Polícia

BRUTALIDADE

Dona de creche clandestina é presa por dopar, bater e torturar crianças

Delegada monitorou por imagens cenas em que a detida dava remédio e surrava até bebê de 11 meses

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Dona de uma creche clandestina situada em Naviraí, cidade distante 364 quilômetros de Campo Grande, foi presa pela Polícia Civil nesta terça-feira (11) por torturar crianças com idades que oscilam entre 11 meses a sete anos. 

A delegada que atuou no caso, Sayara Baetz, pediu a prisão da dona da creche, uma ex-babá, de 30 anos de idade, depois de assistir, online, a violência contra meninos e meninas. Tortura é um crime inafiançável e pode motivar pena de até oito anos de prisão.

A delegada divulgou o triste episódio por meio de uma coletiva de imprensa via Facebook, na tarde desta segunda, a qual o Correio do Estado acompanhou.

Sayara disse que semana passada recebeu denúncia anônima por meio de uma mãe que deixava o filho na creche. O filho dela não sofreu violência, contudo, ficou atormentado de ver colegas, inclusive apanhando da dona da creche.

Daí, afirmou a policial, ela instaurou inquérito e fez um apelo à Justiça como meio de obter autorização para instalar equipamentos de captação de imagens, dentro da cheche.

Com mandado favorável na mão, a delegada acionou o setor de inteligência da Polícia Civil e obteve êxito.

Câmeras foram instaladas na creche sem que a dona ou funcionárias notassem.

A creche passou a ser monitorada ontem, segunda-feira (10). Um só dia, afirmou a delegada, foi o suficiente para flagrar as cenas de violência contra as crianças.

De acordo com Sayara Baetz, a dona da creche dava remédios que seriam indicados a pacientes com enjoos e vômitos às crianças com menos de dois anos de idade. Tal medicamento, afirmou ela, não é recomendado às crianças. 

O efeito dos remédios: as crianças ficavam sonolentas o tempo todo, ou seja, enquanto ficavam na creche, dormiam.

A delegada narrou ainda que uma das crianças, de 11 meses, foi espancada pela dona da creche porque chorava. Noutro caso, uma criança, sustentou a policial, foi humilhada diante dos colegas por ter feito xixi na roupa.

A creche em questão, que não tem nenhum documento que a autorizaria seu funcionamento, abriga ao menos 40 crianças, disse a policial e funcionava o dia todo. Foi fechada depois da prisão.

Alguns pais já foram ouvidos e, a partir de agora, disse a policial, passaram a notar estranhos comportamentos dos filhos, que percebiam antes, mas nem sequer suspeitavam que eram provocados pela violência a que eram submetidos na creche.

A delegada disse que alguns pais contaram a ela que as crianças "dormiam muito" ou queixam-se por fome quando eram pegos na creche.

Sayara afirmou também que a justiça derminou a prisão preventiva (sem prazo definido) da dona da creche.

Uma funcionária dela também foi detida, mas posta em liberdade por não ter sido flagrada agredindo as crianças.

"Mas estamos investigando ainda o caso", afirmou a policial, que não descartou a hipótese de pedir a prisão da monitora das crianças.

As torturas, sustentou a delegada, ocorriam por meio gritos, tapas e xingamentos contra as crianças.

A dona da creche anunciava seus serviços por meio das redes sociais. "Seu bem mais precioso em boas mãos", era o bordão da propaganda.

Sayara disse ter apressado o pedido de prisão para descontinuar logo o que viu pelas imagens.
 

 

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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