Nesta quarta-feira (16) foi apresentado o plano nacional de vacinação contra a Covid-19 pelo Governo Federal. Mas, mesmo diante do crescente número de casos da doença no Estado e no país, parte da população ainda possui dúvidas sobre a segurança de tomar o imunizante.
Hoje também, Mato Grosso do Sul somou 116.612 casos confirmados de Covid-19 e 1.978 óbitos pela doença. São 1.981 casos e 11 mortes a mais que ontem. No Brasil, já são mais de 180 mil mortes pela doença.
Junto com os casos, o movimento anti vacina também cresce nas redes sociais. Páginas com mais de 600 seguidores se posicionam contrários a imunização no país e publicam afirmações sem comprovação em suas páginas.
São inúmeros os boatos espalhados pelos aplicativos de conversas instantâneas, como o Whats App, e também por redes sociais. Agências de checagem, entretanto, como o Projeto Comprova, iniciativa da qual o Correio do Estado faz parte, tem se esforçado em desmentir os boatos que induzem as pessoas a desconfiar das vacinas.
Recentemente, por exemplo, grupos não identificados espalharam pelas redes textos em que afirmavam que a vacinação contra a Covid-19 causaria alteração genética, como vídeo que circula no Instagram e no Youtube. Alguns chegaram a alegar que vacinas eram de “células fetais”, e que o DNA do “feto”, entraria no corpo do receptor.
Estas informações foram desmentidas pelo Projeto Comprova, conforme o leitor poderá checar na reportagem elaborada pela equipe de checagem.
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Ciência para a imunidade
As vacinas são utilizadas para induzir imunidade a vírus e bactérias causadores de doenças, já que estimula o organismo a produzir os próprios anticorpos.
Esses anticorpos já são criados naturalmente pelo corpo humano quando é infectado por algum corpo parasitário. Porém, algumas doenças, como é o caso do coronavírus, colocam em riso a vida de certos grupos de pessoas se forem expostas à doença para adquirirem imunidade natural.
Dessa forma se faz necessário as produções das vacinas. Elas estimulam a produção de anticorpos apresentando ao corpo humano vírus, ou da bactéria, inativos, de uma maneira que o vacinado não adoece e, ainda assim, adquire imunidade.
Para isso, existem diversos tipos de vacina. Cada um apresenta de forma diferente o micro-organismo ao corpo humano, mas o resultado sempre será o mesmo: imunidade.
Os efeitos adversos dos imunizantes podem ocorrer, mas os sintomas costumam ser mais leves que as próprias doenças e duram pouco. Uma vacina só pode ser aprovada para uso pela Anvisa se os seus efeitos colaterais graves foram raros e os leves forem curtos.
Os efeitos colaterais podem estar associados à própria vacina, ou, muitas vezes, à ansiedade pela vacinação ou a algum evento que coincidiu com a vacinação, mas não tem relação com ela.
No caso da vacina contra o coronavírus, o plano apresentado apenas contraindica a imunização para pessoas menores de 18 anos, gestantes, e aquelas que já apresentaram reação anafilática.
O plano
O plano está dividido em dez eixos, que incluem descrições sobre a população-alvo para a vacinação; as vacinas já adquiridas pelo governo e as que estão em processo de pesquisa; a operacionalização da imunização; o esquema logístico de distribuição das vacinas pelo país; e as estratégias de comunicação para uma campanha nacional.
O documento entregue não indica data para início da vacinação.
Doses
O Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, apresentado pelo governo, prevê quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, o que vai demandar 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas, uma vez que cada pessoa deve tomar duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção.
O primeiro grupo prioritário, a ser vacinado na Fase 1, é formado por trabalhadores da saúde (5,88 milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil).
A Fase 2 é formada por pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).
Na Fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a 40).
Na Fase 4, deverão ser vacinados professores do nível básico ao superior (2,34 milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema prisional (144 mil).
O Ministério da Saúde pondera, no documento, que os grupos previstos ainda são preliminares e poderão ser alterados.