Polícia

DESESPERO

Para evitar transferência, Name alega precisar de ajuda em tudo

Com vários pedidos de soltura negados, ele tenta escapar do presídio federal

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Apontado como líder de organização criminosa suspeita de vários crimes de pistolagem  ocorridos nos últimos anos, em Campo Grande, Jamil Name está fazendo de tudo para não ser levado para uma cela de isolamento do Presídio Federal de Mossoró (RN). Atualmente custodiado no Presídio Federal de Campo Grande, onde também se encontram Jamil Name Filho e os policiais Márcio Cavalcante da Silva e Vladenilson Daniel Olmedo (aposentado), ele já está com a sua remoção para o Rio Grande do Norte autorizada, devendo permanecer lá por no mínimo 60 dias.

Ao se manifestarem no processo que trata da transferência e aproveitando o fato de que em presídio federal as celas são individuais e de alta segurança – não havendo contato entre os presos –, o advogado Renê Siufi e outros defensores de Name argumentam que o cliente, com 83 anos, necessita de uma série de cuidados especiais, que vão desde o auxílio para se locomover e alimentar, até para realizar sua higiene pessoal – diferentemente do que foi visto no momento de sua prisão, no dia 27 de setembro.

Por conta de suas argumentações, os advogados querem que o juízo da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande reconsidere a decisão que deferiu o pedido de inclusão emergencial na penitenciária federal de Mossoró e determinou a colocação de Name, do filho e de outros envolvidos no Regime Disciplinar Diferenciado (isolamento) pelo prazo de até 360 dias. 

AMEAÇAS

Antes de ser levado temporariamente para a unidade federal de Campo Grande, onde aguarda transferência, Name estava no Centro de Triagem no complexo penitenciário estadual, no Jardim Noroeste.

A mudança foi determinada em decorrência de um suposto plano de atentado contra o delegado Fábio Peró, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros (Garras), um dos responsáveis pelas investigações contra Name. 

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), segmento investigativo do Ministério Público do Estado  (MPE) e responsável pela operação na qual Name foi preso, apontou que, no momento das buscas na casa de Name, ele teria lançado impropérios contra autoridades judiciais, como “analfabetos e desembargadores de m...”. Ainda, ao tomar conhecimento da existência da ordem de prisão, teria ido mais além e afirmado, em tom ameaçador, que “o jogo só começa agora”.

SOLTURA NEGADA

Desde sua prisão, os Name e outros acusados de ligações com o grupo já tiveram negados vários pedidos  de soltura, tanto pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) quanto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília (DF).
A defesa de Name, que já tentou até mesmo pedido de prisão domiciliar, alega que “as graves e excepcionais medidas” (colocação em presídio federal) foram decretadas “sem justo motivo”. Os seus defensores sustentam que “as condições pessoais de Jamil Name” – idade e enfermidades – justificam que ele fique em “regime prisional menos gravoso”. 

Ainda para o escritório Renê Siufi Advocacia, “a permanência do requerente Jamil Name em presídio federal, em regime diferenciado, só se justifica para satisfazer uma pretensão ilegítima e abusiva de impor antecipadamente uma pena incerta, sem processo ou culpa formada, que lhe custará a própria vida”. Ao mesmo tempo em que solicita a suspensão da transferência para Mossoró, a defesa faz pedido alternativo, de que Jamil Name, na hipótese de não ser reconsiderada a remoção, pelo menos fique no Presídio Federal de Campo Grande.

Ainda não houve manifestação da Justiça sobre as alegações da defesa.

OPERAÇÃO OMERTÁ

As denúncias de envolvimento de Name e Name Filho em crimes começaram em maio deste ano, após a apreensão de um arsenal em poder do guarda municipal Marcelo Rios (detido no Presídio Federal de Campo Grande). No dia 27 de setembro, o Gaeco realizou a Operação Omertà e prendeu, além dos Name, outros guardas municipais e policiais (inclusive um federal), apontando também o envolvimento de um advogado.

Assassinatos de pelo menos três pessoas estariam relacionados a um grupo de extermínio sob investigação: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, em 11 de junho do ano passado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante Matheus Xavier, em abril deste ano. Omertà, conforme o Gaeco, é um termo que se fundamenta em um forte sentido de família e no silêncio.

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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