Polícia

ABSURDO

É preciso falar, defende secretária de cidadania sobre casos de estupro de vulnerável em MS

Foram 1.934 casos ao todo no Estado em 2018

RAFAEL RIBEIRO (com assessoria)

14/09/2019 - 17h22
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Uma criança chega para você e diz que foi vítima. Como agir? A reflexão vem da Secretária Especial de Cidadania, Luciana Azambuja, que demonstra preocupação diante dos dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que apontam que de 66.041 casos de violência sexual registrados no Brasil no último ano, 81,8% são do sexo feminino, 53,8% foram meninas de até 13 anos, sendo a maioria delas, 50,9% negras.

“Se a gente não falar de forma aberta com a criança e com o adolescente, vai continuar sendo um tabu, e dentro de casa vai continuar sofrendo essa violência”

Apesar de os dados do “Violência em Números”, apontarem 202 casos a menos que o anuário de 2017 para Mato Grosso do Sul, o total de 1.934 casos em 2018 é preocupante, pois o relatório indica que desse total, 1.640 delas são mulheres/meninas vítimas de estupro e tentativa de estupro. “A gente pega de forma bastante preocupante os dados de que 4 meninas de até 13 anos, foram estupradas por hora no Brasil. E quando a gente traz para a nossa realidade a gente não fica muito diferente desses tristes números, porque mais de 80% dos estupros cometidos em MS no ano de 2018 foram contra crianças e adolescentes”, lamenta.

Ela compara ainda com dados que apontam a diminuição da criminalidade no Estado. “ De forma geral, os crimes que dependem da repressão policial estão sendo contidos. Mas quando a gente fala de violência sexual, de feminicídio, de violência doméstica, elas são cometidas dentro das residências, e o Estado não pode entrar dentro das residências para coibir esse crime. Então na contramão de todos os índices que diminuíram, a violência contra a mulher aumentou”, explica.

O Governo do Estado, através da Subsecretaria de Cidadania, tem promovido ações de prevenção, alinhadas com as campanhas voltadas as políticas públicas de enfrentamento a violência. “Não é só papel do estado, não só uma questão da justiça, e não só da segurança pública. Porque a gente repete, esses crimes são cometidos vias de regra por pessoas conhecidas da família, crimes cometidos dentro de casa. Então nós precisamos sim, dizer para essas crianças e para esses adolescentes que violência sexual é crime, que tocar nas partes intimas da criança é crime. E a criança tem que saber a quem reportar quando isso acontecer”, defende.

Lançamento do Maio Laranja

Além da Campanha Maio Laranja que promove o mês de conscientização com debates, palestras de combate ao abuso e exploração de crianças e adolescentes, Campo Grande e Dourados, possuem espaços específicos para atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência. “Aqui em Campo Grande nós temos a DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que tem todo um ambiente preparado para uma escuta qualificada com psicólogas; em Dourados também na Delegacia de Atendimento à Mulher, nós temos atendimento a crianças e adolescente vítimas de violência sexual por uma psicóloga, perita inclusive que lauda isso para prova judicial, mas não é a realidade dos 79 municípios do Estado”, destaca.

Para ela a solução é ampliar o debate e envolver toda sociedade. “Nós temos que levar sim para um ambiente público, a educação pela igualdade de gênero, a educação sexual. Porque se a gente não falar de forma aberta com a criança e com o adolescente, vai continuar sendo um tabu, e dentro de casa vai continuar sofrendo essa violência. Nós precisamos falar! Conversar com a gestão pública, com os técnicos, com os gestores que estão na rede socioassistencial, na rede de saúde, e também na educação. Para que a gente some esforços, faça uma grande campanha de combate ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes”, pontua.

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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