Cidades

FORÇA-TAREFA

PF vai investigar incêndios criminosos no Pantanal de Mato Grosso do Sul

Agentes ficaram sediados na Marinha de Ladário e usarão imagens de satélite de alta resolução para identificar autores do fogo

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A situação grave dos incêndios no Pantanal fez com que a  Polícia Federal criasse um gabinete de crise para ajudar nas investigações de suspeitos de atearem fogo no bioma. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a maior parte do fogo está em áreas particulares, o que indica que eles não teriam sido causados por combustão espontânea.

De acordo com a Polícia Federal, os agentes ficarão sediados na base naval da Marinha do Brasil, em Ladário, de onde farão a investigação com ajuda de satélites.

“A Polícia Federal integra o gabinete de crise contra os incêndios no Pantanal, com o objetivo de responsabilizar criminalmente os responsáveis por ações ilícitas. A atuação se dá através de equipes de plantão, operando em flagrante e em diligências de campo, além de investigações em coordenação com outros órgãos federais e estaduais. As equipes atuarão a partir de bases em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso”, disse a corporação, em nota.

De acordo com a CNN, a  iniciativa para a criação do gabinete partiu da Superintendência da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul e foi assinada pelo superintendente regional, Carlos Henrique Cotta D’ Angelo. 
O documento foi enviado à sede da instituição, em Brasília (DF), de onde também devem partir mais agentes especializados em incêndios para ajudarem na identificação dos possíveis criminosos.

“Determino a instauração de um Gabinete de Crise no município de Ladário (Base Naval da Marinha do Brasil) com vistas a atuar na apuração de crimes ambientais porventura identificados, em complementaridade às inafastáveis e urgentes ações já existentes de prevenção e combate aos incêndios”, diz trecho do documento.

Conforme o documento, além da Polícia Federal, o gabinete poderá contar também com outros órgãos federais, além de estaduais e municipais, que tenham direta ou indireta participação nas ações de enfrentamento aos incêndios ocorridos na região pantaneira.

SATÉLITE

Ontem, a Polícia Federal informou que irá disponibilizar acesso gratuito a imagens de satélite de alta resolução para municípios atingidos ou em risco pelos incêndios no Pantanal. 

“A iniciativa visa auxiliar os órgãos públicos na resposta a desastres naturais, fornecendo informações precisas e atualizadas sobre as áreas afetadas. A ação ocorre por meio do Programa Brasil Mais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, diz nota da corporação.

Com isso, todos os municípios de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso poderão solicitar acesso a plataforma. Os órgãos estaduais também podem solicitar adesão. 

“O Programa não tem limite de instituições, usuários ou acessos, e os municípios podem utilizar quantas imagens precisarem para auxiliar no combate aos desastres. O Programa Brasil MAIS possui imagens diárias e alertas de cicatriz de queimadas e focos de incêndio da região, o que pode contribuir para o planejamento e execução do combate aos incêndios”, explicou nota da PF.

SISTEMA ESTADUAL

Por causa dos incêndios, o governo do Estado também criou uma plataforma própria, o Sistema de Comando de Incidentes (SCI), disponibiliza acesso, em tempo real, à dados números, elementos, materiais e situação dos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense.

A plataforma funcionará na sala do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS), localizada no quartel do Comando Geral de Polícia Militar (PMMS), no Parque dos Poderes.

O sistema operacional oferece números de pessoas, materiais, viaturas mobilizadas, bases e quartéis; logística de ações de combate; quantidade de dias de operação; atividades de prevenção; queimas controladas; animais resgatados; vistorias; instruções; manutenção de equipamentos; área queimada e testes operacionais.

De acordo com a chefe do Centro de Proteção Ambiental (CPA), coronel Tatiane Dias de Oliveira Inoue, o sistema foi desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros.

“A gente tem informações de telas de monitoramento de focos de calor, não necessariamente são incêndios, mas a gente vai observando a evolução desses focos de calor e quando a gente detecta que é um incêndio, a gente já toma todas as atividades aqui na sala de situação para mandar informações para o pessoal que está a campo”, explicou Tatiane. 

“Cada profissional aqui, cada bombeiro militar tem a sua função. A gente tem desde profissional que trabalha geoprocessamento de dados, para a gente monitorar e acompanhar todas as relações dessa operação”, disse a coronel.

Lives serão realizadas semanalmente para compartilhar atualizações e números da área queimada e efetivo/material/equipamentos empenhados em combate ao fogo no Pantanal.

O objetivo é combater a desinformação e fornecer informações reais e instantâneas sobre a situação das queimadas no Pantanal.

De acordo com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), a desinformação confunde a opinião pública e atrapalha o trabalho das equipes.

“Tem uma série de pessoas falando sobre o tema, muitas vezes sem conhecimento. Muita coisa é falada sem a informação ter chegado. Por exemplo, [as pessoas falam] ‘Ah, mas o Corpo de Bombeiros foi agora para lá, por que não foi antes?’ Não, está lá há 90 dias”, afirmou o governador. 

“Então, esse tipo de pergunta e discussão, quando há o nivelamento da informação, a gente começa a ter uma opinião pública mais conhecedora do assunto e dos desafios que são colocados”, completou o governador.
“Nós vamos iniciar todas essas lives semanais buscando exatamente que a gente tenha os boletins de como terem evoluído, tanto a questão dos combates como a questão das condições climáticas”, afirmou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.
Nós temos todo um sistema de monitoramento diário das condições climáticas, que elas são fundamentais para definir qual é a estratégia de combate a incêndios florestais”, seguiu Verruck.

Dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que 402.275 hectares foram consumidos pelo fogo, entre dos dias 1º e 26 de junho de 2024.

Saiba

Uma nota técnica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que em março, maio e junho deste ano, nenhum foco de calor no Pantanal foi originado a partir de raios, o que pode indicar ação humana. De 1º a 27 de junho de 2024, já são 2.527 focos de incêndio no bioma, de acordo com a plataforma BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2020, foram 2523. De janeiro a junho de 2024, o bioma já registrou 3.426 focos. A maior parte em Mato Grosso do Sul, com quase 2,2 mil ocorrências.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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