Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPMChoque) e Polícia Federal (PF) resgataram 71 bolivianos – vivendo em cárcere privado sob condições precárias, sem água, comida e lugar para dormir/descansar – na noite desta quarta-feira (29), no bairro Tijuca, em Campo Grande.
Conforme apurado pela reportagem, a PM recebeu uma denúncia, via Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM), de uma possível ocorrência envolvendo cárcere privado e tráfico de pessoas no Tijuca.
De acordo com o BPMChoque, viaturas se deslocaram até o endereço indicado e, ao chegarem na residência, um homem se apresentou como representantes dos imigrantes e explicou a situação.
Ele afirmou que havia 71 bolivianos, entre mulheres, idosos e crianças, em uma casa, em cárcere privado, sem água, comida e lugar para dormir, já que o imóvel não comportava tantas pessoas.
Questionado sobre o motivo dos imigrantes estarem ali, disse que saíram da Bolívia com destino a São Paulo e que uma mulher seria responsável pelo transporte deles até o estado vizinho.
Mas, denunciou que estavam desde terça-feira (28) com fome, sede e sem dormir/descansar e que teriam que pagar R$ 150 para retirar as bagagens e deixar o local.
A mulher estava no imóvel e confirmou ser responsável pelo transporte dos bolivianos, mas explicou que a grande quantidade de pessoas presente no local se deu devido à quebra de um ônibus que faria o transporte de parte dos imigrantes.
Segundo ela, eles precisaram aguardar na residência, o qual ela havia alugado às 17h de terça-feira (28).
Ela negou que o local fosse destinado a esse fim, alegando que seria apenas para ela e os motoristas do ônibus permanecerem. Também alegou que não forneceu alimentos, pois isso seria responsabilidade dos próprios bolivianos.
Com isso, os militares entraram em contato com a Polícia Federal e foram orientados a levarem os bolivianos até a base da Polícia Federal no Aeroporto de Campo Grande.
Já a mulher e o boliviano, que se identificou como representante dos imigrantes, foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal.
A mulher possui extensa ficha criminal por corrupção de menores, tráfico de drogas, vias de fato, injuria, lesão corporal, entre outras.
O caso se assemelha com o tráfico de pessoas, que é o comércio de seres humanos com fins como escravidão sexual, trabalho forçado ou exploração sexual.
Este crime envolve o recrutamento, transporte, transferência e acolhimento de pessoas, muitas vezes utilizando coerção, fraude ou abuso de poder.