Polícia

MATO GROSSO DO SUL

Dos mortos em confronto policial nos últimos 10 anos, 88% são homens e 49% jovens

Nos últimos três anos, dois policiais foram mortos em serviço, durante transporte de presos

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Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que 434 pessoas morreram em confronto com agentes de Estado, nos últimos 10 anos, entre 2013 e 2023, em Mato Grosso do Sul. 

Os dados apontam que o perfil dos mortos é na maioria de homens e jovens, com idade entre 15 a 29 anos. Não há informações regionais sobre cor e classe social.

Dos mortos em confronto:

  • 382 são homens – 88%

  • 6 são mulheres – 1,3%

  • 46 não tiveram o sexo divulgado – 10%

Com relação à idade:

  • 24 são adolescentes (12 a 18 anos) – 5,5%

  • 216 são jovens (15 a 29 anos) – 49,7%

  • 142 são adultos (18 a 40 anos) – 32,7%

  • 15 são idosos (a partir de 60 anos) – 3%

  • 37 não tiveram a faixa etária divulgada – 8%

Já com relação ao número de mortes em confronto com a polícia por ano, os dados apontam que:

  • 0 ocorreu em 2013

  • 3 ocorreram em 2014

  • 15 ocorreram em 2015

  • 33 ocorreram em 2016

  • 39 ocorreram em 2017

  • 66 ocorreram em 2018

  • 70 ocorreram em 2019

  • 30 ocorreram em 2020

  • 49 ocorreram em 2021

  • 51 ocorreram em 2022

  • 78 ocorreram até setembro de 2023 – (8 em janeiro, 18 em fevereiro, 5 em março, 19 em abril, 10 em maio, 5 em junho, 7 em julho, 5 em agosto e 1 em setembro)

A reportagem solicitou à Sejusp dados referentes ao perfil étnico e socioeconômico, mas a Secretaria informou que não possui estes números.

O confronto entre forças de segurança governamentais e grupos armados ocorrem em situações de abordagem policial, roubos, flagrantes de tráfico de drogas, policiamento ostensivo em bairros, entre outras ocorrências.

As armas de fogo utilizadas pelos autores e apreendidas pelos policiais, geralmente, são pistola .40 e revólver calibre 38.

O armamento utilizado pela Polícia Militar, atualmente, é a pistola .40 e pela Polícia Civil pistola Glock 9mm.

De acordo com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, mortes registradas em confronto policial são classificadas como homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), afirmou, em 26 de abril de 2023, que as mortes por intervenção policial são reflexo do aumento do crime organizado e o deslocamento das facções da fronteira MS/Paraguai/Bolívia para o centro do Estado.

"A segurança pública de Mato Grosso do Sul vai continuar atenta, mantendo o ambiente de segurança para que o Estado tenha essa garantia de desenvolvimento com tranquilidade. E a polícia vai agir sempre em reação a esses movimentos, principalmente do crime organizado", disse Riedel.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado em 19 de junho de 2023, o secretário da Sejusp, Antônio Carlos Videira, afirmou que mortes em confronto ocorrem porque o policial defende a sociedade de criminosos que não respeitam o Estado.

Se um criminoso ataca um policial fardado, imagina o que ele faz com o cidadão comum. Nós estamos preocupados em defender a sociedade e defender os nossos policiais de bandidos que desafiam o estado, desafiam a sociedade, desafiam o cidadão. Ele tem que ser preso e se para ele ser preso, ele reagir, infelizmente acaba vindo a óbito”, disse.

O Correio do Estado entrou em contato com a Sejusp na terça-feira (5) e quarta-feira (6), através de email e mensagem, para comentar os números, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. 

Além disso, também tentou contato o secretário da Sejusp, Antônio Carlos Videira, por meio de ligação, para avaliar os dados, mas não foi atendido até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para resposta. 

POLICIAS MORTOS

Dois policiais civis da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) foram mortos, em 9 de junho de 2020, no centro de Campo Grande.

Antônio Marcos Roque da Silva, de 39 anos e Jorge Silva dos Santos, de 50 anos, foram executados pelas costas por bandidos que estavam dentro da viatura, durante transporte de presos.

Não houve registro de morte de policiais civis e militares em confrontos em 2021, 2022 e 2023. No entanto, quatro casos de suicídio de policiais da ativa, sendo dois da Polícia Militar e dois da Polícia Civil.

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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