Polícia

COMPARATIVO

Julgamentos de Name e Beira-Mar: quem vence na espetacularização?

Jamilzinho será julgado nesta segunda por assassinato; Beira-Mar foi sentenciado em 2009 a 15 anos pela morte de João Morel, um dos chefões do tráfico à época

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Segunda-feira (17) começa o mais demorado julgamento que se tem notícia em Mato Grosso do Sul. 

Jamil Name Filho, o Jamilzinho, senta no banco dos réus por ter sido apontado como o autor intelectual do assassinato do então estudante de Direito Matheus Xavier, de 20 anos, em abril de 2019, crime ocorrido em Campo Grande. 

Em novembro de 2009, o então mais famoso traficante do Brasil, Fernandinho Beira-Mar, também no mesmo tribunal que se sentará Jamilzinho, foi julgado por determinar a morte de um ex-comparsa, João Morel.

Na época, João Morel era apontado como um dos chefões do narcotráfico na região de fronteira entre Brasil e Paraguai. Além do patriarca, praticamente toda a família foi assassinada. 

Na questão da segurança, a audiência que condenou Beira-Mar a 15 anos de prisão, deve superar ao menos no número do efetivo policial que deve ficar de plantão durante a sessão de julgamento de Jamilzinho.

Beira-Mar foi julgado num só dia. Já a sentença contra Jamilzinho deve ser lida depois de quatro ou cinco dias de debates entre os defensores e os denunciadores do réu.

Para evitar eventual atentado contra Beira-Mar, ou a fuga dele, ao menos 300 integrantes - das polícias Militar e Federal e ainda soldados da Força Nacional, ficaram de protindão por nove horas, tempo que durou o julgamento ocorrido no Fórum Heitor Medeiros, situado no cruzamento da Rua Bahia com Dom Aquino, região central de Campo Grande

Já o julgamento de Jamilzinho, conforme previsão das autoridades judiciais que vão conduzir a audiência, pode durar de segunda-feira até sexta ou sábado. 

O número de policiais que vão agir na segurança do réu não foi informado oficialmente, especula-se um efetivo menor do que o escalado no julgamento de Beira-Mar.

A acusação contra o réu deve pedir pena máxima contra Jamilzinho, ou seja, 30 anos de prisão.

E, além da semelhança no esquema de segurança, os dois julgamento terão outro ponto em comum. No júri realizado há quase 14 anos, pelo menos um dos advogados de defesa estará presente agora novamente. Trata-se do ex-ator global Luis Gustavo Battaglin Maciel.

Além de Baira Mar, ele também já defendeu outros traficantes muito conhecidos, como Juan Carlos Abadía, extraditado para os Estados Unidos em 2008, e Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como “Nem da Rocinha”. 

ACUSAÇÕES

Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, tem hoje 56 de idade e cumpre sentença no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

À época que julgado, ele estava encarcerado no presídio federal de Campo Grande. O traficante foi sentenciado a 15 anos de prisão por ter sido apontado como mandante do assassinato de João Morel, ocorrido em janeiro de 2001, no presídio de segurança máxima de Campo Grande.

No julgamento, Beira-Mar confidenciou ser traficante, contudo, negou ter mandado por fim à vida de Morel.

À época, ele já tinha sido condenado a 120 anos de prisão. Hoje, as sentenças, somadas, contra ele, superam a casa dos 300 anos.

Jamilzinho tem 46 anos e cumpre prisão desde novembro de 2019 no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, mesmo cárcere que abriga Beira-Mar, a partir de maio de 2017. Ele já foi sentenciado a pouco mais de 23 anos de prisão, a última punição anunciada um ano atrás, quando pegou seis anos por integrar organização criminosa.

Jamilzinho virá de Mossoró para o julgamento e depois será levado de volta, mesmo que seja inocentado pela morte de Matheus Xavier.

Ele foi denunciado junto com o ex-guarda municipal Marcelo Rios e o ex-policial civil Vladenilson Daniel Olmedo, que também estão encarcerados e sentam no bancos dos réus a partir de segunda-feira.

CAUSA

Pelo apurado pelos investigadores, Jamilzinho teria mandato matar o PM aposentado, Paulo Roberto Teixeira Xavier. Contudo, no atentado ocorrido em frente à casa de Xavier, os pistoleiros mataram o filho do ex-capitão, Matheus Xavier, que manobrava o carro do pai em frente ao imóvel.

No entanto, há uma outra linha de investigação assegurando que os matadores sabiam em quem estavam atirando e a encomenda do crime tinha como alvo o acadêmico, meio de punir o desafeto de Jamilzinho.

Conforme apurado pelo Correio do Estado, uma fazenda avaliada em R$ 700 milhões teria sido pivô do crime em questão.

A disputa pela posse do imóvel com mais de 19 mil hectares, em Jardim, foi apontada como causa do atentado "mal sucedido" que resultou na morte de Matheus Teixeira.
 

 

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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