Polícia

MILÍCIA ARMADA

Jamil Name é transferido para Presídio Federal de Mossoró

Empresário estava há mais de um mês preso em Campo Grande por comandar milícia de extermínio

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O empresário e pecuarista Jamil Name, preso desde o dia 27 de setembro, foi transferido na madrugada desta quarta-feira (30) para o Presídio Federal de Mossoró (RN), onde deve continuar no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). A mudança já havia sido autorizada há 15 dias. Name é apontado como chefe de milícia armada que seria responsável por vários crimes de pistolagem em Campo Grande.

Fontes confirmaram ao jornal Correio do Estado que o empresário viajou na madrugada desta quarta-feira, partindo do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Na terça-feira (29) o filho dele, Jamil Name Filho, chegou a ser levado para o aeroporto, mas não embarcou porque o voo em que ele iria foi cancelado.

Jamil estava preso em uma cela do Presídio Federal de Campo Grande, após ser preso no bojo da Operação Omertà, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Delegacia Especializada de Repressão a Rouba a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras).

A princípio ele foi encaminhado para o Centro de Triagem, junto do filho e de dois policiais civis Márcio Cavalcante da Silva e Vladenilson Daniel Olmedo (aposentado). Porém, após a inteligência da polícia descobrir que os detentos já tramavam a morte do delegado Fábio Peró, do Garras, eles foram transferidos para o Presídio Federal da Capital.

Atualmente os quatro estão presos no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) – isolamento. Quando eles foram transferidos deverão permanecer neste sistema por, pelo menos 60 dias, conforme decisão.

Pai e filho são apontados como os líderes de organização criminosa suspeita de vários crimes de pistolagem ocorridos nos últimos anos. Os assassinatos de, pelo menos, três pessoas estariam relacionados a um grupo de extermínio sob investigação: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, em 11 de junho do ano passado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante Matheus Xavier, em abril deste ano.

Ao longo desses mais de 30 dias de prisão a defesa de Name já tentou o habeas corpus dele duas vezes, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e no Superior Tribunal Federal (STF), onde ambos os pedidos foram negados. Na esfera superior, a defesa também pedia que, caso não fosse concedido a soltura, que a prisão preventiva pudesse ser cumprida em sua casa, o que novamente foi negado.

Recentemente houve outro pedido de prisão domiciliar de Jamil Name, que também foi recusado. Dessa vez a juíza de direito May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande é quem assinou a decisão alegando que Name tem poder para corromper financeiramente pessoas e continuar com os trabalhos da organização criminosa. A defesa, porém, alega que seu cliente tem “graves problemas de saúde”.

Entretanto, em sua decisão a magistrada declarou que não há comprovação nos autos de que Name está “extremamente debilitado” em decorrência das doenças apontadas, “tampouco de que o tratamento necessário seja inviável no estabelecimento prisional”, diz parte do documento.

A defesa, porém, declarou que recorrerá da decisão. Conforme o advogado Renê Siufi, que defende Name, esse tempo passado no presídio tem surpreendido o grupo. “Achávamos que, pelo menos, o pai (Jamil Name) já teria saído por conta da idade avançada e dos problemas de saúde comprovados”, declarou.

“ATÉ AMANHÔ

No momento da prisão, conforme documento do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), Jamil Name teria se despedido de sua esposa, a ex-vereadora Tereza Name, com um “até amanhã”. Para o órgão, isso revelou “a certeza de que seria solto em 24h. E fez isso para realçar o seu poder político e econômico aos presentes, com nítido viés intimidatório”.

As denúncias de envolvimento de Name e Name Filho em crimes começaram em maio deste ano, após a apreensão de um arsenal em poder do guarda municipal Marcelo Rios (detido no Presídio Federal de Campo Grande). No dia 27 de setembro, o Gaeco realizou a Operação Omertà e prendeu, além dos Name, outros quatro guardas municipais e cinco policiais (sendo um federal), apontando também o envolvimento de um advogado.

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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