Marlene Salete Mees, de 54 anos, foi morta a facadas pelo marido, Jair da Conceição, de 51 anos, na noite desta segunda-feira (23), no bairro Fração da Chácara, em Amambai, município localizado a 354 quilômetros de Campo Grande.
Jair esfaqueou Marlene na presença dos filhos de 9, 10 e 11 anos. Esta é a 21ª vítima de feminicídio do ano.
Conforme apurado pela reportagem, o autor desferiu golpes de faca contra a vítima e, em seguida, trancou a porta do quarto. A filha mais velha percebeu a gravidade da situação e acionou a Polícia Militar via 190.
De acordo com o boletim de ocorrência, militares se deslocaram até a residência, e, ao se aproximaram da porta do quarto, ouviram gritos de socorro de Marlene, arrombaram a porta e se depararam com a vítima em cima da cama ferida com nove perfurações de arma branca e totalmente ensaguentada.
Já o autor estava encostado na parede, segurando a faca contra o seu pescoço, dizendo que iria se matar.
Bombeiros militares tentaram negociar para que ele largasse a faca e permitisse a entrada da corporação para prestar socorro à vítima, mas, sem sucesso.
Com isso, oficial de dia e graduado de dia também foram acionados, mas o autor não cedeu e continuou resistindo e dizendo “não entra que vai dar ruim, vou me matar”.
Como a vítima estava perdendo muito sangue, foi utilizada a técnica de entrada tática, sendo realizado um disparo de calibre 12 com elastômero na mão direita do autor, para que a faca se afastasse de seu tórax.
Em seguida, os demais policiais acessaram o quarto e entraram em luta corporal contra o autor, que foi desarmado, imobilizado e arrastado para fora. Com isso, foi possível que o Corpo de Bombeiros entrasse no cômodo para prestar socorro à vítima.
Mas, a mulher não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. O autor também foi socorrido e levado ao Hospital Regional, onde está internado sob escolta policial.
Polícia Civil, Polícia Científica e Pax estiveram na residência para efetuar os procedimentos de praxe. Já as crianças foram levadas para a casa da avó.
Conforme apurado pela reportagem, o corpo de Marlene será sepultado em Serranópolis do Iguaçu (PR).
O caso foi registrado como “Feminicídio majorado, se praticado na presença de descendente ou de ascendente da vítima” na Delegacia de Polícia Civil de Amambai.
FEMINICÍDIO
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 21 mulheres foram vítimas de feminicídio, entre 1º de janeiro e 24 de setembro de 2024, em Mato Grosso do Sul.
Desse número, 5 ocorreram em Campo Grande e 16 no interior. As mortes foram registradas em janeiro (3), fevereiro (5), março (3), abril (5), junho (3), agosto (1) e setembro (1). Em 2023, 31 mulheres foram mortas.
DENUNCIE!
Violência contra mulher deve ser denunciada em qualquer circunstância, seja agressão física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial.
Os números para denúncia são 180 (Atendimento à Mulher), 190 (Polícia Militar) e 153 (Guarda Civil Metropolitana).
O sinal "X" da cor vermelha, escrita na mão, significa que a vítima quer alertar que sofre violência doméstica. Portanto, o cidadão deve ficar atento, acolhê-la e acionar as autoridades.