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PM é apontado como chefe em esquema de contrabando milionário

Doleiros binacionais, empresas de fachada e marketplace; entenda ação da Polícia e Receita Federal

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Ação da Polícia e Receita Federal, a Operação Uxoris na manhã desta quarta-feira (03) desmantelou uma quadrilha especializada em crimes que vão desde o contrabando e descaminho, até delitos contra o sistema financeiro em um esquema que tinha doleiros no Brasil e Paraguai, empresas de fachada e até o emprego de marketplaces para venda de itens, supostamente chefiado por Wellington da Silva Cruz, policial militar que se autointitula nas redes como "Maior vendedor do Mercado Livre no Pantanal".

Houve o bloqueio de R$40 milhões, como bem abordado anteriormente pelo Correio do Estado, referente ao sequestro de bens móveis, imóveis e valores ligados aos supostos integrantes da organização criminosa. 

Dos nove mandados totais de busca e apreensão cumpridos hoje (03), segundo confirmado pelo Delegado Anezio Rosa de Andrade, chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários (Delefaz), oito tinham alvos em Campo Grande e um em São Paulo,

"Em Campo Grande foram seis estabelecimentos comerciais, dentro dos quais tivemos 12 decisões de interdição de suspensão de atividades, porque muitos CNPJs funcionam em mais de um endereço, mais de um CNPJ no mesmo endereço", explicou o delegado ao Correio do Estado.

Quanto aos próximos passos, a investigação ainda segue em curso para contabilizar mercadorias apreendidas, fazer análise de celulares, contratos e documentos, bem como apurar outras circunstâncias do crime e identificar demais participantes do esquema. 

Entenda o esquema

Conforme repassado pelo chefe da Delefaz, toda essa investigação começou após denúncia feita pela ex-esposa de um dos integrantes, tido supostamente como chefe do esquema criminoso: Wellington da Silva Cruz, que se autointitula nas redes como "Maior vendedor do Mercado Livre no Pantanal". 

Anezio Rosa explica que o grupo agia em Mato Grosso do Sul através da importação fraudulenta de produtos, com as mais diversas origens estrangeiras, principalmente vindos do Paraguai sem o devido "desembaraço aduaneiro" daqueles itens que não são considerados ilegais. 

Ou seja, sem o pagamento dos devidos tributos, as mercadorias eram vendidas também em lojas físicas, segundo o delegado, mas principalmente a partir da internet nos chamados "marketplaces". 

Alcançando valores milionários no Brasil, nota-se que os prejuízos desses mais diversos crimes afetam inclusive a ordem econômica, diante da concorrência desleal que fica estabelecida frente aos comerciantes que costumam fazer o pagamento formal e manter suas empresas regularizadas conforme a lei. 

Dos seis mandados da Capital, que acabaram por suspender 12 CNPJs, os alvos estavam espalhados por Campo Grande, como na Vila Nhanhá, na Distech no bairro Pioneiros, e até mesmo em um endereço em plena região central da Capital, bem ao lado da Morada dos Baís. 

Informações oficiais confirmam que esse inquérito já está em andamento há mais de dois anos, com medidas anteriores que foram desde quebra do sigilo fiscal, telemático e bancário de integrantes. 

Com empregos de doleiros no Brasil e no Paraguai, além de empresas de fachada em ambos os países, o grupo criminoso usava ainda o modelo de compensação conhecido como "dólar cabo" para os pagamentos internacionais. 

Basicamente, o sistema envolve compensações financeiras entre empresas de fachada ou "doleiros" em diferentes países, garantindo a entrega das mesmas quantias em dólares em contas exteriores, evitando a movimentação formal de dinheiro e dificultando assim o rastreamento.

"Existem empresas de fachadas, fintechs, bancárias, que existem somente para essa prática, propiciar esse tipo de transação entre países e dificultar o rastreamento do valor", afirmou o chefe da Delefaz ao Correio do Estado. 

Dos delitos cometidos, o delegado esclarece a "linha" formada entre os pontos dessa "teia criminosa", com o descaminho e o contrabando, sendo o primeiro passo da ação que, somente de unir mais de quatro pessoas, já passa a caracterizar-se como crime de organização criminosa. 

A partir do momento em que as práticas delitivas começam a gerar lucro, o dinheiro que vem dessa fonte precisa ter sua origem oculta, a partir de quando eles incorrem no crime de lavagem de capitais. 

"Quando ele vai fazer esse pagamento, que utiliza esse método de dólar cabo, ele pratica um outro crime, que é o contra o sistema financeiro. Vão se sobrepondo e se somando às penas, a depender do contexto praticado. Um que inicialmente tem uma pena não tão alta, vai se somando com outros delitos... e as penas podem chegar a patamares bem elevados", conclui o delegado.

 

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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