Jhonny Celestino Holsback Belluzo, 23 anos, foi condenado a quatro anos de prisão, em regime aberto, por agredir um jovem de 18 anos que teria urinado em seu carro, há três anos, em Campo Grande. Julgamento foi realizado hoje na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Na época, o caso ganhou repercussão após vídeo da agressão viralizar nas redes sociais. (Confira o vídeo abaixo).
Juiz Carlos Alberto Garcete de Oliveira pronunciou Belluzo por homicídio doloso na forma tentada, qualificado por motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. No julgamento, a defesa sustentou as teses de desclassificação para outro delito não doloso contra a vida, reconhecimento de tentativa de homicídio privilegiado e afastamento das qualificadores.
Conselho de Sentença, por maioria de votos, reconheceu a materialidade e autoria do delito, mas afastou a tese de desclassificação, condenando o acusado por tentativa de homicídio doloso qualificado pelo motivo fútil.
O CASO
Crime aconteceu em setembro de 2016 e ganhou repercussão depois que um vídeo, que mostra a vítima sendo espancada, foi divulgado. Investigadores da Polícia Civil tiveram acesso ao vídeo no dia 20 de setembro do mesmo ano, por meio do WhatsApp, e encontraram os agressores e a vítima.
De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Jhonny e a vítima estavam em uma festa, ambos com amigos. Em determinado momento, a vítima foi embora e urinou no carro pertencente a Jhonny.
Testemunhas que presenciaram o fato ligaram para Jhonny e avisaram sobre o ocorrido. Uma dessas pessoas chegou a dizer onde a vítima morava. O acusado e seus amigos dirigiram-se até a residência da vítima e aguardaram a chegada dele.
Quando percebeu a aglomeração de pessoas, a vítima tentou fugir, mas foi perseguida e agredida com chutes, socos, tapas e um golpe conhecido como “mata-leão”, que a fez perder a consciência. Mesmo inconsciente, o acusado deu diversos chutes na cabeça do rapaz, só parando o espancamento após intervenção de outras pessoas. Durante as agressões, ele gritava: "você vai morrer".
Quanto aos demais jovens que teriam participado das agressões - Alessandro Ronaldo Mosca Júnior, José Guilherme do Carmo Weiler e Eduardo de Paula Mendonça Filho -, juiz afirmou que não houve comprovação da participação deles no crime e, por este motivo, não irão a júri.