jair Bolsonaro, político paulista retorna à Câmara após renúncia da deputada do PL Divulgação/ Câmara dos Deputados

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Com a renúncia da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), anunciada neste domingo (14), quem assume a cadeira na Câmara dos Deputados é o suplente Adilson Barroso (PL-SP), político com longa trajetória no interior paulista e forte ligação com o bolsonarismo.

Barroso recebeu mais de 62 mil votos nas eleições de 2022. Apesar de ter se candidatado por São Paulo, nasceu em Minas Novas, distrito do município de Leme do Prado, em Minas Gerais. Ambientalista de formação, ele foi um dos fundadores do Partido Ecológico Nacional (PEN), criado em 2012, legenda que mais tarde passou a se chamar Patriota e, após baixo desempenho eleitoral, acabou se fundindo ao PTB, dando origem ao Partido Renovação Democrática (PRD).

Trajetória política

A carreira política de Adilson Barroso começou cedo. Aos 23 anos, disputou sua primeira eleição, em 1988, quando foi eleito vereador de Barrinha, no interior de São Paulo, pelo PTB. Foi reeleito em 1992, pelo antigo PFL, e ocupou o cargo de vice-prefeito do município entre 1997 e 2002.

Em 2002, alçou voos mais altos ao ser eleito deputado estadual pelo extinto Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona). Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde permaneceu até 2010, foi titular da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e integrou comissões que discutiram mudanças na legislação do imposto de renda e o limite de precatórios e débitos previdenciários.

Após perder a eleição em 2010, Barroso voltou à política municipal e, em 2016, reassumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Barrinha.

Adilson Barroso ganhou projeção nacional ao fundar o PEN, em 2012, partido que mudou de nome para Patriota em 2017. À frente da legenda, tentou atrair o então deputado Jair Bolsonaro para disputar a Presidência pelo partido, tanto em 2018 quanto em 2021. As articulações, no entanto, não avançaram.

Em seu site pessoal, Barroso atribui o fracasso da estratégia a interferências internas. “Perdi a chance de eleger o presidente da República pelo Patriota em 2018 e tornar o partido o maior do país”, escreveu, ao citar o ex-ministro Gustavo Bebianno.

Após ser destituído da presidência do Patriota, Barroso deixou a sigla e se filiou ao PL em 2021. No ano seguinte, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados e ficou como suplente.

Barroso já havia ocupado uma cadeira na Câmara dos Deputados entre 2023 e 2025, ao assumir a vaga de Guilherme Derrite (PP-SP), que se licenciou do mandato para comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Com o retorno de Derrite ao Legislativo, no fim de novembro, Barroso voltou à suplência.

Agora, retorna ao Congresso após a renúncia de Carla Zambelli, que ocorreu em meio à condenação definitiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e à perda do mandato, no caso envolvendo a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nas redes sociais, se apresenta como “ambientalista, bolsonarista de direita, conservador e patriota”. Em sua biografia no Instagram, afirma ser “amigo do presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e do deputado Nikolas Ferreira”. Na foto de perfil, aparece ao lado do ex-presidente, com as bandeiras do Brasil e de Israel ao fundo.

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